Capítulo 3

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Amanda

Meu pai nunca perdeu a hora do trabalho, não sei como ele fazia para ser tão pontual, já era 9h30min e estávamos na matriz da empresa, a oficina estava aberta desde as 8h00min, e os empregados a todo vapor.
Não demorou muito para que a recepcionista anunciasse a chegada da minha amiga. Papai terminou de atender uma ligação de um cliente e a mandou entrar. Eu quis sair do escritório para que eles conversassem mais reservadamente mais papai fez questão da minha presença.
Tatiana estava toda elegante, uma calça marrom, blusa branca e terninho marrom combinando com a calça, e um sapatinho fechado preto. Look perfeito.
Meu pai não perdeu tempo, assim que Tati sentou foi logo expondo minha conversa com ele e o que ele tinha para oferecer a ela como serviço. Ele leu o currículo que foi posto em cima da mesa. E naquela manhã soube que tinha ajudado a mudar uma vida, o caminho dela ela desviado de um destino cruel. E eu me senti bem. Meu pai pediu para que ela se apresentasse ao trabalho no início da semana seguinte. Ela seria a nova recepcionista da loja matriz em Casa Forte, mais tarde na ausência dela, meu pai confidenciou que ele queria acompanhar pessoalmente o trabalho dela, pois ela não tinha experiência alguma.
Achei uma boa ideia. A vida da minha amiga não tinha sido fácil até o momento e tenho certeza que ela não iria se abater nesse novo caminho.
Me despedi de Tati e fui encarar minha última semana de aula que passou muito rápido.
Todos os dias na hora do jantar meu pai me contava como tinha sido o dia de trabalho de Tatiana. Me contou até que o Luiz apareceu lá na quarta-feira, querendo arrancar a menina da recepção, atrapalhou todo o bom andamento da oficina e assustou alguns clientes. Só quando ele viu meu pai foi que a macheza dele diminuiu. Ele jamais iria enfrentar meu pai. Havia muito respeito envolvido. Por um lado achei bem feito ele ter saído de cabeça baixa da oficina, mas lembrei-me da minha amiga, ela deve ter arcado com as consequências em casa.
Fiquei preocupada!
Assim que o jantar acabou liguei para ela.

- Tati, soube que o Luiz esteve na loja. Está tudo bem com você?

- Agora está tudo bem sim. Ele quis dar uma de valente quando cheguei. Mas, o coloquei em seu lugar. Eu não sabia que tinha essa força Amanda. Estou me redescobrindo.

- Fico feliz. Estava muito preocupada com sua segurança.

- Eu nunca terei como agradecer a você Amanda. Se tiver algo que eu possa fazer, me diga.

- Na verdade tem uma coisa sim.

- Sério? Que bom.... pois me fale logo!

- Quero que seja feliz! Que não seja mais humilhada.

- Mas....mas, isso não...

- É tudo que preciso Tatiana. Viajarei no sábado, deixarei meu endereço com papai e você pefue com ele, quero cartas, quero ligações, quero notícias sua e da sua filha. Fica bem!

- Pode deixar! Que você seja sempre abençoada e iluminada amiga. Tenha uma boa viagem.

E assim nos despedimos.
A última vez que falei com ela enquanto estava em Recife.
Da quinta para o sábado foi uma verdadeira massada, o tempo teimava em passar devagar, todas as vezes que eu olhava para o relógio só havia passado de três a cinco minutos, ele só podia estar quebrado. Mais ele não estava. Eu que estava ansiosa.

No sábado acordei cedinho, chequei minha mala, meu pai já estava na mesa tomando café e eu o acompanhei. Meu voo era as dez e meia da manhã,  tínhamos tempo até lá.
Paulinha e Inês chegaram e fizeram questão de me acompanhar até o aeroporto.
A conversa fluiu alegre e no caminho meu pai vem com uma novidade.

- Meninas eu não quis falar nada antes. Mas sinto que chegou a hora certa.

- Quanto mistério papai! Fale logo.

30 NoitesWhere stories live. Discover now