Depois: Dezoito

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—Eles vão te levar para o hospital, e depois pra casa. Sua irmã e os meninos vão ficar lá contigo, e eu vou depois. Preciso ir ver o que está acontecendo. – ele falou, com a equipe médica a examinando e dizendo que estava tudo sob controle, e não tinha passado de um tombo pelo susto.

—Não! – Claire segurou a mão de Owen. –Você não pode ficar. Não posso ficar sem você. –começou a chorar, e ele beijou sua testa.

—Eu só vou dar uma assistência, Claire. Sabe que preciso ficar...

—Eu não quero te deixar aqui! – ela reclamou e ele sorriu de lado.

—Claire, não vou deixar ele sair de saltos atrás do T-Rex não. Vai lá, fica fria que daqui a pouco a gente resolve isso. Quer dizer, ele resolve isso. – Lowery, que já estava sabendo de tudo, tentou convencê-la. Em vão.

—Confia em mim.

—Eu preciso de você. – Claire o olhou amedrontada.

—Eu te prometo, Claire. Daqui a alguns dias vou estar ao seu lado, na nossa nova casa, no nosso quarto, segurando sua mão e vendo nosso filho nascer. Agora você precisa descansar e manter ele a salvo. Segura o Sean mais um pouco aí, ainda não chegou a hora dele vir pra gente.

Claire estava apavorada, fechando os olhos, com todas as memórias voltando à tona. Ela sabia que seria removida porque o predador poderia se aproximar dali. E sabia que Owen iria fisicamente fazer parte da caçada ao bicho, pois além de chefe, ele era responsável pelo treinamento dos dinossauros, e tecnicamente preparado para lidar com aquela situação. A possibilidade de não mais o vê-lo, ainda que remota, fez com que sua pressão subisse e precisasse ser sedada, para enfim ser removida para a Costa Rica. Ele sabia que ela ficaria bem e teria toda a assistência, quando viu o helicóptero subir e se distanciar de Nublar.

Owen convocou todos os treinadores e a equipe de segurança mais próximos, em situação de emergência.

—Vamos ter que mata-lo! – um segurança berrou.

—Sedá-lo. – o outro comentou.

—Basta, pessoal! – Barry berrou, chamando a atenção de todos enquanto Owen avaliava o parque e os passos do T-Rex pelo monitor. –E aí, cara, o que você acha?

Owen o olhou, preocupado, se teria apoio. Barry o olhou desconfiado.

—Cara, desembucha aí. Eu estou dentro, seja como for. – levantou o braço e apertou a mão do amigo.

—Rapazes, eu preciso de apoio e um comboio. Vamos atrás do T-Rex. Sem mortes. Sem dopa-lo. – Owen foi interrompido por uma série de reclamações.

—Ficou louco? Vai sozinho! Eu me demito! – falou um dos seguranças, e antes que sua voz fosse replicada, Owen os calou.

—Não temos escolha! – ele andou em direção aos funcionários, os encarando. – Vocês viram quanto tempo demoramos para por ordem na casa. – andou de um lado do pequeno palco da sala de controle ao outro, apontando para os monitores. – Viram que os animais estavam completamente desestabilizados. –parou na mesa central e bateu nela. – Eu não vou deixar o trabalho de um ano ir ralo abaixo quando eu sei o que podemos fazer.

—Isso é suicídio! – um terceiro funcionário falou.

—Nada é garantia de vida. Vocês sabiam disso quando aceitaram trabalhar nesse parque, não? – ele o olhou rindo de lado, porque aquilo era obvio demais. –Vocês têm um bom salário e seguro de vida garantido.

—Você transa com a chefe, foi fácil subir e agora quer mandar em todos nós! –o primeiro segurança repetiu, e Owen cerrou os olhos, se aproximando dele, de peito estufado.

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