Part 20

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[Rafaela]

Depois de almoçar, a rainha me levou ate um jardim interno, bem no centro do castelo. Nos sentamos em um banco e ela puxava assunto. Tudo naquele castelo, parecia ser exageradamente grande e espaçoso.

-Rafaela, com quem você morava?- a rainha perguntou. Encarei uma árvore a nossa frente e meu coração apertou.
- com minha mãe e minha avó...- então me lembrei de que eu tinha parado de procura-las. Eu sou uma péssima filha e neta.
- como se chamava sua mãe?- ela parecia hesitante ao perguntar. Quando a olhei novamente, percebi minha vista embassada. As lágrimas e um sentimento extremamente ruim me abraçaram.
- Laura e minha vó... Mercedes. - falei tentando não gaguejar. Senti sua mão em meu ombro me confortando.
- não chore, querida. O que houve com elas?
- elas...elas su.sumiram- e as lágrimas voltaram, os pensamentos ruins voltaram.
- vamos acha-las! Mas para que isso aconteça, depende de você querida!- a olhei confusa.- já que está começando agora vamos treina-la!

Eu, frágil, aceitei no anseio de acha-las.

[Xxx]

-esta na hora!- falei. Eu estava escondido junto de Jhoe. Alguns demônios se arriscavam antes da hora. Os sentinelas estavam raivosos. Ameaçavam a sair da divisa.
- temos que achar aquela sentinela. - ele disse. Certamente preocupado com o porte físico dos sentinelas desse lado. Ele não estava errado.
- certo. Vamos nos mover.

Nos afastamos um pouco e começamos a rodear a divisa. Jhoe tinha razão, aonde tinha menos perigo, os sentinelas se tornavam mulheres ou até adolescentes.

- olha ela aí!- ele disse. Ela conversava com outro sentinela.
Me concentrei em ouvir a conversa.
-vamos ver então! Aposta o que?- a maior disse. Elas pareciam descontraídas.
- ok. Se eu matar mais, o que vai acontecer, você me paga um barril de vinho. O melhor!- a outra disse rindo.
- puf! Se eu vencer, terá que me fazer uma casa nova! Odeio a minha e a sua é baixa!- nossa sentinela disse.
As duas riram.
- apostado.
A conversa foi enterroupida pelo som das mortes. O sol tinha baixado. Os mais idiotas se precipitaram, como eu previ.
- será que já está na hora?- Jhoe falou sussurrando.
- não.- respondi igual.
- será que precisam de ajuda?- a loira falou.
- vai lá você. Eu cubro aqui. - perfeito.
- ninguém faz nada sem mim. Ian deve estar por perto, vou ajudar ele. Parece que alguém vai perder em, Domi!- elas riram. Uma se foi, e a Domi ficou.

A intensidade do som aumentou. Agora tinha mais gente morrendo.
Olhei Jhoe e ele me olhou. Nos despedimos trocando olhares. Ele se afastou um pouco e seguimos o plano.

Ele correu até a divisa, e Domi logo foi atrás dele, aproveitei e corri para a divisa. Fechei os olhos e quando abri, estava vendo as costas da sentinela. Jhoe voltou correndo para a floresta, e a sentinela não se atreveu a avançar.

Eu corri, por entre as árvores. Cheguei a um vilarejo, as pessoas rindo e dançando em volta de um fogueira. Como pode? Os sentinelas se matando e os outros aqui dançando, sem temer nada?

Percebi que minhas roupas denunciavam que vim de fora. Entrei mais na floresta e circulei o vilareijo, estava procurando uma casa. Qualquer uma. E minhas preces foram atendidas. Uma casa sombria, isolada e vazia para minha felicidade.

Entrei e o chão de madeira rangeu. A casa escura me lembrava o castelo. Andei pela casa até achar um quarto. Procurei por roupas, e só achei as roupas que pareciam com as dos sentinelas. Perfeito, acesso a divisa.
Tudo corria bem. Até o tamanho das roupas era certo.

Agora só faltava minha história. Eu não poderia dizer que viva escondido, provavelmente todos conheciam a todos.
O reino dos humanos não fica muito longe não é?

- quem é você?- pulei com susto. A voz de um homem me assustou. Parecia bravo. Me virei e para minha surpresa, um vampiro, e não estava sozinho. Estava com a sentinela loira. Ela o apoiava, parecia machucado.
- a menos que seja um curandeiro, caia fora!- ela disse. Fiquei paralisado.
Eles passaram por mim e ele se deitou na cama.
- onde foi?- ela perguntava.
- na perna. - ele gemeu.
- certo, vai ficar tudo bem. - a sentinela rasgou o tecido em cima do machucado, estava feio. Deve ter sido um chupa-cabra.
- o que que é isso?!- ele exclamou assustado.
- mordida de chupa-cabra!- falei. Ela me olhou, se aproximou e disse na minha cara.
- olhe ele, vou buscar um curandeiro. Se eu voltar e você tiver partido, eu te mato!- e assim ela saiu correndo. Parecia mais nervosa que o próprio ferido.
- quem é você?- ele perguntou novamente, segurava a perna com as mãos.
- acabei de chegar. Na verdade, eu vim do reino dos humanos. - falei começando minha farsa.
- uma vampiro? Por lá?
- meu pai era vampiro, engravidou minha mãe e ela quis que eu crescesse com ela.
- seu pai era do reino de Adaagar?- ele conversava para destrair.
- sim. Por isso sei de seu machucado.
- e veio morar aqui por que?- ele parecia desconfiado.
- por que meu pai me abrigava a coisas que eu não queria, e os humanos estavam me caçando. - com essa explicação ele se calou. Ouvimos passos rápidos e logo a loira chegou com uma curandeira.
- não posso ver nada!- ela exclamou.
- tem velhas no armário!- a loira falou e olhou pra mim. Corri e acendi algumas, as trazendo para perto do ferido.
- parece bem feio...- a curandeira falou observando.
- eu falei para ele não se afastar! Teimoso!- ela deu um tapa na cabeça dele e ele riu.
- vou tirar os dentes e costurar.
- dentes?- ele perguntou. Eu continuava no canto do quarto.
- quando um chupa-cabra morde, ele deixa os dentes. Sorte sua. Quando ele chupa, normalmente deixa veneno.- falei vendo a curandeira preparar o ferimento.
- isso mesmo.- ela disse. Depois disso se iniciou um silêncio eterno. Todos observavam a curandeira. Quando ela acabou, foi embora e ficamos os três.
- ele é de confiança?- ela perguntou ao seu, talvez, namorado.
- sim. - ele respondeu indo dormir .

- bom, eu vou indo. - eu disse. A loira se aproximou.
- como se chama?
- Zack. E você?
- Bruna, e aquele é Ian. Obrigada por nos ajudar. Aconselho ir falar com a rainha, se é recém chegado. Ela lhe informa-ra onde pode morar e o que pode ser. - ela disse gentil. Me acompanhou até a porta.
- tudo bem. É pra qual lado?- perguntei.
- depois que achar um vilareijo, siga a coisa pontuda e branca no horizonte. - ela disse rindo. Ri também e acenei antes de sair pela floresta.


Ola, desculpa a demora! Ainda não corrigi, então algumas coisas podem ser mudadas!

<3

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⏰ Última atualização: Jun 26, 2016 ⏰

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