Toda quinta-feira havia uma reunião daquele pequeno clube escondido. Só havia três integrantes, e assim sempre deveria ser. Elas se sentaram nas cadeiras disponíveis naquela pequena sala, as pernas cruzadas, as mãos sobre os joelhos. Tão belas com as mascaras que usavam e que cobriam o suficiente do rosto para não serem reconhecidas facilmente, onde cada uma tinha uma flor desenhada.
A sentada à direita tinha o cabelo completamente cacheado e preto, adornando seu rosto, em seus lábios um batom vermelho, além de um sorrisinho esperto, sua mascara tinha o desenho de um Lírio. Ela pigarreou para as outras duas, demonstrando que queria falar.
— Como estamos em silêncio a cinco minutos, nada mais justo do que eu começar a contar — ela sorriu esperta, tentando disfarçar na voz sua animação, mas acabou falhando.
A sentada a esquerda olhou para a sentada no meio. Tulipa e Rosa, respectivamente. Elas assentiram depois de pegarem os pequenos cadernos e as canetas, dando a permissão de fala para Lírio. Nenhuma das duas realmente achava que a história de Lírio poderia ser melhor que a delas.
— Okay. Aconteceu na terça-feira desta semana. Acho irrelevante revelar os meios que usei para chegar até este nome em especial, então vou ir direto para a parte em que estávamos na minha casa, uma hora após minha saída do trabalho. Ele usava roupas pretas e tinha um cheiro de espuma de barbear, o que era simplesmente uma delicia...
"Nós até tentamos conversar, ele sorria de um jeito sacana sempre que uma piada sexual aparecia, e foi questão de tempo para estarmos nos beijando de modo quente no sofá. O desejo entre nós era claro, as mãos dele corriam pelo meu corpo e me apertavam, enquanto eu estava focada em deixar pelo menos uma marca das minhas unhas em seus bíceps. Ele tinha uma tatuagem de algumas letras no dorso da mão, mas eu não me lembro quais eram. Bom, nós não ficamos nem mesmo cinco minutos na sala, mas não reclamei, estávamos ali para outra coisa.
Quando ele me segurou pela cintura e me colocou em seu colo, achei que faríamos tudo ali, mas então surpreendentemente ele conseguiu se levantar me segurando, e fomos até o quarto, batendo vezes ou outra na parede, e mesmo que eu deixasse escapar alguns risinhos com isso, ele tinha se tornado incrivelmente sério.
Na porta do quarto eu puxei seu cabelo e mordi o lábio inferior. Ele retirou a minha mão com força, seus dedos longos dando a volta no meu pulso. Me jogou na cama em seguida e ficou me olhando com uma cara de fome. Achei que ele estava com raiva, que não iríamos avançar nenhum passo a mais.
Então ele começou a tirar o cinto...
— Você puxou o meu cabelo — ele disse devagar como se eu fosse uma garotinha desobediente.
Quando terminou de remover a tira de couro dos passadores de seu jeans preto, achei que iria jogar no canto e vim me dar uma pequena lição. Mas não. Ele se ajoelhou nos pés da cama, uma das mãos dobrando o cinto e a outra agarrando meu tornozelo. Não contive o grito quando ele me puxou, fazendo meu corpo virar e a bunda ficar exposta. A cintada doeu mais do que eu esperava, mesmo estando com meu jeans no corpo. A cada grito que eu dava, mais uma cintada era dada nas minhas coxas e bunda. Foi só quando reprimi o quinto ou talvez o sexto grito que ele parou.
Ele desabotoou minha calça e a retirou de meu corpo de modo bruto, achei que ia rasgar o material. Minha regata não teve salvação, tudo o que eu vestia virou uma pilha de trapos no canto. Ele prendeu meus pulsos na cabeceira da cama e mordeu meu pescoço, suas mãos apertando meus seios. Doeu, e só ali eu notei o quanto ele gostava de me ver reclamar de dor, e ainda mais quando eu era obrigada a tentar não reclamar.
Ele me dava tapas toda vez que eu tentava tocá-lo com o pé enquanto ele tirava a roupa, sempre em lugares doloridos, como o interior das coxas ou próximo as axilas, creio que ainda estou vermelha dessa nossa brincadeira masoquista.
Mas nós só transamos de verdade, com ele penetrando aquele membro duro e grande em mim, quando ele me colocou de quatro. Ele segurou firme na minha cintura, a mão morena de dedos longos, apertando e me impulsionando, dando tapas em alguns momentos e segurando minha garganta em outros. Tive o melhor orgasmo da minha vida quando a mão dele desceu para a minha boceta e tudo ficou sincronizado. Ele sussurrava besteiras no meu ouvido, me masturbava e penetrava, me apertando. Nunca tinha tido uma experiência de Sadomasoquismo antes, nem mesmo essas palmadas e cintadas que ele me deu, mas eu não vou negar que quero repetir."
Tulipa e Rosa se entreolharam. Sadomasoquismo. Bom, não era bem o que elas esperavam de Lírio, que até hoje se arrependia de sua primeira vez por que o cara foi "um completo ogro na cama". Quem diria...
Rosa suspirou e Tulipa respirou fundo, elas olharam as pequenas anotações e depois compararam com os nomes listados a cima. Quem poderia ser?
O objetivo daquele pequeno e secreto clube era nada mais do que dividir suas fantasias sexuais, as atividades sexuais já realizadas, e fazer o pequeno jogo do "Adivinhe quem foi".
O jogo consistia numa lista de nomes do sexo oposto muito disputado pelo publico feminino, em ordem numérica de pontos, se conseguisse transar com um deles, teria que contar os fatos sem revelar o nome, para que as restantes adivinhassem quem é ele. Quem conseguisse transar com o primeiro da lista primeiro, ganhava.
Lírio estava com o ego inflado por ter conseguido aquele nome. Rosa e Tulipa mal podiam imaginar quem era.
Depois de marcarem suas suspeitas nos cadernos, Tulipa sorriu maliciosamente e ergueu a mão, chamando a atenção de Rosa e Lírio.
— Sadomasoquismo não é tão legal depois de algumas vezes — ela disse, passando a língua pelos lábios. — Mas eu não julgo. Se me permitirem, tomarei a dianteira e contarei a minha história.
Rosa cobriu o rosto com o cabelo para revirar os olhos sem ser vista. Tulipa nunca teria uma história mais sensual do que a dela, isso tinha certeza, mas ela e Lírio enfim concederam a fala para a amiga.
— Vá em frente.
— Foi no sábado. Também acho irrelevante dizer como chegamos naquele ponto, então farei como Lírio e começarei do momento em que já estávamos envoltos na neblina nublada do desejo...
Continua...
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Guilty Pleasure
Chick-LitSão as tuas mãos soalheiras e deliciosas quem me mantêm quente. São as tuas mãos sábias e fogosas que me acendem a mente. São as tuas mãos garbosas e harmoniosas que me fazem subir ao céu. São as tuas mãos autoritárias e decididas que me arrancam o...