Música: Nightcore - Marionnete
Depois do almoço, Dona Rose deixou-me dar uma volta pelo o orfanato, para ver o que havia de novo e muita coisa moduu desde que eu estive aqui.
Agora encontro-me sentada num banco de madeira a ver as crianças brincarem umas com as outras, mas uma criança chamou mais a minha atenção e eu não conseguia desviar o olhar dela.
Ela aparentava ter os seus quatro ou cinco anos; com cabelos castanhos amêndoa, apanhados por dois totós pretos e uma bandelete com orelhas de gatinho branca, olhos castanhos claros e dois gatinhos bebés nos braços, um castanho, e o outro branco com manchas laranjas.
Ela olhava fixamente por um buraco que havia na cerca colorida; uma coisa normal para uma criança curiosa, seria normal se por de trás da cerca não estivesse a floresta.
- Olá. - Digo aproximando-me dela. - Que estás a ver?
A menina apertou os dois gatinhos contra o peito e chegou-se mais para a cerca.
- Não precisas de ter medo, não te vou fazer mal. - Abaixei-me ficando á sua altura. - O meu nome é Alexis e o teu?
- Adriana, o meu nome é Adriana. - Ela disse com uma voz tão fofa que me deu vontade de a apertar. - Quem és tu? Nunca te vi por aqui.
- Eu já estive no orfanato, mas adotaram-me e agora estou a fazer uma visita. - Adriana murmurou um "hum.." e voltou a espreitar pelo o buraco. - O que há de tão especial aí?
Ela olhou para mim, depois para os gatinhos e voltou para mim.
- Há umas flores brancas muito bonitas um pouco longe daqui. - Um sorriso instantâneo apareceu no seu rosto, mas da mesma forma que apareceu, desapareceu. - Eu gostava de ter um raminho delas...mas eu tenho medo...
Lembro-me que eu amava aquelas flores...elas cresciam todos os anos no início do outono e eu adorava apanha-las, é bom saber que ainda continuam a crescer.
- Do que é que tens medo? - Perguntei tentando saltar para ver o que havia do outro lado da cerca, o que acabou por arrancar um riso de Adriana.
Deitei-lhe a língua de fora e continuei a saltar.
- Eu ouvi uma conversa entre as Donas...elas disseram que em cada semana pelo menos duas crianças desaparecem do orfanato e nunca mais as vemos. - Ela disse com lágrimas nos olhos, o que me deixou de coração partido e ao mesmo tempo intrigada. - Também disseram que há um maníaco assassino na floresta, provavelmente é ele que as leva. Mas eu não sei o que é um maníaco assassino, tu sabes?
Jack contou-me que Slender tinha preferência por crianças quando "matava", então, quando ela disse aquilo eu pensei logo nele.
Mas claro que ela falou desse tal maníaco, que pode ou não pode existir, apesar de eu já ter ouvido coisas e lido sobre ele em jornais...
Essa pessoas é um assassino e não consegue controlar o que faz - se existir, claro -, mas crianças órfãs não seria demais? Elas apenas queriam amor e felicidade, mas acabaram por desaparecer e quem sabe talvez morrer.
- Alexis? - Ela disse timidamente acordando-me dos pensamentos.
- Não...eu não sei. - Digo com a voz fina. Sempre que digo uma coisa que não é verdade a minha voz fica mais aguda, e todos acabam por saber que estou a mentir.
- Eu tenho medo de ser a próxima a ser levada, porque há um homem com uma máscara que está sempre a observar-me.
Eu parei de saltar assim que ela prenúnciou aquelas palavras e um arrepio percorreu o meu corpo inteiro.
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Proxy's - Pequenos Psicopatas
HorrorNós paramos de procurar monstros em baixo das nossas camas, quando percebemos que eles estão dentro de nós.