DIA 21

2 0 0
                                    

O plano está completo, agora é torcer para dar certo.
Estou em posição, em frente ao castelo. Tem muitos soldados, preciso elimina-los para conseguir entrar sem delongas.
"Quem é você?" Aproximei da entrada e faleu com porteiro, eu acho.
"Sou o filho do superior." Nossa! Enganei-me legal. "E quem é você?"
"Não importa, preciso de um favor."
"Não fazemos favores a ninguém."
"Imaginei."
O pequeno exército começou a me atacar e fui obrigada a defender, mas consegui eliminar todos.
"Você é muito boa! Quem a treinou? Sua arte com facas é encantador."
"Eu preciso de ajuda."
"Então lute comigo, se passar por mim é só subir, mas precisa lutar com espada."
"Tudo bem." Ele é muito bom, mas consigo me defender bastante, ele me atinge, consigo tirar a espada dele... "Tchau, tchau." Subi correndo os degraus, mas meu corpo está ficando cada vez mais pesado, minha visão está escurecendo. O que está acontecendo comigo? A espada dele estava envenenada. Cheguei ao último degrau.
"Ninguém nunca chegou até aqui, você é forte, mas não vai sobreviver, o veneno é poderoso combinado com outras substâncias." O homem falou olhando-me cair no chão. Ele parece um rei, com seu manto. Sinto um gosto de sangue na minha boca, aí meu deus! "Isso não é do veneno!" O homem gritou e seu filho entrou correndo na sala.
"Calma, eu vou lhe ajudar." Ele falou me dando sua mão. O rei começou a gritar com ele, mas eu não vi mais nada, só conseguia sentir o veneno circular meu corpo a cada batimento do meu coração, algo estava me corroendo por dentro, me deixando fraca.
Abro meus olhos bem lentamente e vejo que estou em um quarto sem nada, apenas com um soro.
"Oi?" Falou o filho do rei. "Você está melhor? Fiz um exame de sangue e percebi que era alérgica a substâncias que possui no veneno. Eu sou médico, e posso lhe garantir que você vai ficar muito bem!" Fiz quem sim com a cabeça. "Pode me chamar de Roy."
Um homem alto, com o rosto tampado entra no quarto.
"Preciso leva-la ao seu pai." Diz o homem.
"O que ele quer?" Roy perguntou.
"Pergunte para ele." O homem veio até mim e me puxou com muita força.
"Pare! Ela está debilitada."
"Melhor assim!" Depois de um longo corredor, chegamos em uma sala úmida, ele me colocou em cima de uma pedra, era o que parecia, prendeu minhas mãos e meus pés. "Logo o chefe chega." Não costumo ficar com medo em situações de tortura, mas hoje, meu coração está para sair da boca.
O rei entrou na sala. "Você trabalha para quem?"
"Não trabalho para ninguém."
"Você é da SSG?"
"Talvez."
"Estava esperando sua resposta." Ele pegou a faca e a enfiou-a no meu ombro, fechei os olhos esperando a dor passar sem dizer uma palavra. "Você foi treinada por quem? Ninguém nunca sobreviveu até este estágio."
"Por tantas pessoas que você nem imagina."
"O que era aquela toxina?"
"Tem um pen drive dentro dela, eu só quero aquilo."
"É mentira."
"Eu estou falando a verdade." Ele puxou a faca que estava no meu ombro e falou para o homem. "Tire a proteção que ela está, ela quer ser torturada, então conseguiu." O homem começou se aproximou.
"Não encoste a mão em mim." Falei. Ele não me escutou, tirou minha blusa, deixando-me com a básica de alcinha preta. o rei se aproximou, colocou a faca onde havia colocado e fez um corte.
"Fale tudo."
"Eu trabalho para SSG, não concordo com muitos métodos deles..." O traficante me informou que a maneira de sobreviver era dizendo a verdade.
"É mentira." O rei gritou. Ele me tirou do lugar e segurou no meu pescoço e me colocou contra a parede.
"Pai! Para! Por favor." Roy entrou na sala, o rei me soltou e desabei no chão procurando ar.
"Você não entende, ela é uma espiã."
"O senhor me treinou para reconhecer quando alguém está mentindo, ela está falando a verdade." Todos saíram da sala depois do comentário do Roy. Ele se aproximou, estendeu a mão e me levantou. "Vamos, vou te levar para um quarto."
"Não quero causar problemas."
"Não vai." O caminho foi tão extenso, quando cheguei no quarto acabei caindo. "Faz três dias que você não come nada. Vou lhe ajudar, eu prometo."
"Por que você está fazendo isso por mim?"
"Algo em você é familiar. Já volto, vou pegar algumas coisas."
Faz três dias que estou aqui, e não coloquei meu plano em prática ainda. Roy entrou no quarto.
"Você perdeu muito sangue, preciso fechar esse ferimento."
"Pode começar."
"Você tem certeza?"
"Sim."
"Você é muito forte."
"Não sou."
Ele começou a lavar o ferimento, e puxou assunto tentando me distrair.
"Como você chegou até aqui."
"É uma longa história." A voz do traficante não sai da minha cabeça, dizendo para mim confiar nas pessoas que ficam aqui, eu não tenho escolha! Tenho? Não.
"Temos o resto da vida."
"Morei aqui no Brasil minha vida inteira..."
"Por isso que você fala português tão bem."
"Sim." Dei risada. "Fui para os EUA e conheci um agente da SSG, ficamos juntos por poucos dias, até eles tentarem nos eliminar. Sobrevivi, fui para SSG, descobri que meu namorado estava vivo, fui atrás dele, ela o matou. Desde então quero vingança contra ela. Salvei algumas pessoas já, mas é complicado. Fui atrás de um Traficante querendo ouvir a história dele, ele me entregou isso e falou para mim vir."
"Ele não é Traficante, não é?"
"Não, mas chamamos ele assim."
"Ele era daqui. Ele é o meu tio."
"Ele falou que só vocês conseguem tirar o pen drive dentro da toxina."
"O que tem lá dentro."
"Informações."
"Acabou!"
"Sério?"
"Sim."
"Muitíssimo obrigada."
"Não precisa agradecer. Agora posso saber seu nome?"
"Alexa."
"Que nome lindo."
"Obrigada."
"Vou pegar algo para nos comermos, okay?"
"Sim."
"Voltei."
"Que rápido."
"Você deve estar com fome."
"Sim."
"Sente-se."
"Obrigado."
"Precisamos conversar."
"Nos já estamos conversando.
"Quando meu pai lhe enfiou a faca ele colocou um chip, igual a tecnologia americana, só que mais desenvolvida."
"Assim você sabe se eu estou mentindo ou não."
"Sim... enquanto eu estava dando os pontos eu o removi." Fiz que sim com a cabeça. "Tudo que você falou foi verdade."
"Sim."
"Você é uma de nos agora."
"Preciso de um favor. Fale para os meus amigos que eu morri, entregue o pen drive para eles."
"Por que isso?"
"O plano não deu certo."
"Seu plano era voltar."
"Urum"
"Mas você não falhou e sim os libertou."
"Ninguém iria me entender."
"Você fez um acordo." Ele me olhou incrédulo.
"Fiz."
"Você é muito corajosa, nunca conheci ninguém assim."
"Isso não foi um elogio." Falei, mas ele ergueu minha cabeça e olhou nos meus olhos.
"Isso foi um elogio."


SSGOnde histórias criam vida. Descubra agora