Capítulo 10

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Dylian

  O ataque ao acampamento dos Elfos foi um sucesso!
Tudo saiu como o planejado, a melhor parte com certeza foi ficar à espreita olhando a reação de cada um deles, principalmente do meu alvo, Rarin.
Toda a dor que causei foi muito prazeroso de ver estampada em seu rosto, sua indignação me deu orgulho do meu ato corajoso.
Um plano perfeito, liderado por mim e executado por meus homens de maior confiança, atacar na calada da noite foi crucial, a maioria dormia, alguns não mostraram a menor resistência e tentaram em vão pegar suas flechas brancas em demostração de rendição, mas eu não queria rendição, a morte tinha chegado pra eles, e eu era a morte dos que estavam em minha frente, enquanto outros tentaram mostrar alguns resquício de bravura em seus momentos finais de vida! Pura besteira. Esse inútil ato de heroísmo deles.
Estamos no meio do dia, retornei ao nosso acampamento e logo recebi uma mensagem da Rainha, ávida por notícias sobre nossa investida, recordo-me que ela adorou a sugestão que dei ao ataque logo cedo. Eu esqueci completamente de enviar notícias, ela não gosta nem um pouco de esperar.
Após relatar tudo com detalhes em uma carta, e enviar o mensageiro de volta, ordenei que meus homens descansassem, essa noite a guerra iniciaria e os Elfos estão em menor número, porém estão furiosos, vai ser muito divertido.

  Duas horas depois o acampamento encontrava-se silencioso, por toda sua extensão, uma pulsação se fez sentir, não ouve nenhum vento para alertá-lo, nenhum som ou movimento, mas Dylian o sentiu. Inicialmente pensou ser algo de cunho pessoal, um desespero só seu, como os que lhe assombravam os momentos que ousava dormir, uma onda de crua emoção, tão potente que por alguns segundos mutilou outros sentimentos e tomou lugar instalando-se em sua prioridade, tirando-lhe até a capacidade de pensar. Era só sentir.
Ele estava sentindo. Não sabia explicar o que era. E como veio, se foi.
Deixando Dylian intrigado, mas com a certeza que não deveria dar atenção. Ou deveria? Resolveu que não.

Um de seus homens adentrou sua tenda meio descoordenado derrubando o castiçal que estava ao lado de uma mesinha improvisada, roubando toda a atenção de Dylian, que o olhou curiosamente.

- O Senhor PRECISA ver isso! - falou apontando para o lado externo, estão do sem esperar por seu superior, na mesma velocidade que se atreveu a entrar.

Dylian o seguiu, mas sem a mesma empolgação e velocidade.
A maioria de seus soldados estavam parados, olhando para uma enorme árvore que queimava, mas não era um fogo "normal", suas chamas eram azul e verde, alguns momentos ficavam roxa. No topo uma frase "queimava" como se iluminada por um farol.

"Fim da linha"

As mãos de Dylian fecharam em punhos, uma ameaça. Quem podia ter feito isso? Os rolos dos elfos não tem a magia crucial para isso. Sim. Magia. Pura magia. E só um povo tem isso nas veias. Otários. Não sabem que estavam em guerra? Sabiam sim. Mas pelo visto são idiotas o suficiente pra se meterem no meio disto tudo. E atacaram o lado errado dessa vez.

Um segundo.
Ele sugou o ar e respirou.
Mais um segundo.
Ele inspirou.

Seus músculos estavam tensionados.
Ele avançou em direção a primeira fileira de soldados, que estavam mais próximos a árvore ameaçadora. Tocou em suas chamas e não sentiu queimar. Estava certo. Totalmente. Magia.

- Juro pela Rainha Nature, que descobrirei quem dentre nós deu passagem para o inimigo fazer isso. Quem ergueu a mão contra sua raça, e contra minhas ordens expressas, esse soldado, seja ele quem for, vai se arrepender amargamente, pois eu mesmo vou ter o prazer de fazer isso, lentamente e dolorosamente. - o tom de Dylian era baixo e grave, sua voz marcada pelo desgosto. Se virou, examinou os olhos de cada soldado ali reunido, e continuou - Esse soldado cortejou a morte, e servirá de exemplo. A morte enamorou-se dele.

30 NoitesWhere stories live. Discover now