-Como você sabe?- perguntou o Sayen.
-Ele me disse que caso vocês viessem me procurar, algo teria acontecido com ele, e como ele não veio falar comigo há um mês, presumi que tivesse sido possuído ou algo do tipo.- Ela suspirou nostalgicamente. -Meu velho amigo...-
Nos entreolhamos. A velhota... era amiga dele? Ele deveria ter uns 40 anos, então ela...
-Você tem mais de 40 anos por acaso?-perguntou o Kurt. -O Maverick deveria ter uns mil anos, então você deve ter...-
-Não!-gritou ela batendo com o copo na mesa.
-Tá legal!-murmurou o Kurt assustado.
-Kurt! Seu idiota! Você destruiu o clima!-reclamou a Líria.
-Hã? Que clima?-perguntou confuso. Ás vezes a burrice dele me irrita, quer dizer, sempre me irrita.
-Tudo bem! Esquece! Mas o que querem?-ela tomou outro gole da cerveja. -Não vou perguntar de novo.-
-Precisamos de uma nova mestra!-falou a Júniper. -E achamos que pode ser você, afinal foi o próprio Maverick que te recomendou.-
Ela olhou para cima e se levantou deixando o copo na mesa.
-Desculpem...-ela pegou um manto que estava em cima de uma mesa e se dirigiu a porta.-Tenho mais coisas para fazer do que ser babá de pirralhos mal-educados.-
Começou a andar para algum lugar sem olhar para trás. Todos ficamos parados, surpresos e aflitos. O que podemos fazer agora? Isso tá errado! Não deveria ser assim!
-Ei! Espera aí!-gritou a Líria. -Vai ser assim então?-
Ela parou e se virou lentamente para trás.
-O quê?-perguntou.
-Vai deixar esses "pirralhos mal-educados" sozinhos? Sem casa, sem quem confiar, só porque você tem coisas inúteis de velha para fazer?-disse o Darius indo para o lado da Líria. Ela se surpreendeu e logo depois se irritou.
-O que querem dizer com isso?-
-Não temos nada a ver com você! Nada mesmo. Mas precisamos de você! Precisamos de um mestre!-falou a Líria. -Quem vai se responsabilizar se morrermos?-
-Se virem sozinhos! Isso não é da minha conta!-
-Krista! Seja a nossa mestra!- falei. Ela sorriu para mim com desdém.
-Me obrigue!- Ela voltou a andar.
-Você que pediu.-murmurou a Júniper, sorrindo maleficamente.A Krista riu e pôs o manto em volta dos ombros. Agora sim não temos ninguém. Quem vai querer cuidar de pirralhos problemáticos?
-shcel!-murmurou a Júniper.
De repente ela parou de andar e deixou o manto cair dos ombros, e com o olhar assustado, ela se virou para nos encarar.
-O que...você...fez?-
-Te segurei um pouco.- a Júniper falou sorrindo com um olhar que não era dela. -Nada demais... Não vai machucar...-
" Matar..."pensou a Júniper. A Krista tossiu um pouco de sangue e encarou a Júniper assustada.
-Pelo menos, até o momento em que você tentar se mover.-
Todos olhavam para ela sem entender, menos o Darius. Ele parecia...confuso com alguma coisa.
-Ei! Júniper! O que você está fazendo?-gritou a Líria alarmada. Ela pareceu acordar e aquele olhar estranho sumiu. Ela olhou para a Líria.
" O que houve? Me chamaram? Por que estão me olhando dessa forma?"
-Hã? O que foi?-perguntou confusa. Ela se virou para a Krista.
" Essa não. Eu fiz isso?"ela pensou encarando a poça de sangue no chão. A Krista continuou olhando para ela assustada. " Não pode ser! De novo, não!"
De novo? Tem algo acontecendo que eu não estou sabendo? O Sayen olhou para aquilo como se fosse normal. Os dois estão agindo estranho.
" Não pense nesse assunto. Não pense nesse assunto... A Kura pode estar lendo a minha mente agora..." pensava ele repetidamente. A Krista caiu no chão, se levantou rapidamente e irritada encarando a Júniper que continuava a pensar as mesmas coisas.
-Tudo bem! Eu serei a mestra de vocês!-
Todos se entreolharam confusos e percebi que o Kurt estava deitado no chão, parecia nem ter visto aquela cena. O Sekki estava na frente da Sakura, como se estivesse "protegendo" ela da Júniper.
-O que te fez mudar de ideia?- perguntou a Líria.
-Nada demais...- ela encarou a Júniper, que ao perceber isso abaixou a cabeça. -Mas, antes preciso conversar com a garota que usou magia em mim!-
-Por que?-perguntou o Darius.
-Nenhum motivo em particular. É sobre a trinidade!-ela falou olhando para a Júniper, ela ao escutar levantou a cabeça surpresa.-Venham até a minha casa!-
-Você mora numa floresta. Não tem casa nenhuma!-falei rindo. Ela se virou para mim e me deu outro soco.
-Não reclame, a não ser que prefira dormir aqui!-Olhei em volta. Cheio de homens bêbados e mendigos. Ficar aqui está fora de questão!
-Para de me bater!- gritei socando ela de volta.
-Queda de braço então?-
-Claro!-
-Parem com isso! Temos coisas mais impor...- falou o Sayen.
-Cala a boca!-gritamos ao mesmo tempo.
-De novo...?-choramingou ele.
-Kura e Krista!-gritou a Líria. Provavelmente acabou sendo influenciada pela nossa luta. -Se vocês não pararem de brigar... Vão acabar tendo outra oponente, e ela vai ser eu!-
-Cai dentro, Tábua!-gritou a Krista. Essa não. Chamar a Líria de tábua... significa o fim. Ela sempre se irrita.
-Tábua...?-murmurou a Líria irritada. Dava para sentir a raiva dela no ar.-Você me chamou de...tábua?-
-Essa não! Alguém tem que segurar ela, e não vai ser eu! Ainda tenho cicatrizes da última vez.-gritou o Darius brincando. O Sayen segurou a Líria pelas costas e ela começou a tentar partir para cima da Krista.
-Eu não sou uma tábua!-gritou ela. -Ainda vou crescer!-
-Qual é o problema dela?- perguntou a Krista.
-Bem, vamos?-falei com um sorriso estranho na boca.
-Ah...-concordou ela ainda meio bêbada.- Me sigam!-
Seguimos ela por um tempo até uma floresta esquisita. Acho que essa floresta tem mais monstros que lugares para dormir.
-Tem certeza que não vamos ser mortos aqui enquanto dormimos?-perguntei.
-Se eu não morri até hoje vocês estão bem.-ela falou com o sorriso irônico.
-Se eu morrer, o que acontece?-perguntou o retardado do Kurt hesitante em entrar.
-Vai ser só mai um dia normal nessa floresta.-falou ela já entrando.
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Absolute soul: Os escolhidos
FantasyEm um mundo diferente, a luta entre o bem e o mal acontecia. Nesse mundo, pesadelos e sonhos eram realizados por deuses e demônios. Tudo era equilibrado. Mas o mal ansiando o controle de todo o mundo, destruiu esse equilíbrio. O mundo que antes era...