No exato momento em que J0n1 abriu os olhos, a realidade aumentada começou a atuar no ambiente, ele olhou para as portas do roupeiro do seu quarto, de lá saltaram imagens 3D semi-transparentes de todas as roupas armazenadas no móvel, com um simples pensamento o garoto conseguia uma melhor visualização de cada item, desde a última vez em que havia sido vestido, até seu estado de higiene. Isso só era possível porque ao nascer ele recebeu um implante no seu cérebro o Núcleo, um computador do tamanho de grão de arroz capaz de liga-lo a internet, lhe trazer informações em tempo real através da Realidade aumentada, e o possibilitar a navegação pela rede. Enfim era um computador, só que não tinha teclado nem mouse, e muito menos tela, ele era manipulado e as imagens eram projetadas diretamente no e pelo cérebro do usuário.
Como sempre ele ignorou todas as funcionalidades da Realidade Aumentada, não era conveniente, no momento ele tinha outro objetivo. Então ele resolveu se sentar sobre a cama, quando ele fez isso, ergueu a mão para cima e imaginou uma bola de basquete e ela como mágica se materializou na palma da sua mão, essa bola não tinha peso, não era sentida na sua mão, era somente uma imagem projetada na sua mente, uma ilusão, no entanto ela respondia a movimentos como se fosse genuína, e da mesma forma se ele imaginasse um ser vivo, ele se imaginaria real. Então ele imaginou uma sexta de basquete e ela se materializou na parede do quarto acima da sua escrivaninha. Em um movimento ele a arremessou na sexta e a acertou com certa facilidade, entretanto nem sempre foi assim, ele errou muitas vezes, tantas vezes que agora a acertar havia tornado uma habilidade natural.
J0n1 se levantou da cama, seu destino era o banheiro, enquanto caminhava penduradas nas paredes do seu quarto, haviam imagens criadas pela mesma realidade aumentada, só que elas eram decorativas, pôsters de jogos, e filmes que ele havia visto e gostado, a maioria eram de filmes do século vinte, os seus pais o doutrinaram a gostar dessa cultura antiga pois eles próprios a apreciavam muito. Vendo esses filmes ele percebeu que o mundo em que ele vivia hoje teve muitas de suas tecnologias baseadas nessas mídias, o que antigamente era ficção científica agora era real.
Em um canto, havia o pôster de uma guerra que aconteceu a muito tempo atrás, em um galáxia muito distante, já em outro haviam homens que sonhavam e iam para mundos criados por eles mesmos somente para manipular a mente de outras pessoas, eu outra parede um pôster onde os homens comandavam robôs que eram eles mesmos do conforto do seu quarto, algo parecido com o sistema de trabalho criado pela AI, pelo jeito ela não era tão criativa assim, ele pensou e sorriu, e por ultimo um filme onde o criador entrava dentro do computador e se transformava em um dos seus programas. Os postêrs eram animados e mostravam cenas icônicas dos filmes. Ele também possuía vários outros pôsters espalhados pelo quarto, as paredes estavam cobertas deles, garotos mágicos e exploradores de sepulturas estavam enfileirados em várias cenas dos vários filmes que foram criados. Existiam também os filmes mais modernos, que haviam sido lançados a pouco tempo, mas eles não tinham muita graça, haviam sido criados inteiramente dentro de ambientes 3D, e não tinham o mesmo charme de um filme gravado com as antigas câmeras que ele via nos museus virtuais.
Durante seu caminhar cambaleante de após o sono ele pensou que queria saber das ultimas notícias, e quase tão rápido quanto ele havia pensado nisso diretamente na frente dos seus olhos surgiram letras com as ultimas notícias e no canto do seu olho um pequeno quadro trazia a pré-visualização de vídeos, como nada lhe chamou a atenção, ele ignorou e tudo sumiu da sua visão. Chegando ao banheiro ele parou em frente ao espelho e avaliou sua aparência, de acordo com a sua mãe estudar de forma virtual não era motivo para negligenciar sua aparência real, seu cabelo que cobria as orelhas estava todo emaranhado, com toda certeza sua mãe o obrigaria a se pentear, algo que não fazia a dias, seus olhos estavam quase fechados devido ao inchaço causado pelo pouco sono oriundos das contantes partidas em jogos online, outra vez ele teria sua atenção chamada pela sua mãe. Ele deveria resolver esses problemas, levar uma bronca não era uma opção, e se pôs a trabalhar, após seu árduo trabalho de desembaraçar os fios e lavar o rosto ele achou que estava um pouco mais apresentável para sua família umas das poucas pessoas que viam sua aparência real, isso caso eles se encontrassem fora de seus quartos, coisa que ultimamente acontecia pouco.
VOCÊ ESTÁ LENDO
PRIMEIRA CAMADA
Science-FictionEm um futuro distante o mundo se tornou um lugar perfeito para a humanidade viver. Foi criada uma inteligência artificial global que gerencia todos os aspectos da vida humana. Essa inteligência criou uma rede de realidade virtual, onde as pessoas...