→ 1 mês depois
Mano, minha vida está uma bosta. Eu não aguento mais viver na casa da Mel. Os pais dela quer me controlar, sem contar que é muito chato viver na casa dos outros. Imagina, esses dias o Henrique foi lá, e eu contei que era meu namorado, e quando eles ficou sabendo de onde ele era começaram a me encher e eu não vou aceitar isso. Eu sei que tô morando de favor mas não sou obrigada a ouvir sermão deles. A Mel não quer nem saber do Bernardo. Ele me diz que gosta dela, mas nos bailes pega todas e todo dia tá com uma diferente.
Meus problemas só aumentam. O Gabriel foi na boca esses dias e eu tava lá sozinha. Ele ficou com uns papos pra cima de mim e por sorte o Henrique chegou. E sim, agora eu tô ficando no escritório da boca ajudando Henrique a fazer algumas coisas quando não estou na escola. Infelizmente, tive que voltar a estudar. É um inferno, mais só falta 2 meses para acabar o ano e eu me livrar daquela escola. Não suporto mais olhar pra cara a Karina, Sabrina e as pau mandado delas, ultimamente elas estão mais insuportável que o normal.
Agora é só eu, a Mel e a Lore. Matheus foi embora para Nova York, e nos deixou. Não quero perder jamais o contato com ele, apesar que não nos víamos mais frequentemente, ele é meu grande amigo, e já tô sentindo uma falta imensa dele.
Henrique teve que viajar pra São Paulo e eu que tô "tomando conta" das coisas da boca. Tô aqui sentada olhando pro nada e pensando na minha vida. Me assustei com um barulho de foguete e me levantei pra saber o que estão comemorando. Sai na boca pra e tava uma correria.
Nanda: Ei - Chamei um vapor que ia passando correndo com uma arma
Vapor: Fala ai dona
Nanda: O que que tá acontecendo que soltaram foguete?
Vapor: É invasão. Os verme tão botando pra quebrar - pisquei algumas vezes tentando assimilar o que ele me disse já que não sabia quem é esses verme que ele fala, ele parece que entendeu por que me olhou e riu- os vermes são as polícias que quer combater tráfico e tá tentando invadir o morro - completou e saiu e eu voltei correndo pra dentro.
Henrique me disse poucas coisas sobre o morro. No meu ponto os policiais estão certos né, mas nessa vida que eu estou vivendo agora, o bem e o mal se misturam e eu não sei mais nem o que é certo e errado, então não posso dizer nada. O jeito é ficar do lado do Henrique e defender um tal de A.D.A até a morte. Ainda não sei muito bem dessas coisas, mas não tenho tempo a perder, peguei um radio que ele me deixou e chamei o BW.
Início da ligação
BW: Manda o papo Nanda
Nanda: Corre aqui na boca agora BW
BW: Nanda, a gente tá no meio de um combate e você quer que eu vá na boca?
Nanda: Anda logo BW, do 5 minutos pra você aparecer aqui
Desliguei e fiquei andando de um lado pro outro enquanto ele não chegava. Parecia uma eternidade, mas enfim ele apareceu na porta.
BW: Fala logo Nanda
Nanda: Me explica o que tá acontecendo e o que eu tenho que fazer - olhei pra ele séria e ele deu uma gargalhada.
BW: Você tá de brincadeira né?! O que você tem que fazer é trancar a porta e ficar quieta aqui dentro
Nanda: Fala logo BW, eu não tô brincando
BW: Você não vai Nanda
Nanda: Eu vou sim. Você não manda em mim. E vai falar ou eu vou ter que descobrir sozinha?
BW: Eu não vou me responsabilizar por nada. - eu balancei a cabaça positivamente e ele continuou. Não sabia que ele tinha tanto medo do Henrique assim. Ele me explicou tudo e eu ouvi pegando os mínimos detalhes.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre o bem e o mal
Teen Fiction"Aquilo que se faz por amor, está além do bem e do mal" Fernanda Baleroni, uma jovem de 17 anos, descontraída que mora na Zona sul do Rio de Janeiro, cheias de segredos do seu passado, vai viver coisas que jamais imaginava. Sua vida vai mudar to...