Capítulo 17

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Nanda: Qual erro Henrique?

Henrique: Não está regularizado. Não está oficializado na junta comercial. Não está em uma sociedade personificada, entre outras coisas.

Nanda: Como assim?

Henrique: Quando você elabora um contrato, seja ele de compra ou venda devemos registra-lo na junta comercial do Estado onde a empresa será sediada. Aqui também não está as legislações que são obrigatórias.

Nanda: Eu não tô entendo nada

Alex: Me passa o contrato por favor.

Henrique deu o contrato a ele e o mesmo leu inteiro e balançou a cabeça negativamente.

Nanda: Fala Alex.

Alex: Não tem o que falar. Aqui tem muitos erros. Não tá registrado na lei como o Henrique falou. E o mais importante, o contrato está assinado com a duração da sociedade em 5 anos, e tem apenas 3. Se você assinar, você vai esta quebrando o contrato e terá que pagar uma multa.

Nanda: E quanto é essa multa?

Alex: Quase o valor que você irá receber pela empresa. Ou seja, o dinheiro que você for receber é o dinheiro que você terá que pagar a multa.

Nanda: Então, ele queria me passar a perna?

Alex: Literalmente, sim.

Me sentei e abaixei apoiando nos braços. Preciso pensar no que fazer.

Alex: Fernanda, tem uma coisa que você não sabe.

Nanda: O que?

Alex: Os bens do seu pai, serão todos bloqueados até quando você for menor de idade.

Nanda: Sem problema. Antes de viajar fui ao banco e mandei passar tudo que tinha na conta do meu pai pra minha conta

Alex: Certo. Posso marcar a reunião pra 21:00hrs?

Nanda: Pode ser. E já ta tudo certo com o avião?

Alex: Esta. Você vai sair as 23:00

Nanda: Tá bom. Procura algum restaurante que não seja muito longe da pista. Sair de lá, já vou direto pro Brasil

Alex: Tudo bem. Te passo o endereço por sms

Nanda: Certo.

Ele saiu e eu cai na cama. Henrique me observava sem parar, mais não me dizia nada.

Nanda: O quê foi Henrique?

Henrique: Nada. Como você toma decisões assim tão rápido?

Nanda: Não sei. Acho que é inteligência demais.

Ele gargalhou ironicamente e veio até a mim.

Henrique: Você me impressiona. Espero que não se arrependa depois e esteja fazendo a coisa certa.

Me sentei e abaixei a cabeça.

Nanda: Na verdade, eu não sei o que eu tô fazendo.

Henrique: Não?

Nanda: Não. Sabe, eu tô indo por impulso. Eu não sei como mecher nessas coisas. Eu não sei se quer, o que meu pai fazia. Ele tinha empresas de engenharia. Eu não sabia que era tantas. Nem que seria tão difícil.

Henrique: Nan-

Nanda: Não diga nada. Apenas me escuta. Já faz quase dois dias que sai do Brasil. Não vi meus pais ainda. Vou levar os corpos deles pro Rio. Eu sei que vai ser uma barra ver eles no caixão, mais eu preciso aguentar. Eu não quero mais ficar aqui. Eu quero ir embora. Meus bens vão ser bloqueados. Eu não vou ter mais nem a minha casa.

Entre o bem e o malOnde histórias criam vida. Descubra agora