Maya
Era estranho como a mente divagava por assuntos aleatórios quando estávamos prestes a ir de encontro a uma situação enervante ou de extrema importância.
Estava vivendo um conflito, entre pôr a mim e meu filho em perigo e salvar a minha mãe. Sim, eu tenho bastante amor próprio, porém se tratando do bebê dentro de mim e de Dianna, logo chegava a conclusão que era a menos importante. Não se tratava de exageros e sim de prioridades.
Não achava justificativa suficiente para os riscos que estava prestes a correr. Mas, achava sentido, razão e dever. Eu protegeria os dois e pedia um pouco da compaixão de Deus para isso.
Não tinha o costume de ir a missas ou fazer as tradicionais rezas. Eu apenas conversava com o que achava ser uma força maior que eu. Sempre achei de um profundo egoísmo aqueles que se achavam os mais superiores e corretos. Eu não era superior a ninguém e clamava não só a mim mesma, mas a essa força poderosa que sabia e sentia, existir, que me ajudasse.
Eu queria minha mãe em segurança e também ao meu filho. Esperava que Adrian fizesse o que pedi na carta e não por capricho, mas sim por necessidade.
Ele me entenderia, ou ao menos, tentaria. Isso eu sabia.
Adrian
Eu me perguntava como as coisas podiam se complicar tanto de uma hora para outra. Mas, a verdade é que não importava. Tentar achar justificativas para problemas era tão inútil quanto tapar o sol com uma peneira. Era preciso resolver. E Maya não havia perdido tempo.
Deveria confessar minha admiração por ela. A vida toda fora testada e subjugada pela vida e mesmo assim seguira em frente e com uma força extrema. A questão é que ela me deixava louco quando fazia isso. Era preciso ser racional em questões delicadas e apesar de impulsiva, ela usou a racionalidade.
O quarto estava vazio, poucas coisas foram deixadas na cama. E uma delas, era uma carta, um simples pedaço de papel dobrado ao meio. Eu gostaria de negar o que estava acontecendo, mas a verdade, é que o ambiente vazio, já dizia por si só.
Desdobrei o papel e ali estava a letra dela.
"Primeiramente, eu sinto muito. Gostaria que houvessem outras opções, mas nós dois sabemos que era tudo ou nada e eu simplesmente não poderia conviver comigo mesmo, se deixasse Dianna com Nathan.
Você queria resolver isso sozinho. E eu tenho uma ideia melhor, vamos resolver isso juntos. Como sempre deve ser.
Estou indo ao encontro de Nathan, ele marcou comigo na antiga lanchonete onde trabalhei. Provavelmente não será gentil, irá se livrar do meu celular e me amarrar durante todo o caminho. Não tenho a ilusão de que ele soltará Dianna, como me prometeu.
Estou levando meu celular escondido em meus tênis, enquanto deixarei um reserva para ser descartado por Nathan. Rastreie. Precisaremos de ajuda, mas ao menos terei dado uma chance a Dianna de ser protegida.
Entenderei se jamais me perdoar, mas devo ser sincera ao dizer que não faria nada diferente. Todos merecem segundas chances e estou dando a minha mãe o mesmo que ela me deu quando se afastou.
Chance de se renovar, libertar e crescer.
Com amor,
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Minha Segunda Chance (Finalizada)
RomanceEle não suporta a ideia de criar novos laços e ela não suporta mais permanecer sozinha. Maya aguentou calada sua vida inteira seu pai bêbado e sua mãe depressiva. O que mais a machuca é a forma que os dois não a suportam, mesmo sendo ela a única pes...