Não confie nela! - Parte 1

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Luciana nem havia se virado direito para seguir o caminho do duto e logo dá de cara com uma arma, uma submetralhadora roxa (nada futurística, por sinal), logo pendurada mais à frente, ao lado esquerdo do duto junto com uma bolsa.

- Por que raios teria uma arma aqui!? Se espantou, mas logo voltou a falar:

- Mas foda-se, o primeiro que eu encontrar vou meter bala... e essa bolsinha roxa super fashion aqui, hein!? Satirizou.

Abriu o zíper da bolsa velha e bisbilhotou o que havia nela; Um mapa dobrado, um isqueiro e um bolinho.

- Olha, hoje é o meu dia de sorte! Tem um bolinho de limão aqui, meu preferido, amo! Só faltou o cigarro... Disse dando uma risadinha.

Colocou a mochila nas costas e esticou a mão direita para pegar a submetralhadora. Precisa e rapidamente carregou a arma, colocou também em suas costas e seguiu em frente (era o único caminho). O duto era um pouquinho pequeno com relação à alta Luciana, tinha sorte que era magrela, tanto que só assim conseguiu andar agachada mais rapidamente (ou menos "lerdamente").

Andou reto por cerca de cinco minutos, até que se deparou com três divisões mais à frente, três caminhos diferentes: Um reto, um para à direita e outro à esquerda.

- Droga! E agora, Luciana!? Pensa, pensa... Falava em tom baixo, enquanto pensava.

Alguns segundos depois...

- Ah é, porra! O mapa! Disse abrindo o zíper da mochila e logo catando e desdobrando o mapa.

- Bom... deixa eu ver aqui qual o lado certo...

Disse virando o mapa. Três viradas de mapas depois.

Pôs o dedo bem em um certo ponto no meio do mapa. Luciana estava perplexa com o que havia achado. No ponto em que localizara, havia exatamente o caminho reto que ela havia feito até agora, com o duto se dividindo em três. Seria mais um mapa normal, se não houvesse, bem aonde ela estava no mapa, um "x" feito de vermelho com uma frase: "Você está bem aqui, se quiser sair do castelo da Chefia e se safar, siga à esquerda, se preferir se render, siga reto ou, se quiser salvar seus amiguinhos, vá pelo duto da direita... bem, na verdade você só tem dez minutos até a Chefia acabar com eles".

- Porra, sinistro...

Foram as duas únicas palavras que conseguiu dizer. Depois de olhar o mapa, não pensou duas vezes e escolheu sua direção.

- Droga, essa ladainha é tudo armação! A Chefia sabe que estamos aqui...

Não, ela não seguiu o caminho que está pensando, cara(o) leitor(a). Na verdade, Luciana havia dado meia volta. Sim, talvez houvesse tempo de alcançar Megan e Peter e alertá-los.

- Só eu mesmo pra escolher a opção suicida... Disse seguindo seu caminho, apressadamente.

Enquanto isso, Peter e Megan estavam andando pelo corredor (vestidos de "guardas medievais" da Chefia), procurando andar sorrateiramente.
O corredor era gigante, largo e reto. Havia portas por todo ele, mas por algum motivo, Peter sabia que a resposta não estava em uma dessas misteriosas portas, mas sim no final do misterioso corredor. Megan, por sua vez, não fazia questão em questionar Peter, andando ao seu lado.

Estavam caminhando, até que o pulso de Peter começou a "falar" baixinho, era uma voz rabugenta, mas conhecida.

- Ei, garoto, haja naturalmente e não fale nada sobre mim!

Peter, na hora parou e olhou assustado para seu pulso.

- Peter! Tudo bem com você!? Megan disse, também parando de andar.

- É... tá... é que... é...

Peter não sabia ao certo se deveria falar ou não que seu pulso conversava com ele as vezes, ou melhor o Sr.Damião. Na verdade até tinha se esquecido da presença do Sr.Damião lá. Bom, escolheu a opção de não falar nada sobre.

- Vai, pode falar! Não temos tempo para ficar perdendo! Megan deu uma dura em Peter, pois estava muito apressada para seguir o caminho.

- É... quer saber, Megan... acho melhor eu dar uma olhada nesse quarto aqui -disse apontando para uma das inúmeras portas, a que estava bem no seu lado-.

Megan ficou surpresa.

- Ah... bom... então nesse caso eu vou com você. Disse já com nervosismo.

"Pensa rápido, pensa rápido". O subconsciente de Peter implorava-lhe.

- Acho melhor você ficar aqui do lado de fora, vigiando... sabe!?

- Ah... então tá... mas não demora tá! Tenho certeza que não encontrará nada nesse quarto, mas enfim, vai lá. Megan respondeu, tentando disfarçar.

Peter só retribuiu com um sorrisinho e apressadamente abriu a porta e entrou no cômodo.

Era uma sala pequena, limpa, quadrada e vazia, mas não era tão sinistra quanto o resto do castelo.

- Até que enfim você se livrou dela, moleque!. Sr.Damião voltou a falar.

Peter estava muito confuso, dando voltas para lá e para cá.

- Não temos muito tempo pra te tirar daqui! O plano é o seguint...

Peter interrompeu Sr.Damião.

- Porque que você está fazendo isso comigo!? Eu tenho que voltar pra lá logo, antes que algum guarda pegue a Megan! Então pare de me atrapalhar! Peter disse emburrado.

A resposta do Sr.Damião foi uma risada, estilo aquelas maléficas.

"Acorda, moleque! Ela é o guarda!"

Peter ficou chocado.

- O quê!? Disse, paralisado.

"Shiiiiu, fala baixo, garoto. Ela pode nos escutar... e eu sou a sua única chance de te levar até a Chefia a salvo!"

Peter começou a rir.

- Então a Megan, que mora lá do outro lado do hemisfério veio aqui com a Luciana e quase morreram pra você vir me falar que ela é a vilã da histór... ahh -Peter havia se lembrado de algo importantíssimo- FOI VOCÊ! Disse quase gritando.

- Quê!? Eu o quê, moleque!?

- É... tudo faz sentido. Você é a Chefia! Peter disse gritando.

Apressadamente Peter levou as mãos à boca, fazendo se calar.

Megan, assustada, logo abriu a porta e perguntou o quê Peter estava fazendo.

- Peter... acho melhor irmos... disse com pressa.

Rapidamente, Peter olhou para um lado e para o outro, como se estivesse procurando algo. Até que lá no canto do fundo da sala, achou o quê procurava. Um ralo, sim, isso mesmo, um ralo.

- Fica aí, rapidinho, Megan! Peter foi até o fim da sala.

Com pressa, estava tentando arrancar a pulseira do Sr.Damião, a fim de jogá-la no ralo.

"Espera! Antes de me jogar aí, olha o que tem dentro desse ralo!"

Peter pensou que seria mais alguma das pegadinhas do Sr.Damião até que olhou para o ralo.

O ralo estava totalmente aberto e dava para ver que havia inúmeras pulseiras iguais à de Peter, ou melhor, igual à que ele iria jogar no ralo.

Ficou pasmo. Assutado, deu dois passos para trás e ali ficou parado por um tempo.

- E aí, tudo bem !? Peter... vamos!? Megan disse já nervosa.

"Não te falei, garoto! Agora tenta se livrar dela". A voz no pulso de Peter ressurgiu.

Peter estava paralisado, de costas à Megan, não sabia como reagir e em quem confiar. Não entendia nada do que estava acontecendo e cada vez ficava mais confuso.

Mas precisava pelo menos escolher alguém em quem confiar...



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