Tem certeza que não quer mais? - Rosie pergunta analisando meu rosto, nego com a cabeça. - Não se preocupe, ainda sobrou muita comida, vou fazer um pratinho pra você levar, só um instante.- Realmente não precisa - digo novamente tentando impedir, porém, ela é muito insistente.
- Não precisa ficar envergonhada, pegue - ela me entrega um pratinho com a comida embalada no papel alumínio.
- O que tá acontecendo aqui? - Carly aparece na sala com sua sobrancelha levantada em direção ao meu braço - É melhor aceitar logo...
- Eu preparei outra porção pro caso de Jade querer mais, já que ela não comeu muito - diz Rosie - Se quiser eu posso fazer pra você também querida.
- Não, valeu vó, é que eu devedor entrar em uma dieta, sabe - Carly a abraça rápido, beijando sua bochecha em seguida - Eu já vou indo, vem Jade.
- Já vão? Porque não ficam mais um pouco?
- É que eu e Jade vamos dar uma volta, sabe, vou bancar a guia turística - brinca Carly, entrelaçando seu braço no meu.
- Nos vemos qualquer hora - vou até ela dando-lhe um abraço - E mais uma vez obrigada, pela comida, a companhia.
Mas só a companhia bastava, penso.
Nos despedimos mais uma vez e saímos, suspirei com a mão na barriga mais alguns minutos e eu comeria até a comida de Rosie, ruim ou não, puxo a chave do bolso indo até a porta 27.
- O que você ta fazendo? - Carly pergunta - Vamos sair esqueceu?
- Vou guarda isso, não vou sair com isso pela rua - digo me referindo a marmita de alumínio.
- No caminho você joga, você nem ia comer isso mesmo!
- Eu nem consigo falar direito com tanta fome que estou sentido agora - passo a mão na barriga, eu estava definhando por dentro.
- Aprendi a controlar minha fome, você tinha que ver quando ela convida os parentes, passamos mais de sei lá cinco, seis horas com a fome nos corroendo por dentro.
- Por que vocês não dizem a verdade? Se fosse eu, gostaria de saber que minha comida não agrada os outros, assim tentaria melhorar minha culinária, ao invés de continuar fazendo a mesma comida - falo.
- Olly, esposo de Rosie e meu avô, ele morreu há sete anos atras, ele também como todos não gostava muito mas nunca disse a verdade, então ninguém nunca contou.
- E tem alguém que gosta? - Pergunto.
- Apenas minha mãe e a tia Grace que conseguem comer, mas por passarem a infância inteira comendo elas se acostumaram, e tem o Alex, ele não gosta e deixou bem claro, mas mesmo não gostando ele ainda vem comigo.
Saímos do elevador seguindo para rua a fora. Pedimos um táxi onde Carly passou o endereço e tudo.
- Ele deve gostar muito da sua companhia.
Ela abriu um sorriso animado. Mas eu conheço aquele sorriso eles sempre apareciam quando falavam de Ian, não me arrependo de ter passado dois anos da minha vida junto a ele, pois ele fizera parte do meu amadurecimento como adulta, não vou me prender apenas em uma cara pelo resto da minha vida, não me negarei ao amor pelo resto da vida, apenas tomarei mais cuidado ao entregar meu coração.
- Vocês namoram?
- N-Não, somos primos.- Carly fala sem jeito.
Sorri para ela concordando com a cabeça.
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O cara da porta ao lado
Teen FictionNão é fácil acreditar em uma traição vinda de uma pessoa amada. Mesmo estando estampada na cara do seu companheiro, seu amor pode te deixar cego deixando você incapaz de perceber. No entanto, a vida sempre dá um jeito de lhe mostrar a realidade. Me...