《Part 0》 Pedidos.

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Como deve ser ter uma família completa, vivendo em harmonia e em um mundo real?

Terras em propriedade do reino de Adaagar, 1769.

Rafaela Langerian. On.

Agachada, eu pegava as ervas que minha avó tinha mandado. São para fazer um chá. Avós e suas manias de chás e coisas naturais. Por entre as plantas, eu vi uma flor. Ela era pequena, lilas e delicada. Pensei em pega-la, mas ela não merece morrer por um capricho meu.

- Rafaela! Ande logo!- minha vó gritou me dando um susto.

- já estou indo! - gritei de volta, mas como minha hiper curiosidade veio atona, eu demoraria mais alguns minutos. Vi, mais ao meio da floresta sombria, um grupo de jovens caçadores. Eles estavam armados, e riam de brincadeiras entre eles. Andei até a árvore mais próxima tentando não fazer barulho ou pisar em folhas secas. Me apoiei em uma árvore e fiquei observando os jovens meninos. Eles pareciam não me notar. Eram 5 rapazes, tinham armaduras brilhantes e espadas que quase tocavam o chão. Fiquei maravilhada, nunca tinha visto outras pessoas por aqui, além de minha mãe e minha avó.

- RAFAELA! ANDA!- minha vó gritou mais estridente, levei um susto e me escondi atrás da árvore. O medo de ser descoberta se tornou real. Dei uma rápida olhada para o grupo de rapazes, e por incrível que pareça, eles não ouviram. Deviam estar ocupados rindo e nem escutaram minha vó doida. Suspirei de alívio e comecei a voltar pra casa, pela mesma trilha que sempre fazia. O caminho já tinha ficado marcado. Desviei de algumas árvores e logo avistava nossa cabana. Eu achava um pouco antiga, mas era charmosa.

- Onde estava, menina!?- minha vó veio ao meu encontro quando eu me aproximava.

- não é tão fácil encontrar as ervas certas, vovó! - eu necessariamente não menti, omiti uma parte. Entreguei a cesta com as ervas pra minha vó, que fazia uma cara desconfiada. Agi naturalmente e fui indo em direção a casa, subi os dois degraus e entrei pela porta já aberta. Ouvindo a madeira do chão ranger.

- teremos que fazer uma horta mais perto de casa! As ervas precisam de sol!- minha vó entra reclamando logo atrás de mim. Me sento em umas das cadeiras e pego um bordado que comecei antes de minha vó me obrigar a buscar plantas bobas. Mas o que minha vó me disse me deixou apreensiva, com uma horta mais perto de casa, não terei motivos para passear pela floresta.

Não sei o que minha mãe e minha vó tem que não me deixam passear. Até parece que a floresta vai me morder. Por que será que aqueles rapazes estavam por aqui? E como não escutaram minha vó? Ela é magica? Esqueci essas bobagens e me concentrei no bordado ilustrando o por do sol. Quando minha mãe viajava, normalmente demorava 2 dias, e minha avó sempre dorme de tarde, eu sempre escapava e ia por um caminho secreto que achei. No fundo da casa tem um riachinho e é só passar por ele e por algumas plantas, depois disso, a vegetação fica pouca e consigo ver o horizonte e o por do sol. É lindo. E espero ir lá mais vezes, mas hoje mamãe volta e não vai dar.

- OH MENINA!- me assusto e dou um pulo na cadeira. Sem querer espeto meu dedo com a agulha. Olho para minha vó que estava vermelha de raiva. Saia uma gota vermelha de sangue, mas não me importei.

- o que foi, vovó?- perguntei inocente. Olhei o fogão a lenha e tinha uma chaleira com água para ferver, mas não tinha fogo. - cadê seu chá?

- estou te chamando, mas você finge que não escuta! Vá pegar um pouco de lenha pra sua vó! Logo sua mãe chega!- ela fala e bufo. Fiquei sentada dois minutos! Mas pelo menos ela está vindo, e espero que tenha encontrado as linhas que pedi.
- já estou indo.- falei e me levantei. Não me importo de ajudar minha avó, só não gosto que interrompam meu delírios. Queria um dia ir viajar com mamãe e a vovó.
Caminhei até os fundos da casa e de relançe vi minha passagem secreta. Suspirei e comecei a arrumar um pouco de lenha.

Minha mãe me contou que vivemos em um reino, governado por um homem muito mal. Diz lendas que ele pune as pessoas injustamente, e que já puniu sua mulher a condenando ao exílio. Não sei os motivos, mas se ele a amava, por que a condenou? Acho que não é assim que o amor funciona.

Falou a menina que nunca amou.

Entre outras histórias, uma também me chamou atenção. A história de fadas da noite, que fazem as estrelas brilharem e cuidam dos sonhos, para que sejam felizes. Observei o céu poucas vezes, porque a floresta é perigosa de noite, e blá,blá,blá. Mas todas as vezes em que o observei fiquei tentando ver as tais fadas. Quando eu fiz 15 anos, pedi para ver o céu, e juro que quando eu olhava as estrelas vi além disso. Não sei o que era. Mas era brilhante. No meu aniversário de 17 pedi as linhas para o bordado, já que não aceitaram me levar ao reino. Mas estou aguardando o de 18, aí sim, talvez elas deixem e façamos uma viagem agradável em família.


EAEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!! Espero que estejam gostando ( eu sei, é o 1 capitulo kkk).

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AMO VCS <3


UM QUEIJO COM NUTELLA, UM PUNHADO DE CANELLA!


Bru^^


Medieval GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora