Passou um dia depois do incidente com meu suposto vizinho bebâdo, desde da manhã que o encontrei na cozinha nunca mais o vira, não que eu quisesse, mas sim pelo fato dele ter destruído minha fechadura, privando minha da segurança. Já tentei falar com Cami para ver se tinha alguém que poderia consertar, e ela me ignorou dizendo que aqui não era um Hotel.
Meu celular apita. Pego ele, olhando para o visor e toda a minha empolgação começou a se retornar de novo.
Era uma mensagem de Chaeng.
Pela maneira que você descreveu ele, seu vizinho deve ser super gato, super fora da minha imaginação dele ser um velho tarado bêbado, enfim, vocês se encontraram novamente?
Abro o espaço em branco para enviar uma mensagem:
J: Não. Ultima vez que o vi, foi ontem.
C: Ele não te procurou nem pra dar satisfação?
J: De quê? Sou só a vizinha que deu como cama um chão frio.
C: O frio de Londres está congelando!! mas qualquer novidade não hesite de me contar.
Passei um bom tempo trocando mensagem com Chaeng, depois assisti um programa que passava na televisão, vinte e quatro horas nunca me pareceram tão longas. Mas ali estava ela, a linda e fria noite de Sexta. E, além do céu nublado e do friozinho agradável, ela trouxe também a perspectiva de um sono tranquilo da qual eu não consegui ter durante bastante dias.
- O que aconteceu com a sua fechadura? - dou um pulo do sofá, encontro uma cabeleira ruiva e dois pares de olhos verdes assustados.
- Ah, é você - ponho a mão no peito respirando fundo aliviada.
- Quem achou que fosse? Um ladrão com uma bolsa da Chanel? - Pergunta irônica.
Não, mais um bebâdo que mora a casa ao lado, talvez.
Penso rindo internamente.
- Então, ladra de Chanel o que faz aqui? - pergunto cruzando os braços a encarando com as sobrancelhas arqueadas.
- Eu moro praticamente coloda com você, então tava passando e vi sua porta entre aberta, e entrei para... - ela sorri, juntando as mãos uma na outra - Te chamar para sair comigo e com o Alex!
- Valeu, mas eu despenso a função de vela - sorriu sem mostrar os dentes, virando o rosto para a televisão.
- Vela?
- Ficar "sozinha", sabe sem acompanhante enquanto vocês ficam juntos - explico.
Ela suspira: - Quem dera se fosse assim, eu não estaria te convidando, sem ofensas, acontece que o Alex já convidou uma turma, e eu decidi te chamar.
Concordo com a cabeça, sem ouvir direito o que ela fala tentando me concetrar no que a apresentadora falava.
- Ok, vou aceitar seu silêncio como sim! O Miles também vai, vou pedir para te levar - bate palmas, batendo a porta.
Concordo novamente.
- Espera... O QUÊ? - salto do sofâ, correndo até o corredor - CARLY!
Acabo desistindo na terceira tentativa e entro de volta, deitando no sofá puxando o celular do bolso.
Não vou poder ir, acabei de lembrar que fiquei de conversar com minha familia hoje a noite. E quem é Miles?
Desligo tela do telefone e fico o encarando, esperando que ela responda.
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O cara da porta ao lado
Teen FictionNão é fácil acreditar em uma traição vinda de uma pessoa amada. Mesmo estando estampada na cara do seu companheiro, seu amor pode te deixar cego deixando você incapaz de perceber. No entanto, a vida sempre dá um jeito de lhe mostrar a realidade. Me...