Joey Kolling
O trabalho me consumia muito, na maioria dos dias eu chegava morto de cansaço.
Meu único pensamento era entrar em casa e dormir até o amanhecer. E eu estava certo disso até ir a varanda e ver várias pessoas arrumadas provavelmente pensando em dançar até o amanhecer. Senti vontade disso também, há tempos eu não fazia isso. E eu precisava, não era de ferro.Minha imagem de responsável e imponente no trabalho me impedia de mostrar o cara que anos atrás saía bastante. Eu cresci em todos os aspectos, e desde então não tive tempo para isso.
Mas como toda pessoa normal, eu iria sair e quem sabe beber um pouco. Eu sabia o meu limite e não passaria dele. Não me faria mal uma noite de diversão.
Me arrumei e fui a uma boate próxima, uma das melhores daquela região.
Pelo som estrondeante e pela imensa fila que fazia lá fora, me parecia estar muito bom.Entrei sem precisar pegar fila. Uma das vantagens de ser empresário de uma das maiores empresas de Miami.
Fui para o bar beber algo, e reconheci quem por coincidência estava lá.—Sr.ta Stealer, você por aqui? –Disse em tom alto.
Ela congelou com alguns segundos até me responder.
—Sr. Kolling. –Ela disse timidamente.
Não só naquela hora, mas em todos os outros momentos em que estive com ela, se mostrou tímida ou muito reservada. As vezes queria que ela se soltasse mais. Eu não ataco ninguém. Sei que minha imagem de durão e arrogante mostra o contrário, mas já se passava um mês desde que a contratei e ela ainda não tinha se acostumado com isso. Talvez fosse seu jeito, ou eu a assustava de alguma forma. Isso até que era engraçado.
—O que faz aqui? –Perguntei me intrometendo demais. Confesso.
—Estou com Diana. Mas não se preocupe estaremos boas pra trabalhar amanhã. –Ela disse de imediato.
Trabalho. Por favor, não pense nisso aqui. Pensei.
—Que bom. –Foi o que disse. —Um uísque por favor –Pedi ao barman. —E então cadê Diana?
—Está dançando.
—E por que está aqui sozinha? –Perguntei tomando um gole da minha bebida.
—Eu não danço. –Ela disse constrangida.
—Isso não é um problema. –Tentei relaxá-la. Que sorriu apenas.
Valentine
Mesmo em um local totalmente diferente do trabalho, Sr Kolling ainda me parecia durão. Confesso que ele era um dos homens mais bonitos que já vi. Sexy também. Todo aquele ar de arrogância só o fazia ficar ainda mais. E pelo tanto de mulher que estava se aproximando de nós, aposto que elas pensavam o mesmo.
Ele fechou os olhos e começou a balançar a cabeça no ritmo da música, estava relaxado e despreocupado. Nunca tinha o visto assim. Aquilo me prendeu o olhar, era novo e muito raro pra mim.
Olhei-o com mais atenção do que jamais olhei no trabalho, pra falar a verdade eu evito contato visual, e ainda não sei o porque. Mas ele era ainda mais bonito se olhado com atenção.Ele deve ter percebido que estava sendo observado pois abriu os olhos e direcionou os mesmos pra mim. Desviei o olhar rapidamente, mas eu sei que ele percebeu.
—Algum problema Sr.a Staeler? –Ele disse gostando da situação.
—O que? Não... Nenhum. –Odiava ficar desconcertada. E era assim que ficava em sua presença.
Desde a primeira entrevista ele me intimidou bastante. E vem sendo assim já fazia-se 1 mês. Talvez era medo de perder o emprego, então eu apenas aceitava toda essa situação. Confesso que parecia uma adolescente com medo, era no mínimo ridículo.
—Ótimo então. –Ele sorriu divertido. E mais uma vez eu fiquei sem reação.
Já mencionei como o sorriso dele era lindo? Pois é, era e muito.
Diana vinha vindo do meio das pessoas e pude notar sua expressão surpresa ao ver quem estava ali.
—Sr. Kolling! –Ela o cumprimentou bem mais relaxada que eu.
—Olá Diana.
—O que faz por aqui? –Ela também se sentou ao balcão.
—Só quis relaxar um pouco, você sabe, muito trabalho a semana toda.
—Eu sei. –Ela pediu mais uma bebida —Nós chegamos a pouco tempo.
—Idem. Só vim para sair do padrão um pouco, mas volto logo. Afinal o trabalho não para, nem amanhã. —Senti que isso foi uma indireta.
—Eu e Diana já estamos indo, não é? —Lancei um olhar para a minha amiga mais como uma ordem.
—Só vou dançar mais uma música, prometo. –Diana saiu às pressas para a pista de novo.
Era incrível como ela se sentia tão a vontade na presença dele. Já deveria ter se acostumado. Eu queria ser só metade assim.
—Tudo bem eu espero –Sussurrei assim que ela saiu. Sr Kolling deve ter ouvido pois riu disfarçadamente.
—Eu já vou indo, foi um prazer encontrar vocês. —Ele chegou muito perto para se despedir, com um aperto de mão.
—Igualmente Sr.
O acompanhei com os olhos até ele sumir entre as pessoas. Talvez eu tenha o procurado com um olhar dentre a multidão. Eu disse talvez.
—Paquerando o chefe, é? –Diana me assustou.
Certamente eu estava na tonalidade de um pimentão vermelho —Claro que não. Que ideia Diana.
—Aham. –Ela não acreditou nem um pouco. —Vamos. –Riu.
—Do que está rindo?
—De nada Valen. Ou de tudo.
[...]
Cheguei no meu apartamento aos cacos, eu só queria dormir. Bastante.
Troquei de roupa e fiz minha higiene, em seguida me joguei na cama. Eu jurava que dormiria em questões de segundos mas um sorriso resolveu se instalar na minha mente, um sorriso na qual era doideira ficar pensando.Você tem que acordar cedo amanhã Valentine. Ele também sorri no trabalho e você só não percebe. Durma! Meu subconsciente falava comigo. Eu fiz questão de obedecer.
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Imprevisível
RomanceOra, veja, o amor é o mais imprevisível dos sentimentos. Ele pode ser como a chuva, ninguém nunca sabe se ela vai deixar um estrago ou um lindo arco-íris. Ou como o vento, pode ser que venha como uma brisa gostosa, que assopra o seu rosto ou como u...