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*dois dias depois*

NIALL POV

Assim que chegámos a Madrid e falámos com o pessoal, percebemos que tínhamos chegado em má altura.
A Regina tem cancro do estômago e estão todos preocupados com ela.
Tocámos à campainha de casa do Abraham e assim que entrámos cumprimentámos toda a gente e apresentámos a Carla e a Matilde ao resto do pessoal.
Pouco depois o Abraham e a Regina chegaram. Depressa nos explicaram que a Regina tinha acabado de vir do hospital, pois esteve a fazer os tratamentos.

MICA POV

Depois de almoço a maior parte do pessoal foi passear, exceto a Regina e o Abraham, que ficaram cá em casa. Eu e o Carlos também não fomos, mas não sei onde está o Carlos.
Queria ir procurá-lo mas, não sei porquê, não o fiz.
Será que estou com medo?
Claro que não! Medo? Eu? De ir procurar o Carlos? Não!
O meu telemóvel começou a tocar e eu atendi sem ver quem era.

CONVERSA ON

__: Mica?

Oh não! Josh...

JOSH: Mica? – voltou a chamar.

Quis responder-lhe mas as palavras não queriam sair.
Comecei a tremer e desliguei a chamada sem lhe dizer nada. As lágrimas começaram a cair-me pelo rosto ao me lembrar de tudo o que aconteceu na noite da passagem de ano.
Os minutos a seguir pareceram passar muito devagar. Era como se eu tivesse paralisada.
Quando dei por mim, estava a ser abraçada pelo Carlos.
Quanto tempo tinha passado desde que recebi a chamada do Josh? Não sei, mas também não estou preocupada com isso.
Mas... E o que é que o Carlos faz aqui?!
Quando ele desfez o abraço, olhei-o com um ar interrogativo e ele explicou-se:

CARLOS: Ouvi-te chorar e fiquei preocupado. O que é que se passou?

Desviei o olhar e demorei algum tempo a ganhar coragem para falar.

EU: O Josh ligou-me...

A reação do Carlos já era de esperar. Ficou zangado, começou a andar de um lado para o outro e perguntou-me o porquê de ter atendido a chamada.

EU: Eu não vi quem era... Desculpa...

CARLOS: Não tens de me pedir desculpa – disse logo, sentando-se de novo ao pé de mim e olhando-me nos olhos – O que interessa é se tu estás bem. O que é que ele te disse?

EU: Eu atendi a chamada, ele chamou-me duas vezes mas eu não respondi e desliguei-lhe na cara.

CARLOS: E como é que estás?

EU: Estou bem... - impulsivamente abracei-o, sem ter consciência do que acabava de fazer.

Ele retribuiu o abraço e ficámos assim durante uns minutos. Quando nos largámos, estavamos tão próximos que eu podia sentir a sua respiração contra o meu rosto.
A minha respiração acelerou, o meu ritmo cardíaco aumentou, estava a tremer, sentia-me eufórica por dentro, o meu coração parecia que queria saltar-me do peito. A minha cabeça dizia-me para me afastar, mas o que eu queria mesmo era aproximar-me ainda mais dele e beijá-lo. Eu precisava disso. Eu precisava de estar com ele.
E aos poucos eu ia percebendo que tudo o que me aconteceu não eram suficientes para me afastarem do Carlos. O que eu sentia por ele era mais forte que tudo isso. O Carlos sempre foi fantástico, sempre esteve ao meu lado quando mais precisei, sempre me apoiou. Ele tem sido tudo para mim... E a minha necessidade de estar com ele é maior que tudo o resto. Mas não é só como amigo. Eu quero mesmo estar com ele...

CARLOS POV

Fui-me aproximando dela aos poucos, para não a assustar. O meu objetivo era apenas um: acabar com o pouco espaço que restava entre nós e beijá-la. Mas não a queria pressionar. Caso ela se afastasse, eu iria respeitar e não insistia. Mas ela não se afastou. Ambos estavamos concentrados apenas um no outro. Era como se o resto do mundo não existisse. E eu sentia-me bem com ela. Eu nunca tinha conhecido ninguém como ela. Ela era fantástica, especial. Desde o dia em que a conheci que senti que ela era diferente de todas as outras, senti que ela era especial. Eu não a quero obrigar a nada, se ela não estiver preparada e não quiser estar comigo, eu entendo.
Mas por agora, se ela não me impedisse, eu só a queria beijar.

não há amores impossíveis (parte 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora