《Part 11》

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[Rafaela]

Aquele sonho colorido se transformou em uma imensidão escura. Eu queria muito acordar, mas eu me sentia mau e com dores pelo corpo.

Minha vida mudou de um dia pra outro. Em uma tarde eu tomava chá com a minha avó e agora? Eu nem sei onde estou!

Eu corri pra floresta, achei uma menina que se pode se transformar em animais e ela me salvou de um vampiro, que por um motivo desconhecido queria me pegar. Acordei na casa dela, ajudei ela e depois fui 'dar uma volta'. Talvez essa tenha sido a escolha errada. Eu podia ter ficado na casa e quando Mariana acordasse, ela poderia me ajudar a achar minha família. Mas não, eu tenho sempre que ser curiosa e teimosa. Conheci uma mulher que disse que posso ser sobrenatural, depois me drogaram e me raptaram. Onde estou agora? Com certeza não estou mais perto de achar minha família. Sinto falta dos abraços da minha mãe.

Sinto tanta dor no estomago. Acho que preciso comer algo. Talvez seja por isso que aquelas malditas ervas tenham tido um efeito forte. Parece que a cada passo que eu dou, estou me afundando mais em um sonho cheio de criaturas mágicas e um mundo que é surreal.

Abri os olhos e tudo estava escuro. De novo eu estava deitada em uma cama nada confortável. Me sentei e olhei em volta. Parecia o quarto em que eu fiquei na casa da Mariana, mas não era. A porta estava entre-aberta e uma luz laranja entrava pela mesma. Levantei com cuidado e abri a porta que rangeu um pouco. A pequena sala estava sendo iluminada pela lareira que estava aberta. Parece mesmo a casa da Mariana. Pela janela, eu podia ver uma floresta sombria e escura. Já tinha se tornado noite? Será que estou sozinha? Não tinha barulho algum, se não o barulho dos insetos da floresta. Não pretendo sair da casa, seja ela de quem for. Andei até a sala, e tive a visão da cozinha escura. Acho que não tem ninguém. Será que tem algo pra comer?

Fui até os armários da cozinha e os abri. Tinha alguns copos e pratos. Depois de olhar todos, comprovei que não tinha pra comer. Que tipo de pessoa não come?

E o outro quarto? Tinha o que eu estava e tinha um ao lado, será que la tem alguém? Voltei ao pequeno corredor e abri a outra porta, convicta de que não teria ninguém. Tudo estava escuro e tinha um cheiro forte que não sei do que é. Mas é um cheiro estranho, não chega a ser ruim. Resolvi fechar a porta e voltar pra sala. Me sentei no sofá e fiquei observando o fogo. Esse era a unica fonte de luz.

Onde está Mariana ou Abgail quando se precisa. Onde esta minha mãe e minha vó quando se precisa. Não vou sair, não sei onde estou e muito menos o que tem lá fora.


[...]


O som do fogo foi a última coisa que ouvi. Uma dor de cabeça, forte demais pra me manter acordada, me fez dormir. Nunca tive isso. Como não achei nenhuma erva medicinal, resolvi dormir ali mesmo no sofá. Escolhida e sentindo o fogo me aquecer cada vez mais.


Então um sonho começou...


Em uma campina aberta e com grama baixa, tinha um lago médio. A água azul refletia a luz do sol ao meio dia. Ela emanava um brilho intenso, porém era lindo. Eu estava sentada a Beira do lago. Minhas roupas estavam estranhas, mas um movimento ao meu redor me chamou atenção. Levantei o olhar e vi um homem. Ele estava longe mas era perceptível por ser um campo aberto e ele estar com roupas pretas. Ele me olhava parado, assim como eu. A todo momento eu tentava descobrir que era, mas seu rosto estava escuro.

Aquele ser perturbador me olhava e eu não conseguia desviar os olhos dos seus. Ou do seu rosto escuro. Então todo o cenário lindo a nossa volta, mudou. Em seu lugar, surgiu um lugar escuro e abafado. Eu continuei parada. Não me atrevi a andar pela aquela escuridão silenciosa.

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