Capítulo 28: Não me deixe ir

93 9 5
                                    


(Júniper P.O.V)

-Nielsmither, eu não sei o que fazer...-choraminguei me sentando naquela banheira enorme de água morna.-Ele arriscou a vida... meio que... por mim e eu não sei se fico contente com isso ou perturbada.-

-Senhora Júniper, não precisa pensar assim. A senhora é uma grande mulher e isso só mostra o quanto ele te ama não importa o que vier pela frente.-falava a minha ajudante do castelo.

Meu coração doía, e isso não deveria estar acontecendo, certo? Eu deveria estar feliz, certo? Mas, por que então sinto que estou chorando mais por dentro que por fora? Isso é doloroso e por mai que eu quisesse, parecia impossível parar.

Depois do ocorrido, nós haviamos sido aceitos de volta para o castelo, o que era bom porque o cheiro ruim de cerveja não existia mais, só no quarto da Krista.

A Kura estava do lado de fora, ela tentou me ajudar mas não conseguiu, e com as paredes finas do banheiro com certeza ela estava escutando.

Eu levantei meu olhar e tentei achar algo para me entreter. Só havia a parede pintada pela Líria assim que ela chegou aqui. Alguns corações e algumas ameaças de morte ao Darius por ter tentado nos espionar. Elas eram engraçadas, eu teria rido se não estivesse tão triste.

A Kura estava na porta agora. Parecia querer falar algo mas estava incerta. Ficamos em silêncio apenas ouvindo as gotas de chuva caírem do lado de fora da janela.

-Jú, vai para o seu quarto descansar, aqui não é o melhor dos lugares para isso. Sem ofensas Niel.-

A Niel riu e se curvou ao perceber a sua presença.

-Pode ir na frente. Eu vou... daqui a pouco, ok?-

Ela demorou um pouco para responder.

-Tudo bem, mas não demore tá?

-Sim.-

(Sayen P.O.V, no bar da Krista)

-O clima não está muito bom. O que acha de esperarmos essa chuva passar para levarmos essas coisas para o castelo?-murmurou o Marxus tentando puxar conversa.

Ele me irritava tanto. É estranho já que me considero um cara bem calmo. Cada palavra dele fazia o ódio crescer, como se tudo isso fosse na verdade para me irritar.

Fiquei calado e deixei aquela pergunta sem resposta.

-Ei, eu estou falando com você!-

Baixei o meu livro de magia que eu já tinha lido várias vezes mas cada vez que eu relia conseguia ver algo novo e guardava aquela informação para mais tarde, quando se tornasse útil.

-O que foi? O que quer agora?-resmunguei me levantando.

Ele respirou fundo e sorriu de uma forma esquisita como se estivesse apenas se divertindo comigo.

Eu me aproximei dele irritado e segurei a gola da camisa dele. Ele sorriu mais ainda.

-O que é que você quer, otário?-

Ele soltou outro sorrisinho cínico.

-Quero que a sua memória volte, Arxus. Você precisa se lembrar.-

Eu soltei ele e o empurrei com força.

-Você é o meu irmão. Eu sinto a sua falta, sabe?-ele sorriu a ver a minha cara de raiva.-Arxus, eu...-

-Não me chame assim! Meu nome é Sayen! Eu não sou o idiota do seu irmão que deve estar morto nesse momento numa vala suja qualquer nos arredores da sua cidadezinha bosta só porque você perdeu ele. Isso mesmo, a culpa é sua. Eu só quero que você me deixa em paz.-

Absolute soul: Os escolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora