CAPÍTULO 6

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Sem revisão




Alicia

Poucos minutos após chegar em casa e já ter guardado quase todas as compras escuto a porta da frente ser aberta e uma Raquel totalmente exausta, vestida com sua roupa de academia adentrar o apartamento.
- Mas olha só. Milagres realmente acontecem. - ela zomba enquanto se esparrama na poltrona que fica em frente à bancada da cozinha e começa tirar o tênis.
- Cala a boca. - mando língua para ela - e vai tirar esse tênis no seu quarto, se não o apartamento todo vai ficar fedendo a chulé!
- Não sou você, queridinha. Não tenho chulé. Mas me diz como foram as compras? - a desgraçada me olha com um sorriso cínico no rosto, pois sabe como sou péssima nas compras.
- Foram ótimas. Tive um ajudante... - dei de ombros, saindo da cozinha e indo em direção à sala - Facilitou tudo e consegui comprar o que estávamos precisando.
- Ah é? E quem foi esse santo que teve paciência pra lidar com você dentro de um supermercado?
- Henrique. - Disse praticamente correndo para o meu quarto, evitando qualquer contato visual com ela. Não demorou nem 5 segundos para que Raquel invadisse meu quarto.
- Como assim Henrique? Que Henrique? Por favor, diz que você conheceu outro Henrique e não esta falando daquele otário! - Ela disparava enquanto me fitava com um olhar assassino.
- Eu estou falando daquele otário sim. - Me sentei na cama e olhei para ela fazendo bico, sabia que isso a desarmava - Ele estava lá e disse que podia me ajudar e eu pensei "Ué, por que não?", mas só que eu me senti como uma adolescente na puberdade sabe? E ai no final ele ainda pediu perdão e eu disse que não ia mais fugir dele, mas que perdão era algo mais complicado. - Me jogo na cama e logo sinto o peso ao meu lado e sei que Raquel faz o mesmo, começando a alisar meus cabelos - Eu dei mais uma chance a ele e não sei se fiz o certo ou se fui trouxa novamente. - Viro meu rosto para olha-la e ela e respira fundo antes de virar e olhar para o teto.
- Espero que tenha feito o certo, caso contrário irei precisar de um ótimo advogado porque vou matar esse idiota! - Raquel vira o rosto pra mim novamente e eu sorrio, abraçando-a.
Uma vez alguém me disse que era muito raro encontrar alguém em que você poderia confiar plenamente, um amigo verdadeiro, com quem poderia dividir tudo e que poderia confiar a vida a ele. Eu tenho a sorte e a honra de poder dizer que eu tenho alguém assim ao meu lado. Raquel Muller, mais do que uma amiga, é como uma irmã para mim. Nos conhecemos desde pequenas, crescemos juntas e em nenhum momento nossa amizade esfriou. Mesmo sendo muito diferentes nos damos muito bem. Ela brinca dizendo que somos uma a metade da outra e que nos completamos. Eu não posso discordar disso, ela de fato é a minha alma gêmea.
- Bom, agora eu vou tomar um banho. – Quel disse enquanto me empurrava e levantava-se da cama.

- Vai mesmo, ta fedendo demais. – Faço uma careta e tampo o nariz. Ela me mostra o dedo do meio e eu não aguento, começando a rir.

- Ha ha ha, que engraçada você. – Revira os olhos e antes de sair do quarto, vira e encosta-se na porta – Vamos ao cinema hoje? Chama a Tracy. Gostei dela, é louca que nem a gente.

- Acho até que ela é pior que a gente. – Gargalhei, sentando em minha cama – Chamo sim, agora vai logo para o banho, porquinha!

Ela me mostra os dois dedos do meio, enquanto anda de costas para fora do quarto, sumindo no corredor depois, me deixando rindo feio retardada em meu quarto.

O dia passa rápido. Tanto eu, quanto Quel estamos de folga e passamos o nosso tempo livre rindo, conversando e fofocando. Ligamos para Tracy que confirmou a presença toda empolgada para o cinema à noite e eu agradeço a Deus por ela e Raquel terem se dado tão bem. Normalmente minha melhor amiga é muito ciumenta com minhas novas amizades, mas com Tracy foi algo tão natural e tranquilo que até mesmo eu fiquei impressionada. Deve ser porque Tracy é tão louca quanto nós duas.

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