Imprevisível

Capítulo 2

Acordei logo pela manhã com um incômodo nos olhos causados pela luz.
Esqueceu de fechar a persiana, esperta. Pensei. Eu poderia dormir mais pois ainda estava cansada, mas quando me levantei para fechar a janela tive a visão do tempo maravilhoso que fazia lá fora. O dia estava lindo. Sem contar que todos em casa já tinham acordado, então decidi me juntar a eles.
Depois de fazer minha higiene matinal e trocar de roupa, desci para tomar café, já tinha o cheiro das panquecas e do bolo de cenoura em meu quarto e isso só aumentou a minha fome.

—Bom dia. –Disse.

—Olha quem já acordou! Pensei que dormiria mais, não está cansada querida? –Minha mãe disse enquanto cortava uma fatia de bolo.

—Cansada eu estou mas o dia rende mais quando se acorda cedo –Dei uma piscadela para minha mãe que sempre dizia isso.

—Tome, pra você. –Ela disse me entregando o pedaço de bolo —Suco, café ou chá?

—Suco, obrigada. –Sentei-me à mesa. —Quero saber até quando vai durar esses paparicos. –Disse desconfiada.

—Eu senti falta de te mimar Valen, acho que posso, não? –Antonieta disse divertida.

—Se você insiste, quem sou eu pra discordar. –Sorri. —Mamãe sabe o que eu estava pensando? –Ela juntou se a mim e negou com a cabeça —Preciso arrumar um emprego, não quero dar muito prejuízo. Nós temos despesas que eu preciso ajudar a pagar.

—Não precisa se preocupar com isso agora. Nós damos conta.

—A senhora sabe que os gastos são maiores, eu preciso pagar pelo menos o que eu gasto.

—Filha você nem chegou direito e já está pensando nisso, e aliás você nem gasta tanto. –Ela bebericou seu chá —Pense nisso mais pra frente.

—E eu tenho outra escolha? —Brinquei. —Cadê os outros?

—Seu pai foi pescar com uns amigos, Louis está no treino de futebol e Maya está no quarto. Estou surpresa por ela não te descido ainda.

—Falando de mim? –Maya chegou.

—Ainda bem que estávamos falando bem. –Ri.

—Só faltava não. —Maya caçoou. -Tinezinha, irmã mais linda do mundo. –Ela disse doce.

Lá vem algum pedido...

—Oi? –Estava desconfiada.

—Sabe, hoje a noite tem uma festa e.. Bem, eu não tenho nada para vestir...

Típico de toda mulher dizer isso.

Assenti.

—Você não poderia me acompanhar até algumas lojas? –Pediu docemente.

—Claro. Eu estava pensando em fazer umas comprinhas também.

—Obrigada! –Ela deu um gritinho em felicidade —Vou me trocar e já vamos, ok?

—Tudo bem. –Concordei.

[...]

Já tínhamos passado em diversas lojas e em cada uma delas compramos pelo menos uma coisa. Nós, de nossa família não segurávamos dinheiro, era fato olhar uma roupa na vitrine e querer comprar.

—O que eu mais gostei foi esse, acho que vou usá-lo. –Maya disse em frente ao espelho do provador. —O que você achou?

—É lindo! –Exclamei.

—Ótimo, vou levar. –Ela voltou para a cabine saindo em seguida para pagar pela roupa.

Saímos da loja e fomos até um restaurante próximo, estávamos morrendo de fome.