Retribuição

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Maya

Adrian estava confuso e um pouco assustado por estar ali. Assim como eu, ele não sabia o que estava acontecendo. Fomos informados que se tratava de um testamento. Adrian havia comentado que seus pais tinham morrido, assim como os tios. Não havia quem deixar algo para ele. Acreditava estar sozinho todo esse tempo.

O delegado a nossa frente arrumava alguns papéis e remexia uma pasta. Finalmente achou o que estava procurando e nos fitou seriamente.

— Você é Adrian James, então... Demoramos a te achar rapaz.

O homem de meia idade estava em forma e tinha uma mania estranha de ficar mexendo em sua barba rala.

— Eu... Me mudei recentemente — Adrian estava relutante, olhando-me.

— Sim, ficamos sabendo. — O delegado sentou-se à nossa frente, limpando a garganta e deixando claro que não daria maiores explicações de como achara Adrian.

— Bem garoto, você tem uma grande quantia para receber, além de uma carta pessoal e alguns pertences.

— De quem? — Adrian estava chocado e também podia ver desconfiança em sua expressão.

Olhei-o e segurei sua mão, apertando-a em um gesto de apoio.

— Na carta pessoal, ele te chama de neto.

— Será que... Connor?

— Sim, é ele. Parece que vocês não se veem há anos, não é mesmo?

— Mal me lembro dele. Pensei que já estivesse morto.

— Ele parece lembrar bastante de você senhor James, e veio a falecer há pouco tempo. Bem, agora vamos tratar de toda sua herança.


Adrian

Eu não sabia exatamente o porquê, mas a presença dela mudava tudo naquele momento.

Eu jamais poderia imaginar que tinha um avô que sabia da minha existência... E muito menos que ele me deixaria alguma coisa. Na verdade, muita coisa.

Connor pelo que me lembro, sempre foi legal comigo. Porém, faz muitos anos e mal me recordo de seu rosto. Eu ainda não entendia porque ele resolvera deixar tudo para mim. Se estava vivo... Por que quando meus tios morreram não havia me procurado, sabendo que eu estava sozinho? Nove anos de minha vida que pensei ser órfão e esse tempo todo, meu avô estava vivo.

Passamos horas até resolver tudo sobre minha herança e fiquei aliviado ao saber que mesmo com crimes cometidos, a polícia não tinha conhecimento de nada. Ou não tinham provas.

Alguns dias se passaram até tudo se resolver, precisei fazer uma conta no banco e assinar muitos papéis, conversei com o advogado do meu avô e com outras pessoas que pareciam conhecê-lo bem.

E o melhor de tudo é que Maya estava ao meu lado, deixando-me só para trabalhar e ir à faculdade. Ela fazia toda a diferença.

Seus amigos, Daniela e Rick haviam partido para uma viajem de três meses. Maya andava triste com toda a situação. Com os amigos longe, a mãe em um mar de sofrimento e eu confuso com tanta coisa ao mesmo tempo. Mesmo assim ela sempre esteve firme e forte quando precisei dela.

Estava na hora de retribuir todo o seu apoio.

Estava saindo do banho quanto escutei a porta da frente da casa se abrir e fechar. Dianna estava trancada no quarto, como sempre. Então só poderia ser Maya.

Minha Segunda Chance (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora