Capítulo 38: Kura e Darius!

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Só depois de acordar com uma dor de cabeça terrível que eu entendi as palavras do Sekki. A luz do sol batia na minha cara e só deixava dúvidas na minha cabeça, bem, além da dor.

Como diabos eu cheguei no meu quarto?

De qualquer forma, não fazia sentido. Na minha profecia não tinha nada falando de morte. Ele provavelmente estava brincando.

-Acordou?-perguntou a voz do Sayen. Ele estava sentado na janela aberta e me encarava sério.

-Com uma dor de cabeça do inferno.-respondi me sentando devagar para não aumentar a dor.-Sayen, o que está fazendo aqui no meu quarto? Quer levar uma surra, palhaço?-

-Eu quero que você receba uma mensagem.-

-Mensagem? Não estou com humor para isso. Dá o fora antes que eu me irrite de vez.-

-É uma mensagem de alguém especial.-disse se levantando e caminhando até mim sem mudar o rosto.-Quero que veja o que o Marxus fez.-

Foi então que ele sorriu. Parecia um sorriso comum mas havia algo de diferente. Não sei explicar, só o que sei é que eu não queria ter olhado diretamente para os seus olhos.

Estavam, de certo modo, aterrorizantes.

-Preste atenção.-ele murmurou algum feitiço e a minha dor de cabeça só aumentou muito, muito mesmo, até que um momento em que eu não senti mais nada.

Só a vontade de socar a cara dele até quebrar aquele sorriso estúpido.

(Darius P.O.V):

Ele fez. Ele definitivamente falou o nome do cara dos pesadelos. A Líria só fica desse jeito quando fala dele.

Mas como... como o Marxus sabia? Ela só contou para mim sobre ele. Eu acho.

-Bem, esta vai ser uma visita rápida.- disse o Hide enquanto nos guiava pelo clã.

Aquele lugar estava mais para um conjunto de mercadores e cientistas que tentavam à qualquer custo vender as suas bugigangas.

O Hide percebeu que eu encarava e sorriu de um jeito irritante.

-São da parte pobre da família. O que eles montam, bem, não recebe mérito e é inútil.-

-Mas têm várias coisas legais por aqui.-disse o Kurt.

-Se você diz...-disse o Hide debochando dele.-Bem, estão vendo aquele muro alto ali na frente?-

Ele falava de uma barreira enorme de mármore que parecia não ter fim. Estava bem no meio da cidade e parecia isolar uma parte da outra.

-É bem grande. Mas, e daí?-

-Quando passarmos por ele que as coisas ficam interessantes.-completou.-Não temos poderes mágicos como vocês mas temos algumas coisas parecidas.-

Passamos ao lado de um dos mercadores que pareciam desesperados para vender algo e ele tentou convencer cada um de nós à comprar. O Hide disse para não comprarmos e ele pareceu desolado.

A Líria andava atrás, bem atrás de todos e o Marxus alternava entre a Júniper e o Kurt.

Paramos bem na frente de um portão enorme e o Hide gritou alguns palavrões bem enfurecidos, logo depois o portão foi aberto por uns guardas mal-humorados.

-É chegada a hora.-disse ele rindo enquanto nos guiava para dentro.

O tamanho daquele lugar era inacreditável mas nem tive tempo de me impressionar porque as bugigangas de antes nem se comparavam com as de agora. Nem mesmo no nosso mundo havia algo assim. Armas, bombas, armaduras, espadas, lixo nerd em geral.

-Oh, nossa!-gritou a Júniper ao ver um robô que tinha a forma de uma raposa de paletó segurando uma bandeija. Ela correu até a barraca em que ele estava e ficou o olhando.-Que fofo!-

Paramos de andar para esperar ela e o Hide parecia impaciente. O Kurt ficava olhando para o muro e tentava ver até onde ele iria.

-Gostou moça?-perguntou o vendedor sorridente.

Será que eu consigo comprar isso para ela? Olhei na minha carteira e não havia uma só moeda. Estar liso é uma droga.

-É um trabalho muito bem feito!-disse ela. O homem ligou o robô e ele começou a cumprimentar ela oferecendo um copo de limonada.-Líria, isso é inacreditável! Você têm que ver!-

A Líria negou com a cabeça sem falar uma palavra. Isso desanimou a Júniper e ela voltou a ficar do lado do Hide.

-Ficar aqui no meio de tantos homens feios sem nenhuma dama além de vocês duas me dá nos nervos. Sem parar agora, ok?-disse ele voltando a nos guiar.

Concordamos.

~*~

Depois de andar muito mais do que pensei, o cheiro de metal e óleo usado começava a me irritar. Sem falar do barulho de metal batendo em metal. Pelo que consegui ver, eu não era o único.

Chegamos em outro portão e novamente ele gritou alguns palavrões para que o abrissem.

-É bem mais fácil pedir, "Hidiota"!-disse uma mulher que esperava atrás do portão.-Quando você vai aprender?-

-É uma pena encontrá-la tão cedo, irmãzona.-disse o Hide atravessando o portão.

-Quem é ela?-perguntou o Kurt para mim.

-Não faço idéia.-

-Que dama mais agradável.-falou o Marxus sorrindo e indo beijar a mão dela. Ele recebeu um tapa em troca.

-Ela não é uma dama. É a minha irmã mais velha, Kyara, a líder do clã.-disse o Hide se apoiando nela. Não importava como eu olhasse, ele parecia ser o mais velho.-Acreditem, ela não é uma dama. Já é um milagre acharem que ela é mulher, não exagerem. Desde que minha mãe me explicou o que é uma mulher que eu desconfio de que a Kyara não é.-

-São os escolhidos,né? Sejam bem-vindos ao clã mais rico de Velibra. Aproveitaram a visita?-disse ela dando um mata-leão no Hide. Ela sussurrou "Pede para sair!" no ouvido dele e o soltou.-Vamos para a minha casa conversar.-

(A imagem é a líder do clã, Kyara)

Absolute soul: Os escolhidosOnde histórias criam vida. Descubra agora