DIA 16

5 0 0
                                    

Chile

Minha vida se tornou completamente outra após a morte de Michel. Eu não sabia o que fazer nos primeiros dias, a culpa me deixava sem saída, cada local que visitava por mera diversão se tornava desconhecido. Os sentimentos se confundiam com pensamentos e acabavam virando incógnitas que me intimidava. Não sei o que é realmente certo ou errado, se seria certo vingar a morte de cada pessoa ou deixar quieto e continuar o jogo de gato e rato. Nenhuma das opções servem para mim, quero fazer a diferença, não quero derramamento de sangue, mesmo assim não consigo entender o que me tornei e o que sou capaz de fazer. Nunca gostei de hipóteses, elas costumam ser bem falhas, mas no momento essa é a única saída.
Faz três horas que estou andando em algumas cidades chilenas, não encontro nenhuma pista do Jason, o calor está de mais, estou acostumada com baixas temperaturas e está, está altíssima. Quando sai do apartamento preferi uma roupa mais adequada, não sabia o que me esperava, portanto coloquei uma calça, colete, corpete e coturno, mas agora estou me arrependo por não ter saído de biquíni.
É complicado saber o que exatamente procuro, talvez uma pista, uma digital, algumas câmeras (já encontrei várias e puxei o histórico, mas não encontrei nada), etc. Preciso encontrar o Jason, tem muita coisa que ainda não se resolveu.
"Alexa você está na escuta?"
"Sim."
"Achei um navio suspeito, posso ouvir tiros e alguns gritos."
"Onde está localizado?"
"Uns 500 metros da costa."
"Obrigada."
Preciso saber como chegar lá, correr não vai adiantar nada, eu preciso pensar em alguma coisa que me leve até ele. Minha única opção é ir nadando, o problema é que não estou bem armada, se eu for surpreendida será dois prisioneiros, mas não posso deixar Jason.
A água do mar está muito fria, a cada movimento que realizo sinto meus músculos paralisarem, só mais alguns metros... Depois que consegui subir no navio pensei que seria fácil achar Jason sem ser vista, mas agora percebo que é quase impossível, preciso de um plano.
A cada cinco metros possui um soldado, eliminando estes, provavelmente haverá mais uns cinco junto com o Jason, preciso pensar. Cansei de pensar vou para ação, pego minha faca e jogo um do barco, outro fica no chão com dor e os outros foi apenas um empurrão que caíram ao mar.
"Oi queridos, alguém me chamou?" Falei entrando na sala me dirigindo aos cinco homens. Percebi um leve sorriso no rosto do Jason.
"Quem é você, gostosa?"
"A última pessoa que você vai ver!" Joguei a faca na testa de um, outra no Jason para se desamarrar, assim começamos a lutar corpo a corpo com aqueles idiotas.
"Precisamos sair daqui." Falei colocando a mão na minha barriga, ela estava sangrando, fui atingida por alguma coisa mas na hora não percebi, a adrenalina estava tomando conta do meu corpo, mas agora já tinha ido embora. Jason não percebeu meu ferimento e pulou no mar e começou a nadar. Eu deveria saber que ele não estava se importando comigo, por mais que eu consiga, o medo está em mim, cada vez mais forte. Pulo no mar e começo a nadar, o caminho foi longo até meus pés conseguirem sentir a terra.
A água salgada havia anestesiado a dor, o sangue não estava mais em minhas roupas, mas Jason estava a minha espera na praia.
"Pensei que tinha desviado o caminho."
"Houve um imprevisto Jason."
"Por onde você andou semana passada?"
"Fiquei em casa."
"Para uma menina que nem você, as mágoas somem rápido." As palavras do Jason fizeram a dor voltar, mas mais forte. "Eu sei que você não está mais com o chip." Não queria ouvir o que ele estava falando, aliás eu não devo explicação para ele, virei as costas e sai andando, o sangue escorria formando um caminho gigante.
"Está na escuta?"
"Pode falar Alexa."
"Estou ferida."

Festa

Não curto muito baladas, muito mais quando é algo totalmente vulgar e sem sentido, mas preciso finalizar minha missão. Depois que recebi a ajuda de uma amiga, não consegui tempo de retirar a bala, por incrível que pareça está doendo muito. A roupa não está nada agradável, pense em uma mini saia agora diminua e uma blusa mais comprida para tampar o buraco que a bala deixou. Agora, preciso seguir com o plano, chamar a atenção de um doido que está se metendo com a SSG, levar ele para um sala e mandar ele pro céu ou inferno. O problema, é que sou péssima nisto, mas preciso aprender, portando estou descendo do palco, pois acabei de cantar uma música e parece que ele está vindo até mim.
"Oi?! Você gosta de cantoras?"
"Adoro, muito mais lindas como você!"
"Qual é a sua homem?" Não gosto nem um pouco de usar este vocabulário, mas tudo para o sucesso.
"Vamos até um quarto?"
"Sozinhos?"
"Sim."
"Vamos, só vou pegar uma bebida." Não acredito que o Jason está aqui.
"Estou lhe esperando."
Afasto-me rapidamente, chego perto do Jason e falo.
"O que você está fazendo aqui? Se for para estragar a missão, sai fora!"
"Você está machucada, um passarinho me contou, deixa - me lhe ajudar?!"
"Que parte você não entendeu, sai fora!" Viro as costas e vou em direção ao meu alvo.
"Vamos amor?" Entramos no quarto, não encontrei nenhuma câmera, pego a faca lentamente e o encurra-lo na parede. "Qual é o seu interesse na SSG?"
"Por favor não me mate, não acho certo o que ela faz."
"Se eu lhe deixar vivo você pega sua família e faz o que eu mandar?"
"Sim."
"Espera só um minuto."
"Está pronta agente 1?"
"Já estou na janela!"
"O senhor foi considerado morto em um incêndio, você vai ter um novo nome..." Falei para o alvo.
"Você é um anjo."
"Não sou, cuide - se." Saiu da sala e toco o sinal de incêndio e começo um bem pequeno que aos poucos torna - se grande.
Nunca imaginei que pregar o bem seria tão gratificante, até você ser acusada.
"Você é louca Alexa, ele era inocente." Jason me agarrou e apertando bem o local da bala, fazendo-me respirar profundamente.
"O que?"
"Ele tinha um família, como você tem tanto sangue frio, não sei como você não me matou aquele dia." Ele foi me puxando, afastando - nos da festa e aproximando da areia. "Como você foi capaz disto. Você sempre defendeu a vida, o que aconteceu com você nesta última semana?" Não falei nada. "Fala." Jason gritou e depois me deixou sozinha no frio da noite.

SSGOnde histórias criam vida. Descubra agora