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Música: Nightcore - So cold

As folhas começavam a cair, o vento soprava levemente e os dias iam ficando cada vez mais curtos, o típico clima de outono.

O chão da floresta estava cheio de folhas de todas as cores; amarelas, castanhas, laranjas e algumas verdes que caíram antes do tempo.

Eu, encontrava-me, deitada no chão, a olhar para as formas engraçadas que as nuvens faziam.
Este era o único local da floresta em que era possível observar o céu, o resto dela era tapada por árvores com copas espessas, impossibilitando de ver alguma coisa.

Floky - o meu Husky Seberiano - dormia profundamente no monte de folhas secas, onde estiveramos a saltar á uns minutos atrás.

Tudo fica realmente bonito quando estou aqui...

Uma folha, maior que a minha cabeça, caiu em cima do meu rosto tapando-me a visão e interrompendo os meus belos e nobres pensamentos.

Tirei-a cuidadosamente e quando olhei em volta tudo mudou; a floresta ficou mais escura e eu já não estava no mesmo local, ou pelo menos parecia não estar.
O buraco por onde eu via as nuvens agora estava tapado por folhas de árvores que nunca existiram naquele local.
As folhas secas por baixo de mim, estavam negras e havia vermes e larvas a rastejarem por entre elas.

Levantei-me num salto e sacudi as minhas pernas, numa tentativa de as limpar.

Olhei para o monte de folhas, que agora estava com o mesmo aspeto do chão, tentando encontrar Floky em álgum lugar, mas nada...ele não estava lá, pelo menos ele não, mas um cão da mesma raça de Floky, com pelo avermelhado e um sorriso humanoide trocou de lugar com ele.

- Q-que queres de mim? - Perguntei olhando para a criatura que vinha lentamente na minha direção.

Á medida que ele se aproximava, eu dava paços para trás, na tentativa de "fugir". Eu queria correr e sair dali mas andar era a única que conseguia fazer.

Acabei por tropeçar nos meus próprios pés e caí de cu no chão, senti os inúmeros vermes e larvas a subirem-me pelas mãos, depois pelos braços e continuavam o seu caminho.

Continuei a andar, neste caso "rastejar" para trás, mas fui interrompida quando as minhas costas chocaram contra uma árvore, pelo menos eu pensava que era uma árvore...

Olhei para cima e vi uma pessoa...coisa...alta, realmente alta, pálida, sem rosto, com um fato formal preto e uma gravata vermelha.

- O dia aproxima-se... - A voz daquela coisa explodiu na minha mente fazendo-me ficar com uma leve dor de cabeça.

Fiquei a encara-lo durante segundos, minutos... e quando voltei a olhar para o cão vermelho ele estava com o focinho quase encostado ao meu nariz.

A única coisa que fui capaz de fazer, foi gritar.

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Acordei num impulso, Floky olhava para mim com um ar preocupado, aquilo não passou de um sonho...

Desde da morte dos meus pais biológicos que estes dois seres aparecem frequentemente nos meus sonhos, se é que se podem chamar de sonhos, e conseguem levar-me á loucura.

Já não sei o que fazer.
Eu chego a ficar com medo de dormir, eu não durmo só para não sonhar com eles e isso está a fazer-me muito mal.

Levantei-me e peguei na trela de Floky - nem sei porque é que a contínuo a trazer, nunca a uso.

- Vamos? - Digo sacudindo algumas folhas que ficaram presas ao meu casaco.

Tirei o telemóvel do bolso e olhei para o ecrã vendo as horas; 12:30, estou aqui desde as oito da manhã, a sorte é que os meus pais já se habituaram ás minhas escapadelas para vir para aqui.

Proxy's - Pequenos PsicopatasOnde histórias criam vida. Descubra agora