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Darcy

Incrivelmente estava me divertindo, e me divertiria ainda mais se estivesse a sós com Elizabeth. Gastei algum tempo tentando elaborar uma maneira discreta de sair dali com a companhia que almejava, mas estava um pouco complicado naquelas circunstâncias.

Não queria correr o risco de ouvir uma recusa, e pior, conviver com um não diariamente no meu trabalho, então precisava ficar calmo e ser certeiro. Preciso sondar o terreno antes de qualquer coisa, e saber por onde ela anda é o primeiro passo.

Lizzie

Ah, não! Não quero mais ficar aqui! Detestei essa mudança! A banda que estava tocando era ótima, e agora tinha apenas um cara tocando violão e tocando um rock meloso demais pro meu gosto. Vou acertar minha conta e me mandar! Não quero ficar ouvindo essas músicas estilo casalsinho! Não mesmo!

Opa! Só não contava que a Charlotte e o Darcy me acompanhariam, pena que a minha amiga só chegou até a calçada e logo deu uma desculpa que tinha aula da pós de manhã cedo e precisava dormir.

Eu e Darcy. Em pleno começo de madrugada. Sozinhos. Depois de alguns drinks. Comecei a ficar com medo de mim. Ele precisava mesmo ser tão gato?

Darcy

Não foi difícil convidá-la para uma última bebida. Ao contrário do que imaginei, não recebi uma resposta negativa. Fomos andando um ao lado do outro até o próximo bar, que não tinha uma atmosfera tão agradável como o primeiro. Sugeri andarmos mais um pouco e escolhermos outro lugar. Mas ela olhou para o bar estranho e me olhou, abrindo um sorriso travesso e dizendo que iríamos beber ali mesmo, uma bebida apenas. E depois seguiríamos, de bar em bar, uma bebida em cada, até o fim da rua.

Meu argumento de que eram muitos bares não adiantou, ela simplesmente disse que sempre quis fazer aquilo, e que iria fazer, e entrou no bar que eu não aprovara, me deixando estático. Vi homens mal encarados sorrindo de forma nada respeitosa quando ela invadiu o ambiente, e me apressei em acompanhá-la.

Pedimos nossas bebidas, que ao contrário da aparência do bar, estavam muito boas, e ao terminarmos partimos para o seguinte.

Lizzie

A cara do Darcy ao me ver entrando naquele bar "nada familiar", se bem que bar não é um ambiente familiar de qualquer forma, estava impagável! Imaginei que ele fosse ficar travado e desconfortável, mas acabou relaxando e aproveitando a cerveja. Para ser mais exata, a gente começou a conversar besteira, e acabamos criando "vidas imaginárias" para os bebedores do balcão, e olhe que nunca imaginei que um cara sério como ele pudesse ser tão criativo. E, além, de criativo ele era cuidadoso, no bar seguinte ele me obrigou a trocar o drink por um suco, para amenizar os efeitos do álcool.

Darcy

Pelo visto ela está mesmo precisando comemorar, pois realmente faz questão de entrar em cada bar. Consegui fazê-la trocar um drink por um suco, e agora a convenci de beliscarmos alguma coisa. Quando penso que ela vai pedir algo saudável, sou surpreendido pedindo um petisco que envolve carne, batata frita e queijo empanado, mais pesado impossível. Não resisto e brinco com ela sobre ter certeza que ela não recomenda aquele tipo de comida para seus pacientes, mas ela sorri de um jeito tão encantador que mesmo antes que ela fale, me convence.

Lizzie

É claro que não como isso todo dia. Aliás, raramente como coisas assim, acontece que amo fritas! Sei que faz mal, e por isso não faz parte da minha rotina, mas aquele era um dia completamente atípico, afinal estava saindo a noite, bebendo com o Darcy, e pasmem, me divertindo, então podia sim fechar com chave de ouro e comer besteira. O mais engraçado foi a cara que ele fez quando disse que aquilo simplesmente era um evento raríssimo na minha vida. Mal sabe ele que a minha rotina não envolve nada além de trabalho e algumas pedaladas quando sobra tempo.

Darcy

Ela estava divertida, aberta e sorridente. E linda. Encantadoramente linda. Elizabeth parecia brilhar em todos os lugares onde estávamos. Era bom conhecê-la além do trabalho, era bom ouvi-la, e incrivelmente também era bom falar um pouco de mim, tirar a imagem ruim que eu sei que ela teve ao meu respeito. Aquele assunto veio à tona também, e Elizabeth acabou admitindo que, de certa forma feri seu ego, e percebeu que foi orgulhosa, coisa que não admitia inicialmente.

Desculpamos-nos mutuamente, e aproveitamos o ensejo para brindarmos o fim daquela situação incômoda, com mais uma bebida, em mais um bar.

Lizzie

Definitivamente não quero levantar. Preciso dormir mais. Necessito. Droga! Por que minha bexiga não sabe esperar o fim do meu sono para dar sinais de vida? Vou usar a força do pensamento e logo não vou mais sentir nada. Não quero fazer xixi. Não estou com vontade de ir ao banheiro. Meleca! Não tá adiantando.

Abro meus olhos e me deparo com um quarto totalmente desconhecido. Que porra de lugar é esse? Olho para o meu corpo e apenas a lingerie e um lençol me cobrem. Tenho medo de olhar para o lado, mas realmente preciso, e quando faço, me deparo com ninguém menos que William Darcy vestindo apenas uma boxer preta.

Vendo aquele homem lindo e seminu ao meu lado, só consigo pensar duas coisas: ou me dei muito bem noite passada, ou fiz a maior besteira da minha vida.

Levanto com cuidado rezando para ele não acordar e entro na primeira porta que vejo, que por sorte, é o banheiro. Depois de aliviar minha bexiga assassina, crio coragem para me olhar no espelho e me assusto com o que vejo, definitivamente estou um caco. Olho para o chuveiro e desejo um banho. Paro por um segundo e penso se seria muito íntimo usá-lo, o pensamento só dura mesmo um segundo, porque simplesmente abro a ducha e me jogo debaixo do jato forte de água. Usar o banheiro do cara não é nada perto de dormir seminua ao lado dele. E sabe-se lá mais o que.

Confiro meu corpo e não encontro hematomas ou pontos doloridos, nenhum sinal, de hã, digamos, algo mais "pesado". Permito-me sentir um pouco de alívio. O xampu que ele usa é bom, dei sorte, não vou sair daqui com o cabelo parecendo uma palha. Capricho no enxaguante bucal e me preparo para o embate seguinte, quando vou precisar descobrir o que realmente aconteceu. Enrolo-me numa toalha grande e felpuda e saio do quarto, que agora está vazio.

Por sorte acho as minhas roupas numa poltrona no canto do quarto e me visto para depois sair. Arrependo-me amargamente por ter bebido a esse ponto, e tenho medo do que vou encontrar, mas não posso me esconder para sempre aqui dentro.

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Já sabem, né? Se curtiu, deixa estrelinha. Se amou, procura meus outros livros. Se ficou louquinha e quer ler tudo meu, me segue na página do face, Dira Arrais e no insta dira_arrais! Beijos de luz!!

À primeira vistaOnde histórias criam vida. Descubra agora