-Tudo bem!-falei. O Kurt estava carregando a Líria agora. Ela parecia meio assustada, eu realmente não sabia que ela tinha medo de sangue.
-Eu limparia esse sangue dela antes que ela acorde. Até porque ela não tem medo do sangue em si, tem medo de tocar em sangue.-gritou a Kura.
-O QUE PRETENDEM AÍ PARADOS? VÃO EMBORA ANTES QUE EU PERCA A PACIÊNCIA! TODOS VOCÊS! -
-Foi mal cara. Ignoramos esse tipo de coisa porque eram ordens do Maverick mas agora que sabemos a verdade o pau vai cantar.-disse o Sayen sorrindo triunfante.
-Essa fala foi péssima, Sayen.-disse a Kura rindo.
-Vamos indo! Boa sorte!-falei me virando junto com o Kurt.-Sério, dêem uma surra nesse idiota!-
Começamos a correr. Eu estou com um pressentimento, um dos péssimos, o Kurt também parece sentir algo assim. Isso não pode ser bom.
Darius...
-Quantas chances existem do Darius ter se perdido e nem estar no castelo ainda?-perguntei.
-Ele está no castelo, ok? Eu seria estúpido o suficiente para me perder assim, ele não.-falou frio, mas essa frieza é devido a preocupação que está sentindo agora, acho.
Como fui burra. Tudo isso é minha culpa. O Kurt está preocupado, a Líria está desmaiada e, eu... bem, estou aqui me culpando. Não posso me sentir culpada agora, me preocupo em me culpar por isso depois.
-Kurt, o que você acha que o Darius vai dizer quando vir que viemos atrás dele?-
-Eu não acho nada, só quero que a Líria acorde logo para que possamos ir mais rápido. -
---X---
Escutamos uma explosão enorme vinda do lugar onde a Kura e os outros estávamos. A fumaça esquisita que apareceu depois me dizia que não fora uma explosão comum.
A magia do Sayen. Deve ser isso.
-O portão está logo à frente.-disse o Kurt.
A Líria se retorceu um pouco. Pobrezinha, chegar perto do Darius nessa situação não deve ser legal. Ela provavelmente nem sabe que o ritual que fizemos era para amenizar isso.
-Isso significa que estamos perto dele. -falei apontando para a Líria.
Passamos pelo portão e nada de anormal aconteceu, bem, até que parecia que havíamos voltado três meses. Eu esperando o Darius acordar enquanto treinava a minha magia, a Kura esperando a Líria acordar e todos nós preocupados em derrotar monstros e demônios horriveis, possívelmente, muito mais fortes que nós.
-Ouviu isso?-perguntou o Kurt pondo a Líria no chão. Abrimos a porta da entrada e eu finalmente escutei, era a voz do Darius.
-Eu descobri também. -falava a voz dele. Só aquele segundo escutando a voz dele já me fazia respirar fundo e relaxar um pouco mas ao mesmo tempo me passava um nervosismo inesperado.
-Impossível!-Falou outra voz. Parece que vem do quarto do Darius, mas como o Kurt conseguiu escutar? Eu tenho uma audição melhor por causa das orelhas de raposa mas ele não tem nada disso. A amizade deles dois é tão forte assim?
O Kurt começou a correr subindo as escadas e deixou a Líria ali no chão. Parece que eu vou ter que carrega-la.
-Vamos lá, Líria.-falei pondo ela nas minhas costas. -Ai! Você é mais pesada do que parece.-
-Estou fazendo dieta.-resmungou ela ainda desmaiada.
-Ok, ok.-murmurei e comecei a subir as escadas bem devagar para não derrubar a Líria.
-Ah, que ótimo. Mais de vocês. Assim fica difícil acabar com todos um de cada vez.-falou aquela voz ficando mais alta.
Demorei um minuto a mais que o Kurt para chegar no quarto do Darius e pelo visto, cheguei tarde.
-Me deixa te ajudar! Darius! Você não foi treinado direito!-gritava o Kurt.
-O que está havendo?-perguntei encostando a Líria numa parede, só aí o Darius pareceu me notar.
-Júniper?-murmurou ele me encarando. Tive que desviar o olhar, não dava para retribuir. Ele coçou um pouco os olhos e piscou várias vezes para ter certeza de que não estava sonhando, e eu fiquei tentando pensar em algo para dizer.
-Nunca se distraía do seu adversário, idiota!-gritou a voz. Era o mestre Ond. Ele estava correndo até o Darius, a princípio não entendi porquê mas depois percebi que o darius estava cheio de cortes que não paravam de sangrar e que parecia muito cansado.
O mestre Ond usou a sua espada para derrubar o Darius e aponta-la para o seu pescoço.
-DARIUS!-gritei tentando correr até ele mas havia algo parecido com uma barreira em volta deles.-NÃO, NÃO, NÃO! -
-Pequena Jú.-disse o mestre Ond me encarando.-Realmente, achei que você fosse ser a última pessoa no mundo a trair o Maverick mas acho que me enganei.-
-Do que está falando?-perguntei batendo na barreira com os punhos.-NÃO MATAMOS O MAVERICK!-
-Palavras tolas vindas de uma traidora.-disse o mestre Ond desviando o olhar para Darius que já não conseguia se levantar.-Nunca pensei que você fosse parecer tão patética, Pequena Jú. -
-Não pode mata-lo!-gritei.
-Sai da frente, Júniper!-disse o Kurt usando a Dillia nas mãos. -EU VOU DESPEDAÇAR ESSA BARREIRA IDIOTA!-
O Kurt tentou cortar a barreira com a Dillia mas não funcionou. Ele continuou tentando, e tentando mas não estava dando em nada.
O mestre Ond riu.
-Pare com isso garoto, se conseguir só vai atrasar o inevitável. Olhe como ele aceita.-ele apontou para onde deveria estar o Darius mas na verdade só tinha uma mancha enorme de sangue.
-Cuidado onde pisa!-murmurou o Darius com a espada embaixo dos pés do mestre. Ele puxou a espada derrubando-o e então levantou a mão triunfante.
-Peguei!-falou segurando algo com a mão fechada. Ele me olhou e sorriu. -Otário! -
-Maldito!-gritou o Mestre.
O Kurt continuava a tentar destruir a barreira mas não conseguia fazer nem um arranhão.
O Mestre deu uma rasteira no Darius, pegou a espada rapidamente e fincou no estômago dele. O Darius gritou de dor, foi um grito tortuoso, o sangue não parava de jorrar.
A Líria gritou também ali atrás mas foi diferente.
-Darius!-gritou ela se levantando. Ela sorriu e caminhou na nossa direção escondendo seus olhos e sorrindo.-Bereak!-
A barreira se partiu em pedacinhos assim que ela a tocou.
-O que é isso?-perguntou o mestre Ond assustado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Absolute soul: Os escolhidos
FantasyEm um mundo diferente, a luta entre o bem e o mal acontecia. Nesse mundo, pesadelos e sonhos eram realizados por deuses e demônios. Tudo era equilibrado. Mas o mal ansiando o controle de todo o mundo, destruiu esse equilíbrio. O mundo que antes era...