- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – eu acordei ouvindo a voz de Janine e sentei na cama assim que lembrei do que tinha acontecido ontem.
Eu me mantive em silencio porque bem, eu congelei.
Janine e Abe estavam no meu quarto. Dane tinha aberto a porta. Dane estava de toalha. Eu estava na cama. Eu estava ferrada.
- O que vocês estão fazendo aqui? – eu perguntei.
- O que ele está fazendo aqui?! – perguntou Janine apontando para Dane.
Se Janine estava furiosa, Abe estava puto.
- Você realmente tem muita coragem, não é, Sr. Zeklos? – ele disse estreitando os olhos.
- Dane, pode nos dar licença? – eu disse, me levantando e me pondo entre ele e meus pais enquanto o empurrava para o banheiro para que ele se vestisse, lhe falando em voz baixa. – Que porra você estava pensando? Por que atendeu a porta?
- Eu acordei, fui até a recepção, conversei com Marlene e pedi café da manhã! – ele começou a explicar e então eu fechei a porta e encarei meus pais.
- Pronto. Ele vai se vestir e vai embora. – eu disse com um sorrisinho amarelo.
- Ele nem deveria estar aqui!
Veja bem, eu já tinha visto Janine furiosa uma vez. Quando ela me resgatou junto aos Keepers e enquanto ela lutava com os Strigois que nos atacaram, mas ela estava furiosa com eles. No momento, essa fúria tinha dois alvos e nenhum deles era imortal.
Dane forçou a porta do banheiro e eu o deixei sair.
- Sr. e Sra. Mazur, eu não... nada aconteceu, nós só dormimos juntos! Não é nada do que vocês estão pensando!
E então eu vi Janine se mover para atacar Dane e comecei a move-lo em direção a porta.
- Vá até Jill, conte o que houve. Diga a ela que se eu não der sinal de vida em uma hora, ela avise a Rose e Lissa. – eu disse tentando não rir enquanto empurrava Dane para fora e fechava a porta do quarto.
- Ele não sabia que vocês são divorciados. – eu disse dando de ombros.
Okay, aparentemente nada do que eu fizesse ou dissesse ia acalmar Janine ou melhorar o humor de Abe de qualquer maneira, então...
- Podem, por favor, parar com todo esse drama? Caso vocês não lembrem, eu não sou nenhuma mocinha indefesa e infelizmente não tem pureza nenhuma para ser danificada. – eu disse revirando os olhos e começando a organizar o quarto.
- Anastacia! – Abe exclamou.
Mas enquanto eu organizava o quarto e escolhia uma roupa para trocar, eu os via começar a se acalmarem, mas não de uma boa maneira. Eles pareciam indecisos e nervosos, enquanto me observavam e me encaravam o que me fez começar a absorver os mesmos sentimentos.
- Mãe, pai. – eu disse depois de arrumar tudo. – Nada aconteceu. Dane brigou com o pai ontem e eu o encontrei e o convidei para vir aqui. Nós conversamos por um longo tempo e depois dormimos.
Eles não precisavam saber a parte onde Dane estava bêbado e eu tive que arrasta-lo até aqui.
- E você pretende que eu acredite nisso? – perguntou Abe. – Esse não é o rapaz que você apresentou como namorado ano retrasado?
- Bem, eu estou falando a verdade. – ou boa parte dela, eu pensei. – Vocês acreditarem ou não, não é problema meu.
- Aposto que eu posso arrancar a verdade dele, o que você acha? – Abe perguntou, me desafiando e eu fiz o meu melhor para não revirar os olhos e bufar.
- E ninguém viu você, menor de idade, entrar com um rapaz e leva-lo para o quarto? – perguntou Janine estreitando os olhos.
Eu respondi sem hesitar, assim que pensei em Marlene.
- Não. Eu arranjei uma maneira de passar sem ninguém ver. – eu disse cruzando os braços.
- Isso é... eu me sinto horrível aqui. Toda essa situação é... Eu não sei o que dizer. – ela disse por fim.
- Não precisa dizer nada. – eu disse. – Não aconteceu nada.
- Eu sinto que precisamos ter uma conversa. – ela disse e então eu tentei não surtar.
- NÃO.
- Ana, você tem dezessete anos. – ela disse se aproximando de mim e sentando comigo na cama. Abe ficou de pé e parecia milagrosamente desconfortável e nervoso. – É verdade que você já passou por coisas horríveis que tenham... lhe violado, - ela estremeceu, fechando os olhos para a palavra. – mas se você e Dane nunca... fizeram nada além de literalmente dormirem juntos, você devia saber que o que aconteceu com você no passado, não tem nada nem perto ou próximo do que realmente acontece quando...
- Okay, não preciso saber ou falar sobre isso. Não precisamos. Estamos bem. Estamos todos bem. Vocês não me responderam, o que estão fazendo aqui? – eu disse mudando de assunto.
Janine não parecia satisfeita com o que falava ou o que tinha acontecido e eu honestamente preferia enfrentar sua fúria a continuar nesse assunto. Pelo que eu via ao olhar para Abe, ele também.
- Eu saí das rondas e Abe veio me encontrar. Ele teve a ideia de nós termos um café da manhã em "família". – Janine disse.
- Dá para ouvir as aspas na sua voz, sabe disso, não é? – ele disse com uma careta.
Fora as vezes onde Oksana e Mark me chamavam para conversar e que tinha normalmente como razão alguma grande besteira que eu tinha feito, eu nunca tive uma reunião de família tão constrangedora, como a que se seguiu.
Eu fui tomar café da manhã com Janine, Abe, Rose e Dimitri que chegaram depois, mas Janine e Abe continuaram me observando, o que fez com que Rose percebesse e perguntasse o que estava acontecendo. Eu não sabia quem ali estava mais desconfortável e eu e Dimitri estávamos em um grande empate, mas mesmo assim eu preferia que ele e Rose tivessem ficado ali depois do café da manhã, já que assim que voltei para o quarto, meus pais biológicos me pediram para fazer uma videoconferência com meus pais adotivos e assim nós tivemos a "conversa".
Enquanto eu caminhava até o quarto de Jill, eu ainda me sentia vermelha, quente e nervosa, mas para meu alivio, quando ela abriu a porta, eu a encontrei sozinha.
- Ana, já estava preocupada! Você me mandou uma mensagem dizendo que estava bem e viva, mas pelo visto... O que aconteceu? – ela disse, segurando minha mão e me fazendo sentar.
- Vamos só dizer que você é extremamente sortuda por viver só com a sua irmã.
- Foi tão ruim assim? – ela disse fazendo uma careta.
- Você não faz ideia. – eu acenei, olhando para um ponto fixo em sua cama.
- Mas, ignorando o que aconteceu essa manhã, o que aconteceu ontem? Quer dizer, aconteceu alguma coisa? – ela perguntou me fazendo voltar a encara-la.
- Não.
- Sério? – ela parecia um pouco decepcionada.
- Jill, nada aconteceu. – eu disse tentando ser o mais impassível possível.
- É, foi o que Dane me disse também. – ela disse num beicinho.
- VOCÊ PERGUNTOU ISSO A ELE? – eu tentei não surtar. – Por que diabos estão todos tão interessados na minha inexistente vida sexual?
Jill riu e então pediu desculpas, sem realmente parecer envergonhada e então passamos para tópicos mais agradáveis. Eu não tive fome por todo aquele dia depois do café da manhã.
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Shadows of the past - VAMPIRE ACADEMY FANFICTION
VampirosEssa é uma história que começa em Promessa de Sangue (Blood Promise). Ela não altera nada significante da história original criada por Richelle Mead e tem como objetivo apenas fechar alguns assuntos que ficaram abertos nos livros.