[Part 17]

36 4 2
                                    

- vamos! Tenho certeza que está cheia de dúvidas e coisas passando por sua cabecinha, nesse momento!- ela falou começando a andar para um corredor que era ligado a sala dos tronos. A segui apenas a deixando falar, ela tinha razão.

- vou te levar a uma sala, onde podemos conversar em paz. Todos no reino conhecem a história da criação, mas se há pessoas de fora que entram para viver aqui, eu peço para contar a história, assim não fica dúvidas.

O corredor tinha quadros pintados com muita habilidade. Na maioria vi cenas de lutas e harmonia. Os quadros tiravam um pouco do ar de tranquilidade do castelo.

A rainha parou, e eu parei logo atrás dela. Ela abriu a primeira porta cinza do corredor e fez um sinal para que eu entrasse.

A sala tinha algumas estantes de livros e vários quadros só que maiores dos anteriores. A sala era comprida e não muito larga.

- gosto de contar a história perante os quadros, assim poderá entender melhor como foi. - ela disse.- venha comigo, por favor.

A segui novamente até o que parecia ser o fundo da sala. Ela parou diante um quadro com vista de cima das florestas e campos.

- quando Deus criou o mundo, ele deixou que apenas animais vivessem nele, por muito tempo. Mas, então ele criou as pessoas. Ele amou elas e deu a elas o livre arbítrio. As pessoas agora tinham sentimentos e não sabiam controla-los. Então, nasceu o mal. - ela apontou para o próximo quadro. Dois homens duelando. Tinha muito sangue.- Deus pensou em punir o primeiro assassino para que as pessoas tivessem como exemplo e parassem de matar umas às outras. O primeiro assassino perdeu sua alma e foi enviado ao subsolo, para demonstrar que ele estava abaixo dos outros, que ele não era superior.

- então se criou o inferno?- perguntei ansiosa. Dei uma olhada no próximo quadro.

- ainda não. A proposta feita por Deus foi seguida por algumas décadas, mas houve mais assassinos. O subsolo ganhou novas pessoas condenadas. Vendo que o mal tinha que ser cortado pela raiz, Deus criou seus anjos. Os anjos eram mandados a Terra para ceifar os de coração ruim. - ela apontou para outro quadro. A imagem de criaturas com asas descendo a terra me prendeu por segundos.- e os anjos os fizeram. Mais é mais pessoas eram condenadas. Porém, os anjos também tinham liberdade de escolha. Um anjo, Lúcifer, desceu a terra e decidiu que não mataria mais, independente de seu coração. Deus, com pena de seu filho, puniu Lúcifer e o aprisionou no subsolo junto aos demais, porém ele ainda teria seus poderes. - ela apontou para outro de seus quadros e desta vez era uma imensidão negra e apenas um ponto de luz no meio.
- o inferno. - deduzi.
- sim, a paz reinou durante algum tempo na Terra. Porém, Lúcifer não deixaria barato. Ele criou novas criaturas, usando os corpos das pessoas de coração ruim, criando assim, criaturas sedentas por sangue. Ele usou seus poderes para as mandar pra cima. Tentando medir forças com Deus. - andamos até outro quadro onde em cima de um monte de pessoas mortas havia uma sombra com a silhueta de uma pessoa.

- Deus, para revidar, criou criaturas a partir dos corpos de voluntários de coração bom. Se há mal, tem que haver bem. - ela parou por segundos e apenas olhou o quadro a nossa frente. - batalhas e guerras desordenadas foram feitas por todo o mundo. Então, uma bruxa muito poderosa, criou um feitiço único. Ela fez uma barreira pela qual só poderiam passar pessoas de coração bom. As criaturas vieram todas para essa redoma. Fora da redoma, restaram os humanos e as criaturas do mal. Já deve ter ouvido falar de Adaagar. Ele é o atual rei dos criaturas do mal.
- mas, eu vim de fora da redoma e eu não vivia com essas criaturas.- comentei olhando o próximo quadro.
- é porque existem pontos neutros, eles são muito difíceis de se achar. Vou continuar. Depois que as guerras e batalhas inúteis cessaram, os reinos e sociedades foram se criando. As criaturas de bem, viviam apenas confiando umas nas outras, sem líder. Então Deus sugeriu que um Anjo os liderasse. - fomos até o próximo quadro, seguindo na mesma parede. Desta vez era um ser de asas brancas e uma beleza incomparável.- o anjo fez isso. E ainda concedeu vários anos de vida as criaturas. Meu marido foi um ótimo rei, até que Deus ordenou que ele voltasse pois os humanos precisavam mais do que nós.
- então a senhora ficou governando até hoje. Mas o que a senhora é?- perguntei a olhando.
- sou uma bruxa também. Continuando, os anjos mantém os humanos longe de nós. Para sua segurança. O reino do mal se instalou ao nosso lado, e por isso nos temos os sentinelas, que vigiam a fronteira durante a noite, que é quando a maioria dos ataques acontece.
- e aonde está a bruxa poderosa?-perguntei.
- não sabemos. Ela não quer ser encontrada. Agora, temos que conversar a respeito de você. Alguma dúvida até agora?- ela me olhou nos olhos.
- por que eu estou aqui?

Ela caminhou até o lado oposto da sala. Aonde havia mais quadros.

- depois que tudo começou a se acertar, teve uma família de criaturas, que misturaram duas espécies. E o filho deles, era único. Podia prever o futuro. Naquela época, ele era apenas mais um, mas agora, nos valorizamos os profetas, pois só nascem um de cada vez e normalmente a cada 100 anos. Nossos sábios dizem que os profetas são muito poderosos, pois reinos podem cair a seus pés.
- e o que eu tenho haver com isso?- perguntei. Acho que a ansiedade misturada com a falta de paciência me tomou.
- como você não apresentou nenhum poder aparente, deduzimos que seja a profeta desse século. A última profeta que tivemos morreu tentando impedir que sua família morresse. - ela me mostrou a pintara de uma mulher ruiva. - ela foi a profeta mais poderosa até agora. Ela escreveu uma carta antes de morrer e pediu que fosse entregada a próxima profeta.
- esta me dizendo que eu sou uma profeta? Não, eu sou apenas uma menina que morava na floresta e passou pela tal barreira mágica!- falei dando uns passos para trás. Meu coração ia explodir, minha cabeça latejava.

- fique calma. Você vai aprender a lidar com seus poderes. - a rainha se aproximou e percebi que estava sem respirar por alguns segundos.
- não. Não. Eu. Eu tenho que achar minha familia!- falei e o habitual desespero tomou meu corpo. Olhei ao redor e a sala sem janelas me deixou claustrofóbica.
- Bruna!- a rainha gritou e eu não entendi, mas em segundos, a figura loira dela me impediu de correr porta afora.
Ela segurou meus ombros e olhei em seus olhos.
- fique calma. - ela disse. - coopere conosco e esqueça sua família novamente. Vai aceitar seu novo poder e vai agir normalmente. - a voz dela me acalmou. - esqueça que eu estive aqui.

Pisquei e olhei a rainha sorrindo.
- o que aconteceu?- perguntei.
- seus poderes deram sinais de vida! Isso é ótimo!

Desculpe a demora seus lindões

Medieval GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora