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Minutos depois tocaram à campainha e eu corri para a porta.
Assim que abri a porta, a Mica abraçou-me, e o facto de ela estar a chorar atraiu as atenções do Alonso e do Abraham.
Levei a Mica até ao meu quarto e quando ela ficou mais calma perguntei-lhe o que se passava.

MICA: O Josh já sabe que eu vou viver com o Carlos.

EU: Ah já percebi... Ele não gostou da ideia, pois não?

MICA: Claro que não! Ficou chateado comigo porque ele estava convencido de que eu ia voltar a viver em Londres. Já para não falar de que o Carlos é rapaz, o Josh não o conhece, e quis proibir-me de ir morar com o Carlos!

EU: Ui, já estou a ver qual foi a tua reação a isso!

MICA: Pois, sabes perfeitamente que eu detesto que mandem em mim e que me controlem! E foi exatamente o que aconteceu! O Josh mexeu no meu telemóvel sem a minha autorização, leu a mensagem do Carlos e quis proibir-me de ir viver com ele!

EU: Pois, eu percebo-te. No teu lugar eu reagia da mesma maneira...

MICA: Eu sei!

A Mica andava de um lado para o outro, irritada com o que se tinha passado, e eu já não sabia como a acalmar.

MICA: Mas será que ele achou mesmo que eu lhe ia obedecer?! Ele deve ter pensado que bastava proibir-me de voltar para Madrid e eu iria obedecer sem pensar duas vezes! Eu pensava que o Josh me conhecia um bocadinho melhor, mas pelos vistos enganei-me!

EU: Oh Mica, tem calma! Ele reagiu com a cabeça quente, deve ter ficado com medo de te perder! O Josh não sabe quem é o Carlos, deve ter ficado com medo que alguma coisa te aconteça!

MICA: Não Filipa, isso não é desculpa! Eu expliquei-lhe tudo, disse-lhe que o Carlos era boa pessoa! Aliás, se ele não fosse uma boa pessoa tu não te davas com ele, e a verdade é que tu e o Carlos, assim que se conheceram, ficaram logo amigos e tu própria o achas boa pessoa!

EU: Pois... - a verdade é que a Mica tem razão, o Carlos é uma ótima pessoa e tanto eu como a Mica sabemos disso.

MICA: O Josh sabe bem que quando tu não simpatizas com alguém, é porque essa pessoa não é de confiança. Tu não és como eu, tu és mais séria, sabes avaliar melhor as pessoas, eu sou o contrário, gosto tanto de conhecer pessoas novas e de fazer amigos que nem me apercebo se as pessoas são ou não de confiança! O Josh sabe bem disso e mesmo assim não confiou no que eu lhe disse! - quase gritou.

EU: Pois, o Josh podia ter tentado confiar em ti e pelos vistos não o fez...

MICA: Cada vez tenho mais a certeza de que fizemos bem em termos ido para Madrid há uns meses. Toda essa distância fez-te perceber que o George não confiava em ti e acabo de perceber o mesmo do Josh.

Fez uma pausa, sentou-se ao meu lado e depois continuou, mais calma:

MICA: O Josh não confia em mim e isso magoou-me. Eu não consigo estar com alguém que não confia em mim e que ainda me tenta proibir de fazer o que eu amo.

A Mica estava mesmo triste e eu não gostava de a ver assim. Ainda por cima, depois de tudo o que se passou entre mim e o George, eu não queria que acontecesse o mesmo com a Mica e o Josh.

EU: O que é que vais fazer?

MICA: Vou convosco fazer o que já tínhamos combinado para hoje, depois temos a grande festa de logo à noite e eu vou-me divertir ao máximo, amanhã quero estar com os meus amigos e começar o ano novo da melhor maneira, e no dia 2 vou para Madrid.

EU: E o Josh?

MICA: Eu... - baixou o olhar - Eu prefiro não pensar nisso agora. A sério Filipa, a Caterina está toda animada com os planos para hoje, a festa de logo à noite é importante para todos vocês, e eu não quero estragar tudo!

EU: Lá estás tu com a mania de te armares em forte! - suspirei.

MICA: Estás a esquecer-te que nesse aspeto nós somos iguais?! - refilou.

Acabámos por nos rir e a Mica abraçou-me.

MICA: Obrigada. Eu não sei como seria se tu não estivesses aqui comigo...

EU: Oh não comeces com essas lamechices porque eu não quero chorar! - refilei, já a sentir os olhos a encherem-se de lágrimas.

Ela riu-se e largou-me.
Saímos do quarto e fomo-nos juntar aos rapazes, que estavam todos na cozinha a tomar o pequeno-almoço.
Quando a Regina ficou pronta e também foi tomar o pequeno-almoço, eu fui para a casa de banho arranjar-me enquanto a Mica explicava à Regina o que íamos fazer hoje.

não há amores impossíveis (parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora