Capítulo 4

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Dylian

No meu reino aprendemos desde cedo que nossas terras foram usurpadas.
Anos atrás tivemos uma guerra, contra os elfos, e por pouco não ganhamos, enquanto me lembro dessa história me aproximo da floresta dos unicórnios, chegar até aqui é praticamente impossível, uma vez que só quem possui sangue élfico, ou é convidado de algum deles podem entrar nesta floresta. Mas a ajuda da minha "amiga" sereia e do meu meio sangue me deu essa permissão.
Sou um guerreiro do povo das fadas. Entrar aqui em um dia de celebração foi meu trunfo, todos entretidos e felizes, chega dá vontade de chorar de tanta emoção!
Essa felicidade me enoja.
Quando a rainha pediu minha colaboração para iniciar essa guerra, e sem me apresentar um motivo, na mesma hora pensei em vários para dar-lhe. Mas ela já estava com tudo arquitetado.
Ela sabia que eu não me envolveria com uma elfa, então fomos pelo lado fraco, sereias.
As sereias são mais sentimentais e sem escrúpulos. Fazem qualquer coisa por um rubi! Por uma pedrinha brilhante desta, elas fazem coisas inimagináveis.
Então mentir para Hadassa foi praticamente a parte mais fácil dessa missão, que acaba hoje com o rapto de dois unicórnios.
Assim fecho o ciclo da primeira parte do plano da minha saudosa rainha.
E por alguns rubis, Hadassa me entrega dois unicórnios valiosos.
Foi moleza entrar na floresta e pegar um de cada vez.
Nosso reino possui o clima frio, e ao adentrar o seu limite sinto a brisa gelada tocar minha pele, e isso me faz lembrar que esqueci meu casaco em Heavlen, não posso deixar pistas e a insígnea do meu reino pode nos colocar em suspeita, amarro bem os unicórnios e decido voltar. Droga!
Escuto o som da música de longe.
Deve mesmo ser um dia especial, e vai ficar inesquecível com minha ajuda.
A curiosidade me chama para dar um vislumbre da festa. O rei deles faz um discurso fajuto que arranca meia dúzia de palmas, e de longe vejo Rarin, ele ainda não me conhece, mas em breve vou ter uma flecha minha bem no meio dos seus olhos. E essa satisfação será exclusividade minha, prometida pela rainha!
Já estava cansado dessa festinha besta quando uma movimentação me chama atenção, uma ruiva, abrindo caminho entre os elfos para chegar ao centro do salão, a vejo se jogar nos braços do meu inimigo número um, Dymont!
Coitada! Vai ficar com o coração partido em pouco tempo, deve ser namorada dele, acho melhor mandar um bilhete pra ela ir às compras, sugerindo umas peças de roupas na cor preta para que ela saboreie o luto eminente.
Mas pensando bem, eu a posso consolar um pouco e depois dar uma estadia de alta temporada com todos os direitos inclusos nos calabouços do meu reino. Adoraria as visitas noturnas. Hehehe, prevejo época de muita diversão!
Melhor sair daqui pra que ninguém me veja.
A Rainha anda ansiosa para colocar as mãos em suas novas aquisições. Não a deixarei esperar mais.

Minha chegada ao reino foi silenciosa, discreta, a cela dos unicórnios estava pronta para acomodá-los. Mandei um dos soldados avisar de minha chegada à Rainha Nature!

Fico indignado como ela pede rapidez em um serviço e quando executamos, não tem a mesma pressa em vir conferir o serviço.
Depois de horas de espera ela resolve aparece num vestido vermelho a passos lentos.

Sem pressa pra guerra, meu oposto.

XXX

RAINHA NATURE

Estava em meus aposentos quando um de meus soldados pediu para transpor os limites de minha tenda. O que significa que ele passaria de minhas cortinas.
Permissão dada, ele me dá o recado mandado por Dylian.
Deleito-me com a notícia, finalmente esse dia chegou, preciso conferir com meus olhos, mas não será agora, ordeno que mande Dylian me aguardar na cela e o dispenso.
Lembro-me o quão difícil foi tomar essa decisão, uma guerra está prestes a chegar, e me sinto muito bem com isso. O tão justo e caloroso Rei Migas terá uma bela e inesquecível surpresa. Como eu queria estar lá pra ver a cara dele quando recebesse a notícia.
Uma fada enganando e usando de artimanhas da traição para entrar no reino vizinho, ainda pior, uma fada roubando!
Só o Dylian seria capaz de fazer esse serviço, e como ele executou bem. Desde o momento que aquele malfadado romance com a mãe dele aconteceu, eu maquinei esse dia, fiz de Dylian, minha arma secreta, foram vinte e três anos regando cada sentimento de repulsa contra os elfos. Cada dia, cada minuto, cada segundo envenenando a cabecinha fraca dele.
E eu não vou parar por aí.
Tudo está apenas começando pra mim, Migas gosta de seguir regras e são elas que vão fazer com que ele se arrependa de cada decisão tomada a respeito da nossa guerra.

30 NoitesWhere stories live. Discover now