Together. For Survival.

Antes: Cinco

Ela sentou na cama, praticamente se jogando, no lugar onde estava antes de ir ao banheiro. Aqueles longos quinze minutos estavam doendo nos seus nervos. Owen já havia lavado as mãos, escovado os dentes, feito um gargarejo bizarro, e ela permanecia sentada ali, no mesmo lugar. E decidiu cortar aquele "climão" logo.

–Você está muito calado. – ela observou.

–Acho que estou passando mal.

–Já imaginava. Come como um animal. – logo se lembrou que ele seria seu motorista. – ei, nem brinca! Não é hora de ter nada. – ela olhou a janela, com a chuva caindo e a água encharcando a terra e gramado.

Notando sua preocupação, ele sorriu.

–Desiste, Claire. Hoje não dá pra te levar de volta. Deite essa traseira branca e relaxe um pouco, de uma vez por todas. – ele sorriu, encolhido na outra ponta da cama.

Claire revirou os olhos ao ouvir aquilo, e esbravejou. Só para não perder o costume.

–Sabe o que é mais engraçado? Eu não planejei nada disso e agora estamos aqui, prestes a sermos sugados por essa água toda, e você achando mil e uma piadas sujas nessa história. Não nasci pra isso.

–A-ha. Você não nasceu para o carinha treinador de raptores, é boa demais pra isso. Fale. – Owen a acusou, sabendo o que estava fazendo como estratégia.

–Não disse isso, não coloque palavras na minha boca. – Claire falou, emburrada, e Owen riu. Ela sentou de pernas cruzadas na cama, o encarando, já cansada daquelas brincadeiras.

–Falando nisso, eu duvido. – ele levantou.

–Duvida o que?

–Que você já tenha colocado algo nessa boca. – ele olhou para seus lábios, desafiante.

–Não é da sua conta.

–Sabia.

–Eu não disse "não".

–Então já pôs? – ele continuou, imaginando que seria agredido ainda naquela noite pela chefe.

Claire praticamente rosnou em sua direção. Parecia mesmo que alguém ia apanhar.

–Assédio no trabalho dá cadeia. – ele levantou as mãos.

–Via de mão dupla. – ela retrucou.

–Já que nem gosta de por nada na sua boca – Claire estava ficando vermelha, ele podia notar, mesmo à luz de velas. – a exemplo de comida – ele enfatizou – imagino que não saiba nem beijar bem.

–Ah, então é isso. – ela riu, olhando pra cima. – não vai rolar. Não comigo.

Vendo que ela percebeu, ele começou com psicologia reversa.

–Realmente não esperava que rolasse nada. Não tem cara de que curte certos prazeres da vida. – Owen deu de ombros.

Claire o olhou maquiavelicamente, e voltou a olhar para cima. Fechou os olhos e parecia contar. Números. Owen sorriu, imaginando que ela realmente estava contando.

–Isso é o que você sabe fazer melhor. – ele prendeu uma risada, provocando e deitando com a barriga para cima e braços cruzados atrás da cabeça, vangloriando-se.

Mas finalmente foi surpreendido como nunca imaginou que seria.

–Ok. – Claire suspirou, levantando as mãos em redenção, e virou para sua direção. Fria e calculista. Arrastou-se de joelhos na cama, soprou a vela mais próxima, e afastou as pernas para sentar no colo dele. Owen, sem entender nada, não tirava os olhos dos dela. Claire mantinha um olhar audacioso, completamente diferente de tudo o que ele já viu. Ela se abaixou no seu colo, encostando seus seios cobertos pelo roupão no seu corpo, até conseguir ficar face a face com ele. Owen, a essa altura, já estava extasiado e crente que tinha ganhado a noite. Mas Claire também conseguia ser sagaz. Quase encostou os lábios nos dele, focando seus olhos nos dele. – Morda sua língua antes de falar de mim, treinador. – E ela fez. Realmente. Claire o beijou. Na verdade, mais tentou mordê-lo do que beijar em si. Principalmente a orelha. Mas beijou. Com força. Só para deixar claro quem mandava ali. Rápido e rasteiro. E começou a puxar o laço do roupão. Owen sabia. Ele não resistiu. Segurou em sua cintura, e era a primeira vez que tocava nela... daquela forma. Já gostava dos seus quadris.