Desconhecido generoso

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Nada como começar o dia comendo morangos e outras frutas com leite condensado.
O dia estava quente o sol brilhava no céu.
Sua mãe tinha falado que na semana que vem teria que ir pra escola se não iria perder a vaga, pois é, o mundo não para de girar.
Olhou no relógio 06:00H, ainda tinha como ir pra escola, mas não estava com coragem de responder as perguntas dos outros, realmente iria só semana que vem e também ir sexta-feira pra quê?
Colocou o prato na pia e foi escovar os dentes no banheiro do seu quarto, aproveitava e colocaria a roupa suja pra lavar, estava tudo jogado no chão e se aparecesse uma barata vou ter um treco.
Subiu as escadas e escovou os dentes e colocou a roupa suja na máquina de lavar, pelo menos estava fazendo outra coisa a não ser pirar apesar da tristeza, precisava se ocupar, fazer coisas até ficar esgotada e dormir por horas e horas, respira fundo, um dia de cada vez.
Coloca o allstar preto surrado e abri a porta de casa e vejo a rua. Os pássaros cantavam e o sol estava em uma temperatura gostosa, ótimo para caminhar e organizar os pensamentos, respirou fundo e sentiu um fedor, olhou para trás e viu o caminhão de lixo chegando, que nojoooo não iria sentir aquilo de perto, fechou a porta e saiu pelo portão, começou a correr com toda a sua força.
Correu...
Correu...
Correu...

Parou com as mãos nos joelhos e ofegante na frente da casa amarela. Olhou para a casa.

-Estranho cade a música? Me pergunto

A casa não a respondeu como de natural.
Olhou pra praça ao longe, iria pra lá se sentar em algum banco, PUTZ, ali era um lugar importante, o primeiro beijo dela e do Lucas foi naquela praça, ai, lágrimas se contentem.
Atravessou duas ruas e observou as pessoas que estavam por lá.
Crianças brincavam nas balanças e nas gangorras, idosos caminhavam com os seus cachorros e o que não falta em praças, adolescentes cabulando e fumando debaixo de uma árvore, tudo normal, foi até o banco do primeiro beijo e se sentou.
UAU! Tão estranho estar ali sozinha...

-Olá posso me sentar aqui?  Pergunta um garoto.

-Ah, claro. Digo

- O dia está bonito né? O frio não me agrada muito. - Diz o garoto

-O frio não me atrapalha em nada porque sou calorenta mas dias de sol são o que eu prefiro.  Digo

-Também acho isso. Sorri o garoto. - Como é o seu nome ? Nunca te vi por aqui, sabe, eu me mudei pra cá a pouco tempo. Diz o garoto olhando pra frente apreciando as pessoas da praça.

-Meu nome é Isabely e o seu ? - Pergunto olhando pro garoto.

-Jonathan!

-Legal. - Digo ainda olhando pra ele

Jonathan olha pra Belle e pergunta:

-Não quero ser intrometido mas já sendo, porque estava chorando?

-Como sabe que eu estava chorando? Pergunto virando o rosto pro lado.

-Olhos vermelhos, rosto abatido, voz bem triste, não precisa ser um especialista sabe!

-Humm, eu estava chorando mesmo, pensei que o meus olhos e tudo estava melhor, aconteceu algo muito triste. - Digo olhando pro Jonathan novamente.

-Eita, eu sinto muito por isso que aconteceu.

-Eu também.

Jonathan se levanta do banco e fala:

-Vamos até a outra rua, te pago um sorvete.

Olho pro estranho. Ele estava sendo bem amigável não iria recusar, o que mais de ruim poderia acontecer ?

-Tudo bem, você não vai me seqüestrar ou coisa do tipo né ? Você é um estranho! - Perguntei

- Não. rio -você pode confiar em mim, além do mas, você também é uma estranha.

Jonathan sorriu para mim.

Não sei o que ela está pensando mas eu só quero ajudá-la de algum modo e sorvete sempre me alegra e faz esquecer das coisas tristes. Os seus olhos e seu rosto estão muito abatidas e eu sei que um sorvete vai alegra-lá apesar de não saber o motivo de sua dor.

-Okay. - Digo indo com Jonathan comprar sorvete - Quantos anos você tem?

-Eu tenho 17

-Então está no último ano e estuda a noite certo?

-Exato. rio - e vc quantos anos você tem ?

-Tenho 15 anos e eu estudo de manhã mas só vou voltar pra escola na Segunda-Feira.

-Por causa do ocorrido que está te deixando triste.

-É.
Ele não era intrometido e nem nada, isso era Demais por que dava pra conversar naturalmente e sem preocupação.
Olho para o moço com o seu carrinho de sorvete na esquina, o moço aparentava ter uns 25 anos, se vestia todo de azul e o cabelo era todo bagunçado.
Fomos chegando mais perto dele e perguntamos:

-Olá tem sorvete de que? - Pergunta Jonathan.

-Tem de morango, chocolate, brigadeiro, doce de leite, esses são os de pote e de picolé tem que uva, limão, manga e goiaba.

-Eu quero de morango o de pote. Digo olhando pro Jonathan para ter a confirmação se podia pegar este.
Eu não sou aquelas garotas que acham que quando alguém paga, pode pedir tudo que vê pela frente.
Jonathan afirmou com a cabeça e disse:

- Quero de brigadeiro. Disse  pagando e já pegando o sorvete.

-Muito obrigado Jonathan, por se preocupar. Digo comendo o sorvete e voltando pra praça em passos lentos.

-Não foi nada demais, o importante é que você já está melhor, sabe os doces nos fazem sorrir.

-As pessoas boas também. Digi com um sorriso discreto

-Então, o que você gosta de fazer ?

-Eu gosto de ouvir música POP e um pouco de ROCK, como já sabe dias de sol são meus preferidos, gosto de shopping mais do que qualquer pessoa natural gostaria e ler é algo que me faz falta sempre, mas nestes dias nada disso me importa, parece que tudo que eu gosto virou um GOSTAVA.

-Você não parou de gostar destas coisas é só porque aconteceu algo que te abalou muito, tem que resgatar elas.

-Humm! E você o que gosta de fazer ?

- Bom, livros de aventura e mistério são os meus preferidos, jogar vídeo game é algo que faço sempre que posso, praças, parques são perfeitos pra andar de patins por isso vou sempre, só que não pode faltar todos os dias é...

Meu celular toca

- Desculpa, só um minuto. Falo atendendo o celular e Jonathan fica ouvindo as respostas.

-Agora? . Silêncio . - Eu arrumo depois. Silêncio. - Eu sei que precisa da minha ajuda mais... Silêncio. - ta bom.
Desliga o celular
- Me desculpa, mas tenho que ir arrumar a casa.

-Não, tudo bem. Diz Jonathan

-Muito obrigado. Digo indo pra casa correndo, que Drogaaaa, arrumar a casa ? Sério mesmo ? Difícil saber que o mundo continua girando.

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