30 Noites

Capítulo 8

Amanda

Não consegui entender o motivo pelo qual Kamylla resolveu nadar justamente na divisa, mas isso agora era o menor dos meus problemas, preciso avisar a Rarin que provavelmente estamos sendo vigiados, isso sim é prioridade.
O Rei Migas está fazendo um discurso muito encorajador sobre a guerra, e mostrando Sisórium como líder e como seu representante, todos atentos, inclusive eu, porém alguém me cutuca no ombro esquerdo, viro em busca de quem requer minha atenção e Xabru está fazendo alguns gestos incompreensíveis, depois de tentar desvendar as mímicas dela, e não obter nenhum sucesso, eu desisto, e saio de onde estamos com ela logo atrás de mim, nos afastamos um pouco da multidão para podermos conseguir conversar.

- Desculpa a interrupção Amanda.

- Sem problema! O que foi? Não entendi nada do que você tentava dizer.

- É que Marianna mandou um recado, tem uma carta pra você na pousada, não sei que sem é. Os patrulheiros da ronda noturna trouxeram o recado.

- Hummm sei! E por falar em patrulheiros, me diz uma coisinha Xabru...

- Se eu souber!

- ... Está tudo bem? Nada estranho nas rondas? Ou tipo, alguém estranho?

- Não! Nada! Que eu saiba tudo na mesma mesmice de sempre. Por quê a pergunta?

- Hmm, Nada. Só curiosidade mesmo. Obrigada pelo recado, assim que der vou na pousada.

  Xabru desconfiou da minha pergunta. Tenho certeza, aquele olhar dela me disse isso, antes que ela pudesse me encher de perguntas, voltei pra o lado de Rarin, quando ele me viu retornar demos as mãos, o rei já havia finalizado seu discurso e agora quem falava era Sisórium, o primo do meu amado, não vi a princesa Eiriam em lugar algum, estranho.

"Despeçam-se de suas famílias, mas não dêem adeus, um breve até logo é o suficiente."

Sisórium encerra seu discurso com essa frase de efeito.
As pessoas se esvaem do pátio para o último abraço e beijo antes de partir, e eu arrasto meu Rarin dali até o canto da parede mais  próxima.

- Amor venha cá, preciso te contar uma coisa.

- Êêêê mocinha, calma aí, primeiro me diga o que a usurpadora dá Kamylla queria com você logo cedinho! - ele me agarra pela cintura, me prendendo em um abraço.

- É exatamente isso que quero lhe contar - beijo-lhe o pescoço - estou preocupada, ela me contou que viu um homem fada no rio da divisa. - ele afrouxa o aperto em minha cintura.

- No rio das sereias? Mas que diabos ela tava fazendo ali?

- E eu sei! E isso é o que menos importa.

- Verdade. Tão próximo. Tão perto de nós em tempos de guerra. Só significa uma coisa. Espião.

- Foi exatamente isso que pensamos. E outra coisa que me veio a mente quase agora enquanto falava com Xabru...

- O que ela queria?

- Calma! Deixe eu concluir, enquanto falava com ela, imaginei como nenhum patrulheiro viu ou ouviu a fada.

- Faz sentido! Impossível. Tava muito perto de nossa terra. Mas o quê Xabru queria?

- Ain como você é curioso! Marianna mandou um recado, chegou uma carta pra mim na pousada.

- Não quero que vá na pousada enquanto eu estiver fora Amanda.

- Ma... Mas Rarin...!

- Não tem mas, nem meio mas! Você não vai.