O Eu do Futuro

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Sua barriga e cabeça doíam muito. Abriu os olhos bem lentamente, sua visão estava meio embasada, e enxergou logo em sua frente grades. Não tinha forças o suficiente ainda, voltando a fechar os olhos, enquanto falava algo do tipo; " Por que... por que comigo!?". 

Talvez Peter estava se referindo ao por que de terem roubado a sua máquina, ou por causa dos robôs do mal ou até mesmo da própria Chefia. Mas não conseguia nem sequer abrir os olhos, quanto menos pensar.  

Algumas horas depois, Peter volta a ter consciência, abrindo novamente os olhos, mas desta vez já enxergava melhor. Realmente eram grades a sua frente, aliás a única coisa a sua frente. Estava preso em uma espécie de quartinho quadrado prisão. Não era muito grande, tinha uns três colchões espalhados pelo quarto e uma privada. Bom, e uma única lâmpada velha amarela no teto, que iluminava todo o quarto. 

"Aonde que eu tô, hein!?", Pensou coçando a cabeça confuso. 

Peter analisou todo o quarto. Até que olhou algo e fez uma cara de nojo. 

"Ata que eu vou usar essa privada... ah e olha esses colchões velhos, dá pra ver a poeira daqui", pensou cruzando os braços indignado. 

Peter ainda estava vendo o quarto de ponta a ponta, até que uma luz branca e forte veio de fora das grades, até seus olhos. Se assustou e de imediato virando a cabeça para o lado, cerrou os olhos e colocou o braço esquerdo na frente do rosto. 

- Peter!? Uma voz desconhecida e masculina vindo de fora o chamou. 

- Ahn!? Quem tá aí!? Onde é que eu tô!? Disse ainda com a mão no rosto. 

Outra voz, agora feminina, foi quem respondeu. 

- É, ele já tá consciente, Pablo. Disse rindo. 

Mas Peter voltou a insistir. 

- Quem são vocês!? 

- Ah eu não sei se a gente pode falar com você, garoto! O cara respondeu. 

- Ahn... mas pelo menos desliga essa luz! 

- Eu falei pra você não ligar essa porcaria Pablo... 

Parou de falar mas logo completou mudando o tom para um pouco mais baixo. 

- A Chefia sempre pede para a gente deixar os prisioneiros vivos... você sabe né... ela que gosta de sumir com eles! Sussurrou. 

O rapaz logo temeu ao ouvir "Chefia", desligando a luz, que vinha de sua lanterna.  

Peter logo se interessou na conversa, andando apressadamente em direção as grades, afim de chegar mais perto dos dois seres que estavam a sua frente. 

- A Chefia... ela que mandou me prender aqui!? Peter perguntou com as mãos nas grades. 

O rapaz olhou para a guria e ela para ele. Ambos com uma cara de medo. Logo viraram novamente para Peter. 

- Olha garoto... a gente não tem permissão para falar com os prisioneiros! Ele respondeu. 

Mas logo a garota retrucou. 

- É mas... faz tempo que não chegava ninguém por aqui... não custa nada a gente conversar um pouco né!? Oi, prazer meu nome Anne e o desse mané aqui é Pabl... 

Anne fora interrompida. 

- Shiii! Não pode falar os nossos nomes para ele! disse bravo. 

Mas a guria logo virou brava para Pablo. 

- Por que não, hein!? Olha aqui é tudo tão solitário... sem contar que ele vai morrer daqui a pouco mesmo, então tanto faz! Disse mexendo os ombros como se não estivesse nem aí. 

O Mistério do FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora