Maya
Minhas pernas tremiam e o único som além dos meus passos descoordenados, eram os gritos de Jack.
O som estava cada vez mais distante, afastando-se e abafando-se enquanto eu corria.
Eu sabia que não tinha muito tempo, aquele tiro não manteria Jack no chão para sempre. Eu queria me xingar por nunca ter aprendido a atirar, mas teria que fazer isso depois.
Mal tivera tempo de pensar sobre o cenário que deixara para trás. O chão claro, agora continha manchas do sangue de Jack, mais precisamente da sua perna direita, onde eu havia acertado. Haviam também fios de cabelos grudados no líquido pegajoso. Aquele vidro tinha cortado uma boa parte do meu cabelo. Mas eu não ligava, não ligava que tinha atirado em um homem, ou destruído meu cabelo e a pele da minha bochecha. Eu estava livre. Ou poderia ficar.
As escadas pareciam não acabar, e quando cheguei ao primeiro andar, soltei um suspiro cansado. Eu não era atlética o suficiente para algo assim. Porém, a adrenalina teria que me ajudar.
No desespero, quase bati de cara na porta da frente do prédio, rapidamente retornei, achando o botão que abria a porta eletrônica, pronta para correr pelas ruas escuras a procura de um caminho para sair de onde estava.
Adrian
O endereço era no bairro nobre da cidade, as ruas já estão iluminadas por postes de luzes amareladas e nada mais se ouvia ali. As casas estavam quase todas apagadas, a maioria das famílias dormindo para se preparar para um novo dia da semana.
Os seguranças estavam em dois carros, seguindo-me em velocidade lenta, faltava pouco para chegar no tal prédio. Eu rezava baixinho enquanto me preparava para mais uma investigação.
" É o prédio à frente, chefe"
Quase pulei de susto ao ouvir a voz de Roger soar pelos altos falantes. Sem respondê-lo, parei o carro um pouco antes de chegar a frente do endereço e segurei firme no volante.
Ela estava ali, tinha que estar.
E estava.
Meus olhos não acreditavam no que viam, Maya saía esbaforida e confusa do prédio elegante ao mesmo tempo que eu descia do carro.
Corri ao seu encontro e ela arregalou os olhos, segurando um grito.
— Não chegue perto ou eu atiro! — gritou.
Rapidamente, tirei o capuz do casaco velho que usava e levantei as mãos. Maya apontava uma arma diretamente para meu peito e tentava controlar a tremedeira que estava presente em todo o seu corpo.
— Adrian?
— Sou eu. Maya meu amor, sou eu.
Eu não fazia ideia pelo que Maya esteve passando por todo esse tempo e muito menos quanto isso tinha a afetado. Ela apontava uma arma diretamente para meu peito, enquanto tentava controlar a tremedeira.
— Adrian! — gritou e abaixou a arma.
Ela continuou parada no mesmo lugar, olhando-me como se eu fosse apenas um fruto de sua imaginação.
— Sou eu. Sou eu, está vendo? — me aproximei calmamente, olhando-a intensamente.
Ao longe, pude ouvir gritos de Jack e xinguei por isso. Ela ficaria mais assustada.
De repente, algo mudou em seus olhos. Ela pareceu se dar conta do que realmente estava acontecendo e correu em minha direção. Em segundos, Maya estava em meus braços. Ela me apertava forte e respirava perto do meu pescoço. Mas não havia lágrimas, não havia sequer um ruído. Apenas sua respiração e o cheiro de sangue.
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Minha Segunda Chance (Finalizada)
Любовные романыEle não suporta a ideia de criar novos laços e ela não suporta mais permanecer sozinha. Maya aguentou calada sua vida inteira seu pai bêbado e sua mãe depressiva. O que mais a machuca é a forma que os dois não a suportam, mesmo sendo ela a única pes...