Capítulo 10

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Acordei antes do despertador tocar e me amaldiçoei por isso, ainda tinha 40 minutos de sono que foram interrompidos por uma dor nas costas terrível.

Olhei meu estado e vi que Diana estava dormindo sobre mim. Era óbvio que eu acordaria ferrada por alguma dor muscular.
Tentei sair debaixo sem que a acordasse, o que deu certo já que Diana dormia feito pedra.

Fui até o banheiro, tomei um banho demorado, compensando os minutos de sono perdido e me arrumei para o trabalho.
Deixei um bilhete para Diana avisando que tinha saído e uma agenda telefônica para caso ela quisesse ligar para algum lugar.

Então, a semana havia começado mais uma vez. Tudo de volta, trabalhos, correrias, compromissos e falta de descanso.
Cheguei na empresa mais cedo que o normal, havia pouquíssimas pessoas já trabalhando. Usei esses minutos de sossego para adiantar o meu serviço ou uma pequena parte dele.

Levei um susto quando a porta da minha sala foi bruscamente aberta e um mal humorado Sr. Kolling apareceu por ela.

—Sra. Staeler quando puder venha até a minha sala. Se possível, venha logo. –Ele disse secamente e direto. Foi para a sua sala logo após, sem nem dar um bom dia.

Grosso. Pensei.

Atendendo suas ordens e evitando o seu mau-humor fui rapidamente até a sua sala.

Dei leve batidinhas na porta —Com licença Sr.

—Entre e feche a porta. –Ele disse lendo alguns papéis.

Fiquei esperando ele dirigir sua atenção à mim. Certamente teve algum problema na empresa pra chegar tão carrancudo.

—Serei breve e espero ser claro. –Disse num tom severo.

Assenti. Confesso que fiquei um pouco assustada com seu jeito de falar. Ainda mais depois ver o seu temperamento.

—Não misture trabalho com vida pessoal Sra. Staeler. O que acontece aqui fica aqui e o que acontece fora daqui, fica lá fora. –Ele disse como uma professora, explicando a matéria para seus alunos. Para que eu entendesse bem.

—Desculpe Sr. mas se está se referindo ao ocorrido noites atrás, eu sei bem o meu lugar.

—Não toque nesse assunto Sra. Staeler, eu não pedi para que dissesse nada. Pode se retirar. –Ele apontou para a porta para que eu saísse.

Saí sem dizer nada e acho que nem era preciso. Eu havia recebido o recado.

Só trabalhe e não abra a boca.

Tudo bem que ele era meu chefe e de todos ali, também era superior a todos nós, mas não precisava tratar os funcionários daquela maneira. Ele praticamente mandou eu calar a boca. Quanta arrogância!
Eu não tinha culpa se sua vida pessoal era uma merda, ele que não descontaria nada em mim.

Passei o expediente todo em minha sala e com ódio do meu chefe. Talvez eu estivesse agindo como criança? Sim. Ou talvez não, ele é que foi um baita grosso.
Fiz todo o meu trabalho, mais rápido que o normal. Depois fiquei apenas passando o tempo em minha sala e esperando o horário de ir embora.

Cogitei várias vezes em ir até a sala do Sr. Kolling e dizer umas poucas e boas, mas pensei em como era difícil conseguir emprego em Miami e mesmo que ele fosse um ogro às vezes, eu precisava daquele emprego.

Quando meu expediente chegou ao fim, fiquei mais que aliviada por sair daquele lugar rodeado de mau-humor.

Sr.Kolling e eu pegamos o mesmo elevador e o mal educado não disse uma palavra e nem se despediu.
Com certeza aquele seria um de seus piores dias. Só estava orando para que não tivesse mais como aquele.

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