DIA 10

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"Alexa, precisamos conversar." Jason falou pegando na minha mão. "Você sabe que seu treinamento não foi finalizado, certo?"
"Sim."
"Nos não vamos desembarcar em Cambridge."
"O quê?"
"Você está indo para um centro de treinamento!"
"Jason você não pode fazer isso comigo." Falei sem acreditar no que estava acontecendo.
"Por quê?"
"Agora que estou começando a lembrar da minha família, vocês estão me mandando para longe?!"
"Eu fui contra na votação."
"O que vou fazer lá?"
"Você será submetida a tortura, treinamento pesado, missões perigosas..."
"Até a morte?"
"A maioria das pessoas que entram nesse sistema costumam sair mortas mesmo."
"O quê?"
"Esse projeto tinha sido fechado a alguns anos, esse ano ele foi aberto para que os recrutas fiquem mais preparados para missões que pode colocar em jogo a SSG."
"Você foi para esse lugar?"
"Não, mas a Bianca foi."
"O que aconteceu com ela?"
"Ela virou uma das nossas melhores recrutas, até se desertar."
"Quando eu vou sair de lá?"
"Só você pode dizer isso. Aqui está seu equipamento." Jason me entregou uma sacola de roupas.
"Obrigada! Jason, se eu não sair viva, você me faz um favor?"
"Sim."
"Procure minha família e diga a ela que eu a amo, procure Michel por mim e..."Jason me beijou com carinho.
"Você não vai morrer." Logo depois, entraram cinco pessoas no avião e me arrastaram para fora, não conseguia dizer nenhuma palavra e nem lutar contra aqueles homens.
Acordei em um quarto escuro, eu estava amarrada. Por mais que soubesse que era apenas um treinamento o medo me consumia de uma maneira que não seria capaz de mover um músculo se quer. O tempo aqui passa bem devagar e em condições extremas concentro - me na minha mente, ela será meu refúgio por longos dias presa aqui.
Minhas mãos estão amarradas nas costas, passo - as pelas minhas pernas, agora posso desamarrar meus pés. Por enquanto está tudo bem, ninguém entrou para me torturar ou trazer algo para comer. Depois que consegui me soltar por completo sentei atrás da porta, se alguém entrar posso atacar e consegui alguma coisa. O mais difícil de acreditar é que estou presa aqui, não tem como eu sair, Jason foi bem claro quando contou - me isso. Agora penso que seria melhor eu ter descoberto isso por conta própria, assim não teria esse desânimo de querer lutar por algo que não vale a pena.
Alguém abre a porta. "Vista - se com essa roupa, rápido." Peguei a roupa que ele segurava e observei - a. A roupa era normal, calça de couro, blusa preta e coturno. Por que o Jason me deu aquela mala? Fui em direção a bolsa, no fundo havia armas e facas. Não acredito que ele fez isso por mim? Peguei a faca e coloquei no coturno e a arma escondi nas costas.
O mesmo homem que trouxe - me as roupas veio me buscar. "Você é muito eficiente. Por que você não fala nada?"
"Até agora ninguém deu motivo para isso."
"Gostei de você."
"Posso lhe fazer uma pergunta?"
"Sim."
"Para onde o senhor está me levando?"
"Você vai retirar informações para nos." O homem abriu uma porta e me deixou lá dentro. De repente a porta se fechou e a luz se acendeu.
Havia um homem amarrado ao centro da sala, fui me aproximando bem devagar...
"Pergunte logo! O que você quer saber?" O homem que estava na minha frente escondia medo atrás de uma armadura de coragem. Eu não sabia o que estava fazendo ali, mas tentei parecer que sabia.
"Quem é você? E para quem você trabalha?"
"Meu nome é Victor, e não trabalho para ninguém! Eles me capturaram e fazem - me trabalhar para eles." Finalmente pude ver seus olhos azuis, eles estavam fixos em mim. "Você é muito bonita e gentil para fazer parte do grupo deles."
"Mas acho que sou."
A porta se abriu em um estouro. "Sua incompetente." O homem gritava comigo. "Você é tão boazinha, vamos ver se ele vai ser igual com você ou melhor os outros." Ele segurou forte no meu braço, sabia que seria inútil lutar com ele, mas mesmo assim tentei.
"Obrigado." Victor falou baixinho.
"Não!" Gritei e dessa vez consegui forças para jogar o homem no chão e tentar salvar Victor, o homem pegou no meu pé.
"Ele não vai morrer fique tranquila." Ele conseguiu segurar - me mais forte ainda e foi me levando para outra sala. "Quieta!"
Que dor de cabeça! O sangue estava caindo sobre minha face, minha visão estava embasada e meu corpo doía. Quando consegui me recuperar percebi que estava nas mesmas condições que Victor, então logo alguém iria vir me interrogar, mas para saber o que? Precisava saber.
A porta se abriu e um homem muito musculoso entrou. "Você é a garota treinada pela SSG e não consegue interrogar alguém?" Ele chegou perto e deu - me um tapa. "Sinceramente, você não serve para nada, mas Kill Bill gosta muito de você."
"Você ainda não conhece meus talentos."
"Pensei que você não falasse."
"Isso prova que você não pensa." Percebi que ele estava ficando nervoso, ele virou de costas para mim, foi quando consegui pegar minha faça, cortei a corda que estava me amarrando.
"Você sabe muito bem como tirar uma pessoa do sério."
"Adicione isso ao meu currículo." Dessa vez ele não se aguentou, foi até mim louco para me matar, mas quando ele se aproximou dei um soco e começamos a lutar, consegui quebrar o braço dele, estava quase o matando quando a porta se abriu.
"Segurem-la."
"Não esperava isso de você Alexa!" Disse o homem. "E pode deixar, vou adicionar isso ao sei currículo."
"Obrigada pelo favor." Sorri para ele.
O caminho foi longo até chegar ao refeitório, era o que parecia pelo menos. As pessoas estavam em filas pegando comida. Os seguranças me jogaram no chão. Acho desnecessário fazerem isso, mas tudo bem. Eu estou com fome, preciso comer. Entrei na fila e logo depois procurei uma mesa vazia, o que foi bem difícil.
A comida estava muito boa, não sei se era fome mesmo ou que a cozinheira merecia meus parabéns. Percebi Victor no meio dos alunos surrados, ele olhou - me e foi se aproximando.
"Você não falou seu nome." Victor afirmou.
"Alexa." Falei.
"Obrigado."
"Por que está me agradecendo?"
"A frase deste lugar é: você mata ou matam você. Não sei como você ainda está viva."
"Fui treinada para isso."
"Chegou hoje? "
"Sim e você? "
"O tempo exato eu não sei, mas faz muito tempo."
"Para que serve isso?"
"É um treinamento para matar."
"Não gosto de ter sangue em minhas mãos."
"É horrível mesmo."
As luzes se apagaram e um grupo de homens entrou e foi pegando cada pessoa que estava presente. Eu voltei para o quarto escuro e úmido.
'"Boa tarde Alexa." Acordei com Michel sentado ao meu lado com uma bandeja.
"Michel?"
"Sim."
"Boa tarde para você também." Dei um sorriso e sentei na cama.
"Seu almoço."
"Almoço?" Não estava entendendo muito bem. "Que horas são?"
"São 13:00."
"Que gentileza trazer o almoço aqui." "Você merece." Ele se aproximou e me beijou lentamente. "Posso ficar aqui com você?"
"Lógico."
"Você é linda quando acaba de acordar, sabia?" Dei um sorriso de lado. "Você é perfeita."
"Você me deixa sem jeito."
"Então fica comigo."
"Está tudo muito recente, vamos com calma."'
Minha memória está voltando, Michel marcou minha vida, o problema é que eu não sei o que aconteceu com ele. Será que ele está bem?

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