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Darcy

Segundas-feiras não costumam ser dias fáceis para mim, preciso avaliar os pacientes que operei na sexta, e decidir pela alta ou permanência no hospital. Além disso, existem as cirurgias agendadas e as de urgência, que podem aparecer a qualquer hora, sem contar com o gerenciamento do meu setor. Anne sabe que se trata de um dia complicado, e por isso evita me envolver em problemas mais gerais do hospital nesses dias. Infelizmente, evitar não significa dizer que estou imune a ser chamado, e naquela segunda-feira especificamente, não queria ter participado disso, embora, tenha sido impossível.

Elizabeth

Não sou covarde. Nem um pouco. Só acho que não preciso procurar problemas. E definitivamente, ter passado o final de semana com o chefe de cirurgia geral é um super problema. Não é muito melhor ficar aqui no meu cantinho e evitar esbarrões pelo hospital? Tudo bem ficar dependendo dos outros para conseguir café e comida, contanto que não precise sair do meu setor.

Darcy

Queria ter tempo para pelo menos mandar uma mensagem a Elizabeth, não quero que ela estranhe o meu sumiço. Aliás, é melhor ficar quieto, não quero que ela se sinta sufocada. E nem prejudicar nosso ambiente de trabalho.

Elizabeth

É um alívio chegar em casa sem ter cruzado com o Darcy hoje. Ele deve estar se sentindo igualmente aliviado. Droga, por que esse pensamento me incomoda?

Darcy

Um dia inteiro e nem sinal de Elizabeth, o que não é de estranhar, já que estive preso resolvendo problemas a grande maioria do tempo. Acho que mandar uma mensagem agora não seria tão ruim.

Elizabeth

Talvez eu tenha me enganado. Talvez ele tenha sim pensado em mim em algum momento, e não se escondido como fiz. Só preciso ser educada ao responder essa mensagem e pronto.

Darcy

Há algo estranho. Ela foi objetiva demais. Preciso falar com ela. Mas não por telefone, pessoalmente, e definitivamente, não agora.

Elizabeth

Que ótimo. Reunião do colegiado e não lembrei. Não adiantou nada me esconder de novo se hoje é dia da reunião mensal com representantes de todos os setores.

E quando penso que não pode piorar, a pauta discutida foi a possibilidade do hospital se transformar em hospital-escola, com projetos de residência multiprofissional, o que seria maravilhoso, assim teríamos a oportunidade de colaborar na formação prática de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais! Nós temos tecnologia de ponta e profissionais excelentes, que poderiam contribuir em colocar no mercado profissionais capacitados, e ainda receberíamos verba das universidades por isso, podendo assim arcar os custos dos leitos beneficentes. Seria incrível.

Seria, se o Darcy não tivesse uma postura arcaica de homem das cavernas. 

Seria, se ele não resolvesse colocar todo tipo de complicador inexistente e emperrar essa decisão. 

Seria melhor ainda se eu calasse a minha boca e parasse de discutir sobre os argumentos. 

Não, não seria. Não me calo quando estou certa.

Darcy

Aquele, para mim, era um assunto difícil. E a situação piora quando a mulher que você teve nos braços e ainda gostaria de ter, decide bater de frente com você. Não queria ter esse embate com Elizabeth, não queria que discordássemos em relação à entrada de residentes no hospital, mas infelizmente, é o que está acontecendo.

Queria que nesse ponto, ela fosse minha aliada, e não uma inimiga. E se ela fosse um tanto mais razoável poderia enxergar que enfiar profissionais recém-formados em um hospital com pacientes em alto nível de complexidade não era inteligente.

Mas infelizmente, ela não era a única a pensar isso. Para piorar, Anne também estava contra mim, e para tudo ficar ainda melhor, as grandes decisões sobre o hospital só podiam ser tomadas com a maioria dos votos do colegiado, onde no momento, eu estava perdendo. Só me resta adiar essa votação e tentar angariar alguns votos.

Elizabeth

De um lado o Darcy buscando convencer as pessoas de que aceitar recém-formados era um erro. Do outro lado Anne tentando evitar que ele consiga fazer alguns mudarem de ideia. Embora saiba que o interesse de Anne é puramente financeiro, já que o convênio com as faculdades injetariam dinheiro no hospital, e isso ajuda a manter as finanças equilibradas, realmente acredito que ajudar a formar profissionais de excelência seja também nossa responsabilidade, afinal, um dia também precisaremos de ajuda médica, quem sabe se não seremos responsáveis por educar quem vai nos salvar em algum momento?

Darcy

Recém-formados no hospital construído pelo meu pai? Acadêmicos fedendo a leite que não sabem cortar sequer o bife de seus pratos? Não. É um pesadelo. Todo o nome e a reputação desse lugar nas mãos de fedelhos. Não consigo conceber. Tento tomar um café com Elizabeth. Falar sobre qualquer coisa que não seja um problema, mas ela está na defensiva, imediatamente avisa que não está disposta a discutir sobre o projeto dos residentes. Não estou no meu melhor dia, e não respondo no tom que deveria, o que me faz merecer exatamente o que vejo dela, as costas.

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Minhas queridas,

estou muito feliz com a companhia de vocês nessa minha aventura de escrever sobre Darcy e Lizzie, meu casal preferido da ficção! Obrigada por acompanharem, pelos votos, pelos comentários e pelas cobranças, principalmente, porque elas me fazem querer sentar na cadeira e escrever um novo capítulo! Sei que não posto com a regularidade que gostaria, mas realmente minha vida tem sido bem corrida, aumentei minha carga horária de trabalho diária, e me envolvi em projetos inesperados, o que me deixa muito cansada, mas não esqueço da fic e de vocês. Pra amenizar a espera, vou postar uma fic de época que escrevi alguns anos atrás, e particularmente eu adoro. Queria postar aqui editada, como uma história original, mas como ela é tão fofinha assim, decidi postar do jeito que está. Espero que vocês gostem e que possa ajudá-las na espera dos capítulos dessa fic, que ainda estão sendo escritos!

https://www.wattpad.com/story/49762882-coraz%C3%B3n-partio


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