Capítulo 25

1.2K 79 1
                                    

Henrique Narrando

Saber que a Nanda participou de um confronto foi uma surpresa pra mim, mas saber que ela levou um tiro foi quase inacreditável.

Tive que ir resolver umas coisas em São Paulo que o irresponsável do Gabriel disse que estava "sobre controle". Me informei e estava quase perdendo meu reinado. Não posso nem lembrar mais dessa hipótese, se eu perdesse minha favela poderia me considerar um homem morto.

Ninguém me explicou nada do que tinha acontecido, so que a Nanda tinha levado um tiro e nada mais. Não sabia o seu estado, cheguei no hospital a milhão, eu precisava de notícias da minha morena, uma semana longe dela foi tão difícil e eu não aguento mais ficar sem vê-la.

Cheguei na sala de espera e entrei a Melissa, BW, MT, Lore e por mais incrível que pareça a Lais também estava. Não entendi porque logo ela tava ali mais não quis questionar. Meu coração se apertou em ver o estado das meninas, só pode ser coisa séria.

MT: Já Henrique? - me perguntou assim que me viu

Henrique: Já! Quando você me ligou eu tava quase chegando. Agora da pra me explicar o que aconteceu? - todo mundo me olhou e ficou sem falar nada, as meninas tentava falar mas o choro impedia, e a Lais, bom, é a Lais né.

MT: Vamos ali fora

Sai com ele e eu percebi o quanto ele também estava triste. Ele mais a Nanda são bem próximos e eu sei o quanto eles são apegados. Ele parou e ficou olhando pro nada. Eu já tava perdendo minha paciência. Eu não aguento mais esse silêncio sem saber de nada do que aconteceu.

Henrique: Não aguento mais Miguel, fala logo

MT: Não tem nada pra falar, ela levou um tiro defendendo a irresponsável da sua irmã

Henrique: O que a Lais tem a ver?

MT: Tem a ver que ela sabia que tava tendo invasão, que fica fácil a entrada de outras facção e saiu de casa, o morro do duque mandou um fogueteiro sequestrar ela e a Nanda viu e foi atrás deles - ele me encerrou e eu percebi a raiva que consumia ele por dentro - se não bastasse, ele colocou uma arma na cabeça da Nanda e burra da Lais bateu no braço dele e ele obviamente atirou

Ele terminou de falar e eu fiquei sem reação. Se ele tava com a arma na cabeça dela e ele atirou, não, não pode ser

Henrique: Porra Miguel, me diz que ela não levou um tiro na cabeça

MT: Relaxa, esse risco em partes ela não corre. Acertou no peito - o alívio me consumiu quando ele me disse isso

Henrique: E como ela tá?

MT: Ela tá muito mal. Ela perdeu sangue e quase atingiu uma veia fatal

Já tava com ódio, agora eu nem sei mais com o que eu tô. Deixei ele lá sozinho e sai soltando fogo. Entrei na sala de espera e a Lais me olhou assustada, ela já sabia minha reação
Henrique: Se acontecer alguma coisa com ela, Lais - peguei ela pelo braço e fiz ela olhar nos meus olhos e vê que eu não estou mentindo - eu acabo com a sua raça, sua irresponsável

Lais: Não foi culpa minha

Henrique: Então foi culpa minha? - soltei uma gargalhada irônica e eu podia ver o medo nos olhos dela - Não foi eu que sai de casa no meio de uma invasão. Quantas vezes eu já te falei pra ficar na porra daquela casa quando tiver invasão Lais?

BW: Calma Henrique

Henrique: Calma o caralho. E você também, pra que deixou a Nanda entrar no meio disso?

BW: Você conhece a Nanda, ela não ia desistir, e eu fiz o que pude. Você que não devia ter deixado ela tomando conta do morro

Lais: Me solta que você tá me machucado - soltei o braço dela e minha paciência que já estava muita, agora já era.

Entre o bem e o malOnde histórias criam vida. Descubra agora