Johannah

116 6 0
                                    

"Sua mão se encaixa na minha
Como se tivesse sido feita só pra mim
Mas coloque isso na cabeça
Era para ser assim."
-Little things, One Direction.

"- Amaldiçoados? - Falo devagar, tentando acreditar em minhas próprias palavras - Por quê?
-Porque não te mereço - Ele me responde, num tom igualmente baixo. Como se nesse jardim desértico, alguém pudesse nos ouvir - Mas não preciso de maldição alguma para me dizer isso - Ele toca meu rosto delicadamente, como se fosse algo precioso.
-Por que não me mereceria?
-É boa demais para mim - Toco seu rosto, delicadamente também.
-Só por que não foi apresentado ao amor? O amor sempre existe em todos, só o liberte - Ele aproxima seu rosto do meu, e eu fecho meus olhos."
-Helena, acorda - Sophia me chama e eu abro os olhos.
Olho em volta e lembro onde estou. No hospital. Enfermeiros e médicos passam a todo momento, e adultos e crianças estão sentadas, mas a maioria dos presentes são os alunos da nossa turma.
-Você já foi atendida? - Pergunto e ela afirma.
-A Melissa entrou agora, logo depois é você, por isso lhe chamei - Ela mordeu o lábio inferior, nervosa com algo - Os polícias estão la dentro, eles estão interrogando quem esta sendo atendido. Eu ouvi falarem seu nome, estão te esperando.
-Eu imaginei - Aperto meu ombro dolorido por causa da posição em que adormeci - Já descobriram a causa da morte?
-Sim. Parece que foi ataque cardíaco.
-Ela tinha algum problema no coração? - Perguntei e ela negou silenciosamente, seu olhar era assustado, e me estudava, pensando se deveria ou não me contar o que se passava.
-Eu ouvi um médico falando que, pelo o que apareceu nos exames, o infarto dela foi semelhante ao de quem morre de susto.
-Susto?
-Sim. Um susto muito grande.
-Isso seria por ter visto a pintura? - Perguntei com um certo pânico, pois se fosse, seria parcialmente responsável pela morte da garota.
-Não! Se fosse por isso, seria instantâneo, ela teria morrido logo em seguida - Ela olhou ao redor - Logo depois todos a cercaram, para ver o quadro. Era praticamente impossível alguém dar um susto nela. Até porque um simples "bu" não mata ninguém.
-Você acha que foi o que então?
-Não sei. Acredito que ouvi errado, o que os médicos falaram - Ela deu de ombros olhando o relógio em seu pulso.

-Com licença, será que poderia falar com a senhorita? - Olhei para o lado, e vi o Príncipe William me encarando, porém agora sua expressão era séria.

-Claro - Levantei e o sigo para um corredor longe dos olhares curiosos de meus colegas.
-Espero que esteja bem, afinal de contas a garota morreu perto de você.
-Foi ataque cardíaco? - Acabo por perguntar, recebendo um olhar triste.
-Não confirmaram nada ainda - Ele olhou em volta, se certificando se havia alguém perto, ato que me deixou receosa para o que ele falaria a seguir - Você é daqui? De Londres?
-Não, sou dos Estados Unidos. Por quê? - Estava realmente confusa sobre aonde ele queria chegar com aquela conversa.
-Você sabe se sua família tenha alguma linhagem inglesa?
-Creio que sim, pois como minha família é toda estadunidense e foi a Inglaterra que colonizou meu país, acredito que deva ter alguma linhagem daqui - Encostei na parede, estávamos aqui havia três horas, e estava muito cansada - Por quê?
-Por causa da imagem no quadro, não posso dizer que não fiquei curioso - Ele sorriu - Inclusive, você sabe onde Louis Tomlinson veio? Sua cidade de origem?
-Não, mas pelo sotaque ele é daqui - Eu retribui o sorriso - Acredito que o Liam sabe - O mostrei quem era Liam e voltei para meu assento.
-O que ele queria? - Perguntou Sophia assim que me sentei.
-Perguntar de que país eu vim, por causa da pintura - Olhei a Melissa vindo nossa direção.
-Descobrir que estou com a pressão baixa e preciso fazer uma nutrição equilibrada - Ela sentou ao meu lado - Os polícias só faltaram me perguntar que horas eu nasci!
"Helena Young, consultório 5" Uma voz no autofalante foi ouvida e eu me levantei.
-Boa sorte, e lembre -se, você pode sempre pedir seu advogado - Melissa falou sorrindo.
Pov Louis
-Meu colega, Liam Payne, me chamou e eu o segui. Quando cheguei perto do quadro, o vi, e pouco tempo depois, ela caiu em meus braços. Eu segurei seu pulso e percebi que estava sem pulsação - Encarei o delegado que me encarava atentamente - Somente isso.
-Entendo - Ele anotou algo em seu caderno - O médico disso que você possui uma pequena iniciação a depressão. Esse afastamento de sua família, a falta de amigos, não podem ter levado a fazer algo que poderia se arrepender...
-O senhor esta me acusando de matar essa garota? - O olho indignado.
-Desculpa, mas estamos querendo respostas - Olhei para o vidro que estava a minha frente.
A pequena sala em que usavam para interrogação era pequena e fechada. Até agora não acreditava que haviam me trazido a delegacia.
-Espere um momento - O delegado olhou seu celular e saiu.
Após uns cinco minutos uma mulher de cabelhos castanhos entrou na sala. Seus olhos estavam vermelhos, como se estivesse chorando.
-Querido! - Ela me abraçou, deixando muito confuso - Quando me ligaram quase não acreditei. Como assim meu bebê preso? - Ela segurou meu rosto com as mãos e piscou um olho. Ela estava de costas para o vidro falso e me falava alguma coisa.
"Sou sua mãe, por agora pelo menos ". Consegui entender antes do delegado retornar.
-Quero que liberem meu filho agora, o Louis nunca faria nada de errado, muito menos matar alguém! - A minha "mãe" falou, e pelo visto era uma boa atriz, pois era bem convincente.
-Sra Johannah, eu peço que se acalme, não estamos acusando seu filho a nada...
-Estão sim! O senhor acabou de me perguntar se minha depressão não levaria a cometer nada que viesse a me arrepender - Falei entrando no papel de filho - Nem depressão eu tenho.
-Meu filho com depressão? Pergunte as irmãs deles, não existe pessoa mais animada que ele! - Ela abraçou meu rosto - Eu quero meu advogado!
Depois de mais alguns gritos indignados de minha falsa mãe, acabei sendo liberado.
-Eu sou Johannah Poulston, e ao meu esposo pertence o Tomlinson que você usa, o que o torna filho dele - Ela falou quando entrou no carro - Seu pai é um grande amigo meu, e resolvi ajudar.
-Obrigado - Falei sem graça, não acreditando que meu pai havia contado a alguém sobre aquilo.
-Seu segredo esta seguro. Não se preocupe, afinal de contas não é todo mundo que acredita nesse tipo de coisa - Ela piscou o olho, e voltou sua concentração para a estrada, deixando todo o carro silencioso.

Curse of lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora