Degustação

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Um Louco Desejo

- O que houve? - Tentando desviar do assunto que tanto me magoou aquela noite, fiz sinal de negativo com a cabeça. Mas eu a conhecia muito bem e sabia que ela não ia desistir facilmente de tirar de mim o que me fazia derramar aquela lágrima tão sentida.

- Quando retornarmos pra casa você vai me contar tudo. - Dei com ombros e concordei com a cabeça, não tinha como fugir de Kate. Alguns minutos depois, estávamos em frente à entrada principal esperando o retorno de Alfred, olhei em volta e vi sua BMW vermelha parada um pouco mais à frente, senti meu corpo gelar e estremecer. Será que ele está aqui? Está com certeza à procura de sua próxima vitima, senti meu estômago mais uma vez embrulhar.

Virei-me para Kate, que há alguns minutos estava me chamando para participar da conversa, dei um sorriso amarelo um pouco sem jeito quando senti uma mão quente me tocar. Quando olhei era ele, o gato de cabelos bagunçados, lhe sorri com o canto da boca um tanto sem jeito. Segurando em minhas mãos e me olhando nos olhos, dusse:

- Quero lhe pedir desculpas, eu não devia... - Coloquei meus dedos sobre seus lábios calando-o.

- Você não tem culpa, eu me deixei envolver pela musica, eu que te devo desculpas. -Ele me olhou nos olhos mais uma vez.

- Não precisa pedir desculpas, eu gostei de ser beijado por uma moça tão bonita como você. - Sorri-lhe um tanto tímida. Dei lhe um beijo no rosto em sinal de despedida e me virei para ir embora quando me deparei com ele aquele homem que me despertava muitas sensações, confusas e muitas vezes, tensas.

Eu o vi lindo, meu Deus grego, ele passou por mim e sorriu com aquela boca sexy que lhe deixava muito mais lindo. Meu corpo estremeceu quando vi uma bela loira vestida numa blusa de alças finas vermelha em seda e um micro short preto, no mesmo tecido da blusa, e umas sandálias nos seus saltos quinze muito bem maquiada, sendo conduzida por ele até o seu carro.

Senti um aperto no coração, vontade de arrancar ele das mãos da bela loira. Mas o que eu poderia fazer? Ele com certeza iria levá-la a mesma tenda onde tive umas das melhores noites da minha vida, ou se não, a melhor. Fui puxada com um movimento brusco por Kate.

- Vamos, Alfred chegou!

[...]

Estava na banheira pensando na minha noite tão agitada.

- Posso entrar? - Disse Kate colocando a cabeça para dentro do banheiro.

Sorri-lhe carinhosamente e fiz sinal de positivo com a cabeça.

- Precisava de um banho de banheira. - Sorri-lhe jogando a cabeça para o lado.

Kate sentou-se na ponta da banheira colocando seus pés dentro da água quente. Ficamos ali paradas por alguns minutos sem nenhuma dizer nada a outra. Ela levantou seu rosto e me fitou com seus olhos cheia de carinho e atenção. Rapidamente me aproximei dela e agarrando seus joelhos com minhas mãos e chorei, chorei por cerca de dez minutos sem soar uma palavra. Ela carinhosa como era protetora, respeitou meu momento e só acariciava meu cabelo, como se fosse minha irmã mais velha, ela era assim super protetora. Eu a amava incondicionalmente, passamos por muitas coisas juntas, alegrias, tristezas, vitórias e derrotas. Quando me acalmei, me senti preparada pra contar sobre minha noite um tanto agitada, mas gostosa e que terminou um tanto dolorosa. Ela ficou ali por trinta minutos ou mais sem dizer uma palavra se quer. Quando terminei de contar minha aventura noturna, ela me virou para me fitar nos olhos.

- Sinto muito, querida. - Com meus olhos ainda lavados com lagrimas, disse:

- Eu estou tão arrependida por deixar me envolver, por não conseguir resistir ao seu poder de sedução, que raiva que eu tenho de mim, que raiva.

- Hey, pare de se culpar, ele que entrou no seu caminho querendo te seduzir, e conseguiu, você não poderia imaginar que o seu Deus grego fosse o poderoso Phillip Santolli. - Eu deveria ter suspeitado. Me pegou pelos ombros e disse com sua voz de autoridade. - Pare de se culpar, ele é um canalha, não vale o chão que pisa.

Novamente baixei a cabeça sentindo a lagrimas escorrer pelo meu rosto.

- Você gostou?- Levantei os olhos para fita-lá e encontrei Kate com um sorriso no rosto.

- Muito.- Caímos na gargalhada.

- Pense pelo lado positivo da coisa.- Olhei-lhe com um olhar de indagação. - Você tirou proveito dele também, já que se sentiu atraída desde a primeira vez que o viu. - Dei de ombros e sorri amarelo.

Ela se levantando para retornar ao seu quarto, virou-se e me olhou nos olhos.

- Faça o jogo dele. - Fiquei parada observando Kate sumir pela porta do banheiro. Como posso fazer o jogo de um homem que tem total controle sobre mim?

[...]

Acordei com Kate entrando no quarto abrindo a cortina.

- Ah Kate.- Disse-lhe reprovando sua atitude de me acordar a força.

- Não tem "ah Kate" e nem "B Kate", trata de levantar dai, tomar um banho e colocar um biquíni, vem aqui na janela e dê uma olhada, que sol lindo está lá fora e você quer ficar ai deitada, chorando por um idiota que não vale a pena? Ah digo eu Katherine!

Fitei-lhe com os olhos bem abertos e não disse nenhuma palavra. Levantei-me, fui até o banheiro, coloquei meu biquíni azul para combinar com meus olhos enquanto Kate me esperava sentada na cama, coloquei minha saía de praia branca um tanto transparente. Prendi meus cabelos num rabo de cavalo bem no alto da cabeça. Olhei-me no espelho quando vi uma enorme olheira, decidi passar uma maquiagem para disfarçar minha noite mal dormida. Retornei ao quarto, Kate já havia arrumado minha bolsa de praia com tudo que eu precisaria.

- Posso saber o que está levando aí? - Ela me fitou com os olhos cerrados e disse com um sorriso sarcástico no rosto.

- Tudo o quê você vai precisar para um passeio de lancha. - Joguei a cabeça para trás em sinal de que eu não estava nenhum pouco afim de um passeio de lancha. Mas com Kate não adiantaria discutir, me mantive calada.

Estavam todos sentados à mesa tomando o café da manhã.

- Bom dia. - Disse a Senhora Martinez com seu belo sorriso no rosto.

- Bom dia. - Retribui a gentileza.

Nosso passeio de lancha não foi nada mal, ficamos numa praia próxima a que estávamos, peguei um bronze que me deixou com uma cor maravilhosa e um pouco de ardor no rosto. Ao retornarmos, vi a decoração que estava sendo preparada para receber o meu Deus grego e lembrei que estaria frente a frente com ele mais uma vez. Não vou suportar, preciso arrumar uma forma de me livrar desse jantar indesejado.

DR.

Um Louco DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora