Música: Nightcore - Across The Line
Eu não sabia o que fazer, agi por puro impulso, corri á procura de alguém quando podia ter limpo a área sozinha.
Cora tinha razão, o sentimento de culpa já me começou a consumir. Sinto-me horrível por ter morto aquele homem, mesmo ele sendo um pecador, matar é incorrecto.
Eu sei o que ele me ia fazer, o que ele fez a várias outras raparigas, o que ele ia continuar a fazer depois de mim, eu não passava apenas de mais uma vítima que teve o infeliz destino de parar nas mãos daquele monstro; a única que se conseguiu defender ao ponto de o matar.
Mesmo que o que eu tenha feito seja incorrecto, fez-me sentir bem no momento.
Ainda não parei de correr, é improvável encontrar alguém que conheça e de confiança aqui com este tempo, mas eu não quero lá voltar; não sozinha.
POV: Adam
Abriguei-me debaixo de uma varanda de um prédio.
Devido á chuva o meu jogo de basket foi cancelado, podia estar em casa no conforto da minha cama com ele.- Odeio chuva. Odeio nuvens. Odeio sair de casa. Odeio a minha vida. - Anderson lamentou puxando os cabelos para trás. - Porque é que logo hoje, logo agora teve de chover desta maneira!?
Anderson é um amigo de infância, cabelos pretos e olhos escuros, conhecido por ser uma pessoa que se irrita facilmente, chamado de "irritadinho".
- Podíamos ter tentado jogar, mas não dava para enxergar nada devido á chuva, e as luzes do campo só pioravam a visão. - Digo olhando para ele.
- Obrigada pelo esclarecimento senhor óbvio! - Ele diz irritado.
- Não sei como ainda te aguento...
Ficámos parados, sem dizer nenhuma palavra, a encarar a chuva que caía densamente, até que alguém chocou contra mim.
- Desculpe. - Uma voz feminina diz.
A voz era calma e doce, mas ao mesmo tempo com um leve tom de preocupação e soava-me estranhamente familiar.
A rapariga afastou-se lentamente e antes que a chuva tapasse por completo a minha visão pude ver que o cabelo era de um verde azulado.
- Verde menta? - Sussurro para mim mesmo. - Alexis?! - Falo num tanto alto para a rapariga ouvir.
Ela parou e virou-se á velocidade da luz olhando-me com os seus olhos grandes e brilhantes.
- Adam...! - Alexis correu na minha direção abraçando-me.
Não era um abraço qualquer, era forte e apertado, parecia que estava a descarregar a sua raiva em mim.
- Ham.. Quem é ela? - Anderson diz apontando para a rapariga que ainda me abraçava. - Pensei que fosses gay.
- É a irmã do meu namorado, Alexis.
- Pequenina, hein! Que idade tem? Não devia andar por estas zonas sozinha. - Disse preocupado.
Também gostava de saber o que ela faz aqui. Não é habitual ela me chamar de Adam, costuma sempre ser "poste de electricidade" ou "loiro oxigenado".
- Por incrível que pareça, tem dezassete. - Digo dando festinhas no cabelo dela.
Alexis puxou a minha camisola para baixo duas vezes - como quando uma criança quer a atenção dos país - e olhou para mim.
- Preciso de falar contigo. - Ela diz olhando para Anderson que a olhava enfeitiçado. - A sós, por favor.
Olhei para o rapaz ao meu lado e fiz-lhe sinal com a cabeça para ir em bora.
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Proxy's - Pequenos Psicopatas
HorrorNós paramos de procurar monstros em baixo das nossas camas, quando percebemos que eles estão dentro de nós.