Salvação

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 Até que ele estava se saindo bem e sua relação com Maria cada vez crescia mais. Agora ele tinha alguém para contar seus segredos e compartilhar livros na biblioteca.

[...]

"Qual a primeira coisa que eu devo fazer quando eu for para o futuro?", pensou Peter saindo daquele beco e voltando para casa.

Mas ao andar, Peter começou a sentir que estava sendo seguido, talvez por que já andava um pouco desconfiado desde aquelas semanas, mas mesmo assim apressou seus passos. Até que ao virar à esquina de uma rua qualquer, percebeu que realmente estava sendo seguido por um grupo de adolescentes. O coração começou a bater muito, sim, mais que naquela vez ao andar pela primeira vez no Chapéu Mexicano e até mesmo ao ver Maria. Os passos de Peter foram cada vez mais apressados e longos, junto com os passos do grupo, até que começou a correr (ou tentar) muito e o grupo consecutivamente também.

Já não é novidade que Peter não era um bom atleta e em questão de segundos um dos rapazes, ou melhor, uma das gurias que estava correndo atrás de Peter o alcançou dando lhe um chute, mais precisamente uma paulistinha, fazendo com que Peter caísse. Não tinha mais como escapar.

- Chama agora o professor para te salvar, inútil. Um dos rapazes disse, chutando-o novamente.

- Por favor, não me machuquem mais, eu juro que não foi minha culpa! Suplicou.

- Tarde demais, cfd, ninguém nunca passa a perna na Megan, você já deveria saber...

- Achou mesmo que ela não iria perceber, quando abrisse o envelope com dinheiro? Uma das gurias disse, novamente com um chute acompanhado de  cada uma de suas palavras.

- Megan? Mas vocês não vieram por causa do Raf...

Essas foram as últimas palavras de Peter, enquanto consciente. E mesmo após este seu estado, ainda foram inúmeras sequências socos e chutes na barriga e na perna, cuspes no rosto e um óculos quadrado de nerd quebrado. Aquelas pessoas não queriam saber se Peter estava respirando ou não. Eles vieram apenas por ordens. Bater até não poderem mais. 

- Já chega, já aprendeu a lição. Esse nunca mais vai me passar para trás...

Falou Megan no rádio segurado por uma das garotas.

- Dinheiro falso... inútil mesmo para pensar que eu cairia nessa. Completou.

[...]

- Ah meu Deus, ele acordou! 

- Quem... é você? On...de que estou...? Disse Peter gaguejando e confuso.

- Você está em um quarto de hospital, você tá melhor?

- É... acho que sim....

- Ah, desculpa, onde estão os bons modos né? Eu sou Luciana, mas todos me chamam de Lu, prazer.

- Oi..é eu sou Peter, prazer.

E os dois se cumprimentaram, Peter na cama e a moça em pé.

- Você quem me trouxe aqui?

- Sim sim, vou te contar como foi.

E assim a moça foi contando tudo nos mínimos detalhes a Peter. Resumidamente, Lu disse que estava andando pela rua em direção à sua casa até que viu Peter caído no chão, embaixo de uma poça de sangue. Entrou em pânico e imediatamente chamou a emergência. Já no hospital, a fila de espera era muito grande mas conseguiram depois de uma hora e meia de espera, um quarto para Peter.

- Desculpa, mas tive que falar que era da sua família, para poder entrar na ambulância com você.

- Puxa, muito obrigado mesmo, não sei o que aconteceria comigo se você não me ajudasse. Como posso retribuir?

- Já sei como você posso retribuir...

- Sim sim, fale.

- Me passa o número de algum parente seu para eu poder ligar aqui e avisar para virem.

- Ah puxa, minha mãe!

E passou para Lu o seu número residencial.

- Dona Lurdes?

- A própria

- É... então é a Lu, estou com seu filho aqui no hospital Santa Hortência.

- Como assim, hospital? O que houve?

Oi, mãe, sou eu o Peter, por favor só venha que eu te conto...

Meia hora depois...

- Filho, meu Deus, quem fez isso?

Os olhos de Dona Lurdes se encheram de lágrimas.

- Mãe... é... deixe eu descansar um pouco, tentar absorver as informações....

- Sim, claro, meu amor.... meu Deus...ahh, desculpa você é a Lu? Prazer.... disse dona Lurdes um pouco atordoada.

E nesse momento entrou um médico.

- Boa tarde senhoras, por favor peço que saiam, tenho que examinar o paciente.

- E não podemos ficar?

- Melhor não, pelo bem do paciente.

Foram as duas para a sala de espera, enquanto Peter estava sendo examinado.

- É... desculpa, mas quem é você?

- Ah desculpa não me apresentei direito... 

E assim Luciana contou tudo para dona Lurdes.

- Mas o que será que aconteceu? Perguntou dona Lurdes.

- Bom, quando ele chegou para ser atendido, o médico logo de cara comprovou que Peter foi espancado, mas o que não sabemos é se ele reagiu a um assalto ou algo assim.

- Meu menino...

- Não por favor, não chore. Ele está bem, conversamos um pouco e ele me contou que estava com medo de que a senhora o visse com o rosto todo machucado.

- Mas por quê? 

- Isso eu já não sei... 

- Senhoras? O garoto está bem, quero dizer, muitas marcas por toda parte do corpo, mas nada quebrado ou um dano irreversível. Esse menino teve muita sorte, nada que uma semana apenas descansando em casa não resolva. Peter está liberado.

Peter saiu do quarto, ainda de cadeiras de rodas.

- Filho, ai que saudade, tá melhor?

- Mãe, na verdade preciso de uma coisa...

- Fala, menino, vou lhe ajudar.

- Tô com fome...

E todos na sala começaram a rir

- Que bom que você está melhor... bom, acho melhor eu já ir indo.

- Nada disso, Lu, quero que você vá tomar café conosco, disse Peter todo Feliz.

- Claro se ela não estiver compromisso, senhor Peter, disse dona Lurdes.

- Aceito sim, seria uma honra.

E foram embora para a casa de Peter.

O Mistério do FuturoOnde histórias criam vida. Descubra agora