Negócios

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Maya

Eu sentia, sentia tudo ao meu redor tremer, mas, na verdade, era apenas eu mesma que tremia. Meus lábios estavam secos e meus olhos arregalados, qualquer ruído me fazia tremer. Qualquer ruído daquele poderia ser o meu perseguidor.

De alguma forma eu sentia que algo aconteceria, o desejo de correr só crescia a cada segundo. Mas, eu não podia. O mais seguro era ficar escondida, longe dos olhos especulativos dos meus colegas de trabalho.

O medo do meu telefone estar de alguma forma grampeado, foi superado pela vontade de fazer alguma coisa. Ignorei todo o nervosismo e digitei os três números que jamais quis usar.

"911. Qual a sua emergência?"



Adrian

O silêncio de Maya estava começando a me preocupar, já haviam se passado vinte minutos do seu horário de saída do estágio.

Estabelecemos que um mandaria uma mensagem para o outro a cada duas horas, assim não haveriam preocupações. Em sua maioria eram códigos, palavras soltas, mas que significavam algo para nós.

Maya jamais atrasara alguma mensagem, então resolvi lhe mandar uma.

"Está tudo bem?"

Ignorei os funcionários que me desejavam boa noite e antes mesmo que pudesse pensar com clareza, me vi indo para o estacionamento onde meus seguranças já se encontravam.

— Roger, você pode contatar o Harry? Gostaria de saber se está tudo certo com a Maya.

Roger era o chefe entre todos os seguranças que eu havia contratado. Ele se revezava entre Maya e eu, no momento ela estava acompanhado por William e Harry.

— Claro, senhor. Um momento.

Olhei para o meu telefone mais uma vez, checando se havia alguma nova mensagem e obriguei-me e ficar calmo quando vi que não havia nenhuma notificação. Gesticulei para Roger que falava ao telefone e entrei no carro.

Eu não esperaria. A empresa onde Maya estagiava, não ficava longe.



Maya

Passos, o som de sapatos de salto alto batendo contra o piso se tornavam mais próximos a cada segundo. Tentei usar uma das estantes do arquivo como esconderijo, mas sabia que isso não ajudaria por muito tempo.

Poucos estagiários tinham acesso a essa sala, eu esperava que fosse apenas uma coincidência. Segurei o fôlego enquanto a porta se abria e uma mulher acendia a luz.

Não demorou muito para que ela me visse.

— Maya! Caramba que susto! Você está bem?

Henley parecia confusa, e antes que eu pudesse notar, estava abraçando-a.

— Henley! — exclamei.

— Maya, você está tremendo! O que aconteceu?

Afastei-me dela e rapidamente fechei a porta da sala. Eu tinha que ficar escondida até a polícia chegar.

— Nada, eu só... Estava descansando um pouco.

Eu gostaria de me bater por ser uma péssima mentirosa. E é claro que ela percebeu.

Minha Segunda Chance (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora