CAPITULO 1

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- O que essa garota está fazendo aqui? - ouvi sua a mãe de Antônio gritar - pensei que você já tinha terminado com essa... Essa pobretona.
- Queira você, ou não, ela é minha namorada Dona Claudia, e é com ela que eu vou casar - Antônio disse se sentando na cama enquanto eu tentava me esconder.
- Me diz - ela disse, se dirigindo a mim - quanto você quer pra deixar meu filho em paz?
Eu a encarei incrédula, e seguidamente olhei pro Antônio, e voltei a encarar.
- Eu não preciso do seu dinheiro - eu disse e me levantei da cama.
- Quanto ele te paga para dormir com ele? - ela disse andando atrás de mim, enquanto eu pegava minhas coisas. Eu tentava a ignorar.
- Eu não preciso do seu dinheiro - eu disse, saindo do quarto de Antônio, uma vontade imensa de chorar me invadiu, mas eu teria que ser forte.
- Larga essa caipira de uma vez, meu filho - ela gritava com o Antônio.
- Luana, espera - ouvi ele gritar, mas a vontade falou mais alto que o sentido do meu coração, e então eu corri, sem olhar para trás.
Nunca fui tão ofendida em toda a minha vida, parei no primeiro ponto de ônibus que eu vi, por sorte eu tinha dinheiro para pagar a passagem, o ônibus estava demorando a chegar, quando parou um carro em frente ao ponto de onde eu estava. Eu conhecia bem aquele carro, ele abaixou o vidro e me olhou.
- Lua, por favor, desculpa a minha mãe - ele disse me olhando.
- Quantas vezes mais? Quantas vezes eu vou ter que engolir todas as ofensas dela? - eu o encarei friamente.
- Amor, por favor, você sabe como ela é... Vem, deixa eu te levar para casa - ele disse me encarando com aqueles lindos olhos. Seu rosto angelical, seus cabelos claros, seus olhos azuis.
E então, eu cedi. Entrei no carro, e ele me olhou sorrindo.
- Só aceitei porque é o único dinheiro que tenho - eu disse, e sorri de lado.
- Você não pode se estressar muito, final de semana você vai ter que prestar vestibular - ele disse prestando atenção.
- Então, é fácil! Só ficar sem te encontrar, sem ir na sua casa - eu disse olhando pela janela do carro.
- Tá falando sério? - ele disse e me encarou assustado.
Sem querer, eu acabei rindo.
- Não bobo, você tem que ir lá em casa, minha mãe pergunta de você todos os dias - eu disse e o encarei.
- Posso dormir lá hoje? - ele perguntou e me olhou.
- Só se for me ajudar a estudar - eu disse, e eu o ouvi rir.
Nós chegamos lá em casa, olhei as horas, eram examinar nove e meia.
- Você tem que voltar e ir pra faculdade - eu disse e o encarei - seremos futuros médicos.
- O futuro do Brasil né - ele disse, e selou nossos - no fim deste ano, eu vou começar a estagiar.
- Então, viu, falta bem pouco - eu disse, e nós demos um beijo rápido e nos despedimos.
Eu desci do carro, e entrei em casa, minha casa estava uma bagunça, e minha mãe estava, como sempre, dando suas faxinas.
Primeiramente, eu arrumei a casa para minha mãe, depois fui ao banheiro e fiz minhas higienes e tomei um banho, voltei para o meu quarto e coloquei uma roupinha qualquer.
Este final de semana, eu faria uma prova, que dependeria de mim, apenas de mim, e todos os meus anos de estudo, de todo o meu esforço, e também a prova de que eu possa ser alguém na vida, não uma simples ninguém! Eu faria vestibular de medicina, que claro, teria que ser federal! Eu tenho apenas 18 anos, Antônio tem 22, ele conseguiu entrar na faculdade aos 18 anos, e já fez um pouco mais que a metade da faculdade de medicina, se tudo der certo, daqui dois anos, estará ai o meu, o nosso futuro médico. E eu espero, daqui 6 anos, estar alcançando essa meta!

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