{Part.14}

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[Rafaela]

Depois de comer, continuamos a andar pelas ruas. Na verdade, era uma rua principal e outras ruas pequenas e sem saída que davam na floresta. Continuamos pela rua principal por pouco tempo.
- entra lá e fala que está comigo. Tenho que fazer uma coisa em quanto isso. - Mariana disse olhando para os lados, parecia preocupada. Concordei e entrei na loja que parecia bem menor de fora.
Até onde meus olhos podiam enxergar, as roupas cobriam as paredes e boa parte do espaço. Tinham vestidos, roupas como as da Mariana e roupas de homens. Tinham algumas adolescentes vendo vestidos e me aproximei.
- olha esse, Margareth!- uma menina ruiva com voz estridente exclamou chamando uma menina morena. O vestido era azul escuro com vários detalhes. Pareciam os que minha vó fazia.
Passei por elas e comecei a olhar os vestidos nos cabides.
- vou levar! - a tal Margareth falou. - é perfeito pra ir a formatura essa noite!- a voz da menina morena era ainda mais chata. Talvez seja melhor eu ir procurar que toma conta da loja e fazer o que Mariana falou. Tentei passar o mais longe das meninas e fui indo pró fundo da loja. A alguns metros, vi uma moça de cabelos negros e pele bronzeada, lendo algo atraz do balcão.
- olá... Ahnn... Estou com a Mariana, poderia me ajudar?- falei meio sem jeito. Ela me olhou na hora e sorriu.
- Mariana? A transmorfo?- ela perguntou saindo de trás do balcão e vindo até mim.
- é... Não sei exatamente o que ela é. - comentei. Ela me abraçou e me soltou dando pulinhos. Estranhei sua felicidade.
- venha! Está na parte errada da loja!- ela segurou minha mão e me puxou por um corredor.- mas, então, Bruna ou Dominique não vieram com você? E onde está Mariana?
- Mariana disse que tinha que fazer outra coisa, Bruna e Mariana brigaram e Bruna sumiu, e Dominique eu mal conheço.- falei. Minutos em silêncio e parecia que o corredor não acabava. Havia várias postas vermelhas vinho dos dois lados do corredor que tinha uma cor clara.
- como se chama?- perguntei ainda me perguntando aonde ela estava me levando.
- Beatriz! E você? Não me diga que é um nome de família por que esses são os piores!- cada frase dela parecia ser dita com uma empolgação além do normal. Que diabos ela seria?
- Rafaela. - falei tímida. Minha desaminação e desilusão pareciam tão pequenas perto da empolgação de Beatriz.
- menos mal. Quer dizer, é um nome bonito!- ela parou repentinamente soltando minha mão e sorrindo. Ela se virou para uma porta e a abril- finalmente! Pode entrar ao mundo maravilhoso das roupas!- ela quase gritou e agitou os braços dando ênfase a maravilhoso.

Entrei pela porta e me deparei com um quarto cheio de vidros e roupas dependuradas nas paredes e em um tipo de poste. As roupas pareciam formar um guarda chuva.
Ao olhar todas as cores das roupas, a culpa me dominou. Minha avó me fez prometer usar somente os vestidos que ela costurava. Então, a tristeza e a solidão imensa que senti me fez querer morrer. Somente a hipótese de perde-las era insuportável. O breve sorriso no meu rosto desapareceu e percebi que isso desagradou Beatriz.
- desculpa, mas eu não posso...- falei dando passos para trás. - preciso saber se minha família está bem. - as frases soltas na minha mente vieram a tona- preciso voltar pra casa. Não posso simplesmente escolher um vestido e ser feliz. Desculpe.

Sem perceber, já estava correndo de volta pelo corredor. Minha vista ficou embasada com as lágrimas. Como pude esquecer de tudo e só lembrar agora? Como pude ser tão egoísta?

Fui contra outra pessoa que me fez cair pra trás. Tentei me levantar e limpar as lágrimas. Quando olhei para cima, vi Bruna e ao seu lado, Beatriz.
- o que houve?- a loira perguntou. Eu tentava passar por elas, mas ela segurou meus ombros e me obrigou a olha- lá. Eu tentava fugir em um momento e no outro....
- algo tirou a hipnose dela...- Bruna falou para Beatriz, por algum motivo eu não achei estranho.- quero que escute as minhas palavras e depois esqueça que tivemos essa conversa. Vai deixar a vontade de ver sua família dormente e vai cooperar conosco. Só vai lembrar disso quando eu permitir ou eu morrer. Certo?
- certo.- meus labios se moveram sem autorização e uma tontura temporária me tirou do rumo.

-Rafaela? Teve outra visão?- Bruna me sacudiu pelos ombros. Minha cabeça doía e me lembrei que estava na loja de roupas e que Beatriz ainda me esperava para escolher uma roupa para ver a rainha.
- acho que foi a comida. Desculpe. - falei me endireitando e olhando Beatriz que sorria abertamente, tal como eu antes.
- vamos! Temos muita coisa a escolher e pouco tempo! - disse a morena. Bruna apenas sorriu me incentivando e ficou observando de longe.

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