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*horas depois*

FILIPA POV

Estava na cozinha com os meus pais, a preparar o jantar de Natal, enquanto o Braulio e o Diego arrumavam a sala de jantar.

PAI: O que é que falta fazer mais?

MÃE: As sobremesas.

PAI: Hm as sobremesas são a minha parte preferida! - sorriu.

Eu e a minha mãe rimo-nos e começámos a preparar os ingredientes para fazer os bolos.
Ouvimos a porta de casa a abrir-se e percebemos que o Alonso tinha acabado de chegar.
Quando ele chegou à cozinha cumprimentou os nossos pais e depois deu-me um beijinho na testa.

ALONSO: Já soube que ajudaste o Jos a escolher o meu presente de Natal. Foi uma boa escolha, obrigada! - abraçou-me.

EU: Ainda bem que gostaste!

ALONSO: Então e já prepararam tudo para o jantar?

PAI: Não, vamos agora fazer os bolos! - exclamou, fazendo-nos rir.

ALONSO: Então eu ajudo! - disse, juntando-se a nós.

*horas depois*

DIEGO: Bem, o jantar estava fantástico! - disse, sentando-se no sofá.

O meu pai e o Braulio ainda estavam à mesa a acabar de comer e a minha mãe e o Alonso foram sentar-se ao lado do Diego.
Quanto a mim, aproveitei e fui até ao quarto, para mandar mensagem à Mica.
Olhei para o relógio. Neste momento são cinco e meia da manhã em Portugal e em Londres, e seis e meia em Espanha. Mandei mensagem a desejar bom Natal à Mica, ao Abraham, à Regina, ao pessoal de Londres e também a uns amigos portugueses, e quando já ia a sair do quarto, a minha mãe apareceu à porta.

MÃE: O que é que estás aqui a fazer sozinha?

EU: Vim mandar mensagem de feliz Natal aos meus amigos.

MÃE: E estás bem?

EU: Sim - tentei disfarçar.

ALONSO POV

MÃE: Não precisas de mentir. Conta lá o que se passa.

FILIPA: Nada de mais. Tenho saudades da avó e do pai... Lembrei-me de quando passávamos o natal juntos...

MÃE: Eram bons tempos, mas as coisas agora mudaram... - senti a voz dela trémula.

FILIPA: Tenho reparado que tu e o pai têm andado muito felizes.

MÃE: É, no fundo eu nunca esqueci o teu pai, e agora estamos aqui todos juntos...

FILIPA: Eu só gostava que algumas coisas não tivessem acontecido...

MÃE: Estás a falar de ti e do Alonso?

Senti um aperto no coração.
O que é que ela quis dizer com aquela pergunta?

FILIPA: Como assim?

MÃE: Eu já reparei que entre vocês há qualquer coisa especial. Dá para ver à distância que vocês gostam um do outro.

FILIPA: Oh não digas disparates! - disse, com uma voz nervosa.

MÃE: Sabes perfeitamente que eu não estou a dizer nenhum disparate! Só gostava de saber como é que tens lidado com tudo isto, porque eu sei que ainda não esqueceste o George.

FILIPA: Pois, mas as coisas com o George estão cada vez pior. Eu já nem acredito que ele goste de mim. E os meus sentimentos por ele têm mudado...

MÃE: E o Alonso?

FILIPA: É complicado... Ainda me faz imensa confusão isto de sermos irmãos. Até porque já há algum tempo que tenho começado a sentir algo mais do que amizade por ele. E o problema é que eu e o Alonso somos irmãos e isto não devia estar a acontecer. Para além disso eu duvido que ele sinta o mesmo por mim.

MÃE: Lá estás tu a tirar conclusões precipitadas! Mas diz-me, já se passou alguma coisa entre vocês que mostre que ele não sente o mesmo por ti?

FILIPA: Não, muito pelo contrário...

Oh não. Será que ela vai contar à mãe que quase nos íamos beijando esta manhã?

FILIPA: Mas eu nem quero pensar neste assunto! Até porque neste momento quero estar sozinha, sem compromissos nem relações.

MÃE: Eu percebo. Queres o teu tempo para ultrapassar a desilusão que tiveste com o George e para perceberes  o que realmente sentes pelo Alonso, não é?

FILIPA: É isso mesmo.

Voltei para a sala e sentei-me ao lado do Diego.
Eu sei, foi estúpidez minha ter ouvido a conversa delas, mas eu precisava de o ter feito.
Agora já percebo melhor o que vai na cabeça da Filipa, já percebo o que sente e o que quer fazer. Afinal o Jos e o Abraham tinham razão, ela também está a começar a gostar de mim, apesar de ainda não ter esquecido o George. Para além disso ela precisa de tempo para organizar as ideias e eu respeito isso e vou-lhe dar o tempo todo de que ela precisa.

não há amores impossíveis (parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora