Capítulo 21:Darius!

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Eu estava com fome, com muita fome, então qualquer coisa serviria, até mesmo a carne nojenta de um monstro. Desde que eu fritasse ela até carbonizar para não sentir nem um pouco daquele gosto horrível, estava tudo bem.

-Não, não está tudo bem! Isso é péssimo! Que troço nojento é esse?-murmurei quase vomitando após uma mordida. Matar o monstro foi difícil sozinho mas comer isso é bem pior. Por quê isso aqui não é como florestas normais? Podia ter pelo menos alguma daquelas frutas sem gosto.-Será que foi uma boa escolha fazer isso...? Deixei todos lá, fui egoísta...-Me desanimei um pouco.- Não, claro que não! Isso é pela Júniper, e também por mim mesmo.-

A Líria até se declarou para mim e eu ignorei, por falar nisso será que ela está bem? Será que o Kurt está bem? Será que a Júniper está bem? Ahhh, o pior de tudo é que não tem como eu ter noticias deles. Eu suspirei irritado.

-O que eu faço Lobiks?-perguntei.-Essa não, já comecei a falar com você de novo... Melhor voltar a caminhar até o castelo. Não está muito longe, veja!-

O Lobiks latiu para mim e começou a andar na minha frente. Tenho que chegar logo e recuperar... aquela coisa para a Júniper.

Bem, tenho certeza que não era tão longe assim da última vez, na verdade era relativamente perto mas acho que eu não precisava ter entrado na floresta, provavelmente havia alguma estrada para lá. Como sou idiota!

-Que foi amigão?-perguntei quando o Lobiks começou a pular em minha volta e latiu, estávamos, literalmente, na frente da entrada para o castelo.-Reconhece esse lugar? Claro, íamos ficar aqui sabia? Foi por pensar assim que acabei deixando aquilo aqui.- 

Ele não se acalmou. Talvez não seja isso.

"Corra!"

-Hã?- Uma explosão aconteceu exatamente do meu lado e ela me arremessou para uma árvore, que era bem dura pelo visto.-Ai! O que é isso?-

-É ele! Peguem-no!-gritou uma voz familiar.-É um dos que mataram o Maverick!-

O quê? Como eles podem estar pensado isso? Não somos os escolhidos?

Quando a fumaça abaixou e vi o rosto dele foi que percebi que ele era o cara que todo dia falava com o tal Maverick. Bem, atrás dele dez pessoas, aparentemente sem experiência de luta, estavam armadas.

-Esperem! Eu vim em paz!-gritei me levantando devagar. Aquilo não tinha me machucado nem um pouco.-Só quero entrar, pegar uma coisa e sair!-

-Quieto, traidor!-gritou ele.-Agora! Usem o treinamento!-

Todos vieram para cima de mim. Eram tão fracos que eu, que só havia treinado por duas semanas, consegui desviar sem problemas de todos eles, mas o tal cara foi mais difícil, consegui desviar do mesmo jeito.

-Ruína de Pllateía!-gritou e não consegui mais me mover.-Prisão por juramento!-

- O que é isso?!-

-Atrito por... trinta dias!-gritou batendo um cajado no chão. Consegui me mover novamente.

-O que foi isso, cara?-

-Não vai mais poder usar seus poderes de escolhido por um mês inteiro, na verdade, isso nem vai importar, você vai ser morto amanhã. Pelas minhas próprias mãos!-Ele sorriu e se virou de costas. -Levem-no para dentro!-

-Hã?-Tentaram me pegar mas continuei desviando com facilidade.-Mas, eu me sinto normal.-

Ele só levantou a mão fazendo sinal de cinco, depois de quatro, três, dois e...

"Darius! Amigão, acorde agora!"

Senti a língua do Lobiks passar pelo meu rosto e me acordar.

-Então é a sua voz que está na minha cabeça.-murmurei acordando devagar. Minha cabeça doí.-O que houve?-

"Dentro do castelo, cara!"

-Você fala igual a mim... ou...pensa, sei lá.-comentei rindo.-Espera?! dentro?! Consegui entrar? Eba, é isso aí!-

" Não comemore! Você não conseguiu entrar, você foi capturado."

-Hum, antes de eu pensar sobre isso, tem uma pergunta muito importante na minha cabeça que eu sempre quis fazer para você.-falei e ele latiu.-você é macho ou fêmea?-

" Como... é que... Ahh.... Essa é a sua pergunta importante?"

Eu assenti.

"Eu sou macho... e você é um idiota... Ah, espera! Se você é, eu também sou. Essa não."

-Como assim?-

" Explico depois! Vamos, achei uma saída!"

Era o mesmo lugar daquele ritual que fizeram comigo e a Líria há algum tempo. Ainda não nos explicaram direito o porquê daquilo mas é melhor não questionar por enquanto. Havia um buraco um pouco grande na parede, não sei como não perceberam antes de me colocar aqui. Eu saí sendo guiado pelo Lobiks, e ele sendo guiado pelo nariz.

-"Está tudo em ruínas..."-Ouvi alguém cantarolar isso, a voz estava se aproximando. O Lobiks parou.-" Enquanto eu só posso observar e deixar a minha cicatriz crescer... Onde deveria começar?"-

-O que é isso?-sussurrei e o Lobiks latiu. A cantoria parou, e o Lobiks correu para um corredor na direita.

" Vem! Peguei uma refém!"

-Isso é...isso é um cachorro???-gritou a voz feminina.-É o Lobiks?-

Como ela sabe o nome dele? Corri na direção em que ele foi. O rosto dela... Júniper?!

-Júniper?!-gritei surpreso.

-O traidor...-murmurou ela, a voz era diferente, não é a Júniper. Segurei ela pelo pescoço.

-Onde fica o meu antigo quarto? Me leve lá!-

-Socorro! É o traidor!-

-Não sou traidor! Fica quieta!-falei tentando fazer ela ficar quieta. Ela me assustou. Não posso encontrar a Júniper ainda, pelo menos já estou no castelo. Ela me levou até o quarto e eu tive que trancar a porta com nós dois ali dentro.

"Tudo bem! Não tem ninguém aqui!"

-Vou procurar!-

Talvez eu devesse usar o meu fone para prender ela. Tirei o meu fone e tentei transforma-lo em uma barreira mas... não funcionou.

-O mestre Ond tirou seus poderes idiota!-murmurou ela.- Agora você não pode fazer nada e nós vamos vingar o mestre Maverick!-

-Para de falar assim comigo.-falei preocupado. O que eu faço agora?-Não matamos o Maverick!-

-Mentiroso!-gritou ela. Eu suspirei irritado e ela cuspiu no chão.-Idiota!-

Melhor ignorar ela, não dá para sair mesmo. Comecei a procurar embaixo da cama, dentro do armário, atrás dos vasos de planta... Nada! Absolutamente nada! Onde eu pus essa droga?

-Obrigada Lix por ter avisado tão rápido.-disse a voz daquele nome, acho que é o tal " mestre Ond", ele veio flutuando na varanda.-Está procurando por isso?-

Ele mostrou o colar. Ele o têm! Corri até ele e tentei pegar mas ele desviou a mão.

-Isso não é mais seu. Não tens mais direito a nada, você é um cara morto!-gritou a garota correndo para perto dele.

-Vou adiantar a sua execução para hoje e, agora.-disse ele guardando o colar no bolso.- Que tal uma luta meio injusta?-

-Do que está falando cara? Eu não quero lutar.-

-Eu também não iria querer lutar contra mim. Tome esse espada!- Ele fez uma espada aparecer na frente dele e a jogou para mim.-É uma luta meio injusta porque eu posso usar os meus poderes e você não.-


Absolute soul: Os escolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora